Tão comovente foi ontem a entrada no jogo a uns minutinhos do fim da coqueluche papoila que o guarda-redes da Naval, ternurento e amável que estava, num gesto de cortesia comum da escola francesa, lhe cedeu a bolinha que ele procurava e, na boca aberta da baliza abandonada, pô-la lá dentro. Oh, suprema graça, oh, felicidade inaudita, oh glória suprema! Um golo, um golito, meu Deus e deixai-me ir para o céu! Estou pronto para partir!
Na bancada até a águia espanhola bateu as asas, abriu o bico e piou: Olé! Olé!
Esta paixão encarnada pelas relíquias já não é da agora. Já com Mantorras se passa a mesma "cena" e, até antes de ali ter aparecido Jesus, o angolano tinha mais devotos na Catedral que a santinha de Balazar. Por isso, José Eduardo dos Santos, investiu alguns milhares de petrodólares para ter a suprema graça de o ver de vermelho vestido (ele, que até simpatiza com Dragões...), sem muletas, para poder dizer ao Vieira que nem pense em mandar já para a reforma um activo que é melhor jogador, ainda que só jogue com uma perna, do que muitos a quem ele paga rios de dinheiro e dão menos rendimento.
Acho que em presença deste dois exemplos os dirigentes lampiónicos devem fazer, sem demora, uma reflexão séria e decidir se devem correr o risco de ver dilatado o atraso que já levam no campeonato em relação ao asqueroso rival nortenho ou reavivar a "chama imensa" com o SPORT LISBOA E SAUDADE.
É preciso ser alguém insensível para se conseguir dar ao luxo de gozar com o facto de um jogador que recentemente perdeu o pai ter chorado e ter apontado aos céus para lhe dedicar o golo que marcou...
ResponderEliminarO título " Sport Lisboa e Saudade " vem mesmo a propósito !
ResponderEliminarUm abraço
Meu caro Remígio, parece que o anónimo anterior não captou a sua ideia, que não era brincar com a sensibilidade de ninguém, muito menos de alguém que se chama Nuno Ribeiro e futebolisticamente é conhecido por Nuno Gomes, em homenagem ao ex-jogador, capitão do F.C.Porto e bi-bota, Fernando Gomes.
ResponderEliminarUm abraço
anónimo 15 de Novembro de 2010 14:09.
ResponderEliminar"Mas as lágrimas de Nuno Gomes têm uma explicação mais prosaica: a morte do pai; e uma mais poética: o fim de uma carreira." (do blog Arrastão)".
Como a primeira explicação é do foro íntimo do atleta, só a ele diz respeito como, quando e onde tem necessidade de a exibir. Já quanto à segunda, que pude constatar, julgava eu ter alguma sensibilidade perante a poesia de gestos futebolísticos como o que foi interpretado pelo "finito" Gomes.
A propósito: pareceu-me, ou li algures, que antes de se voltar para o céu, a oração terá começado por "toma", "toma", que, entre os portugueses, costuma ser ilustrada com o celebrado gesto de Bordalo Pinheiro...
dragao vila pouca:
ResponderEliminarClaro, Vila Pouca. Só que as imitações, por mais que se pretendam mascarar, jamais se igualam ao original.
Caro Remígio
ResponderEliminarEscapou-me este post-vá lá saber-se porquê...- e ainda por cima,quando o objecto do mesmo é a
figura quixotesca da ..."isabelinha"...As lágrimas do 'tadinho hão-de ser como as que a nação benfiquista derramou pelo féher,que não -
pelo"Bom Gigante",enterrado no desconforto da vala comum... De lágrimas,antecedidas de manguitos à Bordalo Pinheiro, tem já o povo que chegue...e se as mesmas "serviram" para pôr a gajada-moura em convulsivo e reconfortante choro a desaguar no tejo profundo,que o "exemplo" desse atleta, possa convergir,lá p'rós lados do Parque das Nações,num INFINITO MANGUITO!
Abraço amigo
João Carreira