CLÁSSICO À PORTUGUESA.

           Ontem, em Lisboa, Estádio de Alvalade:

Reuters

            Sporting, 1 - Futebol Clube do Porto, 1
             (Valdès)                (Falcao)

            O empate alcançado pelos Dragões nesta difícil deslocação a Alvalade é um resultado positivo para os objectivos do FC Porto e vai de encontro ao que previa viesse a ser o resultado desta partida.


            Depois de terminado o jogo até ao momento, as únicas opiniões que ouvi sobre a forma como ele decorreu, foram as declarações dos técnicos e de alguns jogadores de ambas as formações. Por isso, a opinião que tenho sobre este dito "clássico" do futebol português não vai inquinada por apreciações de comentadores profissionais ou de bloguers que normalmente sigo e aprecio. E, se não postei imediatamente após o final da partida foi porque, em boa verdade, o que antes vira me decepcionou e pouco teria a dizer, para além do que de mau me foi dado ver.

            Por isso, a minha opinião é de que as duas equipas em confronto (pois da"outra" tratarei dela mais tarde), estiveram muito longe de produzir um espectáculo emocionante, de interpretar um futebol leal e limpo, sem truques e faltas antidesportivas, de uma entrega exclusiva à arte de bem jogar futebol. Houve excessiva emoção, agressividade a roçar a violência e incompreensível carácter decisivo da partida, com se dela dependesse a vida de qualquer uma das equipas em confronto.

            O Sporting foi exactamente aquilo que tem sido até agora o seu comportamento. Apenas terão os seus jogadores corrido ainda mais do que lhes é habitual. Tacticamente, Paulo Sérgio, fez o que qualquer outro treinador teria feito: tentar anular o jogo lateral do FC Porto e as suas armas mais fortes. E, o que me pareceu claro, "arrumar" o quanto mais cedo possível, João Moutinho.

             O Futebol Clube do Porto entrou no jogo a tentar controlar a partida, diluindo assim a velocidade com que o Sporting procura jogar, sem o conseguir. E via-se, pela forma como os leões defendiam e obtinham espaços quando faziam as transições, que poderiam chegar ao golo o que veia a acontecer. Num lance ferido de ilegalidade mas que poderia surgir num outro lance qualquer.

             Na segunda parte e enquanto esteve com onze, os Dragão foi largamente superior aos leões chegando ao golo do empate e toda a gente, a partir daí, ficou convencida que outros se seguiriam. Não viria a ser assim, por força de uma falta "cavada" pelo internacional fast-food português Liedson que "comeu" Maicon (como já havia feito Valdès no golo que marcou) e beneficiou da anuência do um árbitro a quem falta a melhor qualidade para ser um excelente juiz: CORAGEM.

            O regresso de João Moutinho a Alvalade foi explorado até à náusea. Eu não sei o que é a comunicação social desportiva fora de Portugal e se lá fora se faz manipulação de massas e se criam factos a partir de coisa nenhuma. Foi deprimente, indigente e, felizmente, que inócua a campanha levada a cabo para condicionar, intimidar e aniquilar um profissional honesto, tentando acirrar e estimular o ódio das multidões para poderem, hipocritamente, mais tarde acusá-los de praticarem actos para os quais, ela própria, mais contribuiu.