domingo, janeiro 31, 2016

MÃO DE PESEIRO NO CÉU DO ESTORIL






Dragões terminaram o encontro com o Estoril com menos posse de bola do que o adversário (O JOGO online)

I Liga
20ª Jornada
Estádio António Coimbra da Mota (Estoril)
2016.01.30
4539 espectadores

                    Estoril Praia, 1 - FC do PORTO, 3
                                   (ao intervalo: 1-2)

FCP: Iker Casillas, Maxi Pereira, IOvan Marcano, Martins Indi, Miguel Layún, Héctor Herrera (cap.), Danilo Pereira, André André, aos 86´ Rúben Neves,  Jesus Corona, Aboubakar, aos 89' Suk, Yacine Barhimi, aos 71' Silvestre Varela.

Camisola branca debroada a azul.

Treinador: José Peseiro

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Sequência do marcador: 1-0, aos 3´na sequência do segundo pontapé de canto consentido pela equipa do Porto, com Diego Carlos a saltar à frente de Danilo Pereira e atirar de cabeça por cima dos braços de Casillas.

1-1, aos 18', por Aboubakar que dentro da área e em corrida bateu de pé direito para o golo uma assistência pela esquerda feita por Miguel Layún, numa jogada que resultou de uma recuperação de bola de André André no meu campo do Estoril;

1-2 aos 33' com origem na marcação de um canto por Miguel Layún do lado esquerdo e entrada forte de cabeça de Danilo Pereira;

1-3, aos 82', de novo por André André, a aproveitar um desvio de Keisek de um remate rasteiro de Miguel Layún a concluir uma excelente jogada coletiva da equipa do Porto e que, AA, oportuno e rápido, bateu para o golo.

                     O FC do Porto ultrapassou um obstáculo tradicionalmente difícil como têm sido as deslocações ao Estoril, designadamente nas três últimas, com um triunfo conseguido com inteiro merecimento. Os agora dirigidos por José Peseiro não tiveram um início de jogo muito feliz ao sofrerem um golo logo aos três minutos de jogo e na sequência de pontapé de canto, repetindo outras desagradáveis situações de partidas anteriores. Porém, decorridos pouco mais de cinco minutos, os jogadores do Futebol do Clube do Porto já tinham encontrado o mapa onde cada um deveria estar no relvado segundo as indicações prescritas pelo treinador e, sem perturbação visível, a equipa assumiu o comando de jogo com determinação e asserto dando sinais inequívocos de ultrapassar a resistência estorilista.

                     Encontrado o melhor posicionamento no relvado os jogadores do Porto estavam sempre muito perto da bola e no início das jogadas da equipa do Estoril cortando a tempo as tentativas de ataque desta ainda longe da baliza de Casillas. A ocupação dos espaços livres favorecia a troca de bola rápida e a constante alternância de posições entre os dianteiros portistas abria com bastante facilidade a barreira defensiva da equipa da casa não permitindo que esta assentasse o seu jogo e se aproximasse com perigo da área contrária.

                    Para a exibição prometedora que a equipa mostrou no António Coimbra da Mota onde a claque portista se fez notar pelo apoio dado aos jogadores, muito contribuiu o nível das exibições individuais sem dúvida muito acima do que vinha a verificar-se antes: se  exceptuarmos duas ou três menos conseguidas - Yassine Brahimi, Jesús Corona e Martins Indi, mesmo Iker Casillas, os demais atletas atingiram um patamar muitíssimo alto, com Héctor Herrera a empunhar a batuta com maestria, André André a colher o justo produto do seu valioso trabalho (dois golos !!!), Miguel Layún a dar lição de bem assistir e fazer jogar, Maxi Pereira na luta e na garra a motivar os colegas, Aboubakar a ressurgir do apagamento de alguns meses e a mostrar que pode ter o futuro que se lhe antevia quando chegou (não conseguiu desviar para golo a bola a um metro do risco, aos 77', na mais fácil oportunidade em toda a partida!!), Danilo Pereira e Marcano a fazerem (bem) o trabalho sem adornos perigosos e o suplente Silvestre Varela a esforçar-se para ser útil a mostrar serviço.

                    Há mudanças, claramente. Não será a mão de Deus, como no céu da Madeira, mas notou-se, no mínimo, dedo do treinador. A equipa mostrou tranquilidade apesar do começo menos animador, parece ter assimilado e dar-se bem com o novo figurino. Mais pressão no início da construção de jogadas da equipa contrária e mais unidades na frente de ataque e, consequentemente, na área do adversário. Continua por resolver o aproveitamento dos livres (as ditas bolas paradas) tanto as ofensivas como as defensivas. A seu tempo terão que melhorar. 

                   Tiago Martins e a sua equipa de Lisboa não evitaram alguns erros. O maior terá sido o de não ter assinalado um penalti cometido sobre André André, rasteirado quando se aprestava para rematar para o golo. É provável que não tenho visto o toque, mas as imagens da tv provam que a falta existiu. O cartão amarelo a Jesús Corona é completamente absurdo, como também não é aceitável que o juiz de linha não tenha marcado canto num desvio de Kasezk com a luva e, aqui e ali, em lances divididos, a falta fosse (quase sempre) marcada às camisolas azuis. A favor do FC do Porto? Tá bem, tá.


quinta-feira, janeiro 28, 2016

NÃO FOI A EXPERIMENTAÇÃO TÁTICA MAS PELA HABITUAL FALTA DE EFICÁCIA.



Por Leonel de Castro/Global Imagens O Jogo online
Taça CTT
3ª fase/3ª ronda
Campo Marcolino de Castro, Feira
2016.01.28

         Feirense, 2 - FC do PORTO, 0
                                                  (Ao intervalo: 1 - 0)

FCP: Helton, Vítor Garcia, Maicon, Chidozie, Miguel Angel, Rúben Neves, Imbula, Sérgio Oliveira, Silvestre Varela, André Silva e Suk. Não houve recurso a jogadores suplentes.
Treinador: José Peseiro

Árbitro: Cosme Machado (AF Braga)

GOLOS: 1-0, aos 39', por Helder Castro, na conversão de um penalti por pretensa falta de Rúben Neves, 2-0, ais 81' na sequência de remate contra o corpo do marcador, Porcellis, que ficou solto dentro da área.


                     Tive a curiosidade de anotar os números referentes à estatística do encontro os quais registaram cinquenta e dois ataques do FC do Porto contra 15 do Feirense, nove remates da equipa visitada contra dezasseis da visitante e um canto a favor e nove contra, respetivamente. A posse de bola, que pouco interessa para a justificação do resultado, foi de 32% para os fogaceiros e de 66% para os tripeiros. Estes números mostram à evidência de que a derrota na Vila do Feira nada teve a ver com a experimentação do modelo de jogo do novo treinador José Peseiro, mas, sim, pela tremenda e habitual falta de eficácia dos jogadores da equipa azul e branca. Atente-se que, dos dezasseis remates efetuados nos 90'+3' de jogo, apenas um que ocorreu  aos 85' protagonizado por André Silva, poderia ter resultado em golo mas o remate passou alguns metros acima da baliza do Feirense e, em nenhum dos restantes foi concluído no enquadramento com a baliza! Impressionante! Por outro lado, o fato da equipa-cobaia não ser a principal dos jogos da I Liga, a experiência só terá servido para uma afirmação das ideias a implantar futuramente no padrão habitual da equipa principal pelo novo técnico portista. Também não descortino a vantagem de testar Silvestre Varela numa posição absolutamente fulcral para o desenvolvimento vantajoso do sistema de jogo escolhido, já que o jogador atua pelas faxas laterais "há séculos" e só teoricamente tem ou poderá vir a desenvolver capacidades de organizador ao estilo de Lucho, Óliver ou Deco, para só referir estes três. Coisas de técnicos inovadores.

                    Deste jogo, que foi realizado apenas por necessidade de cumprir o calendário da prova não quero deixar sem referência alguns fatos relevantes, os quais, aliás, se verificaram noutros jogos recentes. Um dos mais evidentes é a extraordinária capacidade que os árbitros têm de ver faltas cometidas dentro da área pelos jogadores do FC do Porto passíveis de serem penalizadas com penalti e de as não verem da mesma forma na área dos adversários, como se pode avaliar do lance de que resultou o primeiro golo da partida de ontem. Ridículo! O "deslocalizado" Cosme Machado é um deles, como foi Jorge Ferreira na partida que decorreu no Dragão contra o Marítimo, no domingo passado assobiando para o lado perante lances muito menos polémicos acontecidos. Esta dualidade de julgamento vai continuar porque alguns árbitros perderam o respeito pelo Futebol Clube do Porto e estão espaldados pelos media e pelos respetivos "patrões". Pode acabar mal, lá isso pode. Uma aberração que gostaria tivesse fim já, é o uso do abominável equipamento da cor de chocolate usado pelo FC do Porto. É asquerosamente intragável estando, além do mais, associado a uma fase muito negativa da equipa quanto a exibições e a resultados. Basta, queimem essas camisolas porque facilmente se criarão novas com as lindas cores do nosso emblema!

                   Como não tinha visto jogar muitas vezes Chidozie pelo FC do Porto B, foi dos que considero melhor dotado para crescer e vir a impor-se como excelente jogador.

                  

segunda-feira, janeiro 25, 2016

"PÉ QUENTE" DE PESEIRO VALEU TRÊS PONTOS NA ESTREIA.

(Por Ivan del Val/Global Imagens - O Jogo online)

I Liga
19ª Jornada
Estádio do Dragão, Porto
2016.01.24

      FC do PORTO, 1 - SC Marítimo (Ilha da Madeira), 0
                                       (ao intervalo: 1-0)

FCP alinhou com: Casillas, Maxi Pereira, M. Indi, Iván Marcano, M. Layún, André André, aos 81' Silvestre Varela, Danilo Pereira, Héctor Herrera (cap), aos 73' Rúben Neves, Jesùs Corona, Aboubakar, aos 69' Suk e Yassim Brahim.
Equipamento: tradicional.

Treinador: José Peseiro (estreia oficial)


Árbitro: Jorge Ferreira (AF Braga)

GOLO: Jogada de insistência na área do Marítimo, com Miguel Layún, pela esquerda, a meter a bola por entre uma floresta de pernas que acabou rechaçada para a entrada da área onde surgiu André André a rematar à barra com violência, batendo a seguir nas costas de Salin depois de ressaltar na relva perto da linha de golo.


              Nenhum adepto do Futebol Clube do Porto estaria à espera de assistir, na estreia do novo treinador, a uma tão dececionante exibição da sua equipa favorita. Esperaria, sim, o mais otimista e fiel seguidor do glorioso emblema das camisolas azuis  e brancas, que ontem os jogadores vestiram, que, depois de um demasiado extenso período em que a equipa não conseguiu liberta-se da mediocridade exibicional  e dos consequentes maus resultados, com a chegada de Peseiro, houvesse uma inversão positiva dos acontecimentos que restituísse a confiança há muito perdida pelos adeptos. Não que alguém esperasse que o novo técnico, em tão pouco tempo, fosse capaz de juntar os cacos do valioso jarro desfeito (nem com super cola três seria fácil), mas, nem nos piores cenários imaginados se admitiria o desconchavo da exibição da equipa na partida ontem ocorrida.

              Pobre, muito fraquinha, de todo!

              Aparentemente, o problema da equipa esteve no baixo nível de confiança que os jogadores, na sua grande maioria, evidenciaram. Medo de errar, de arriscar, de não ser bem sucedido na jogada individual e no passe de risco, fraquezas que qualquer adversário descobre e delas procura tirar proveito. E o Marítimo, Nelo Vingada, sabia como tirar sumo do "estado de alma" dos jogadores do FC do Porto. E esteve perto da surpresa, não fora a boa estrela de José Peseiro, com entrada de "pé quente" que dá sempre jeito para encobrir fragilidades...

              Não seria justo culpar os atletas por falta de aplicação ou vontade de fazer as coisas bem.   Não nego o esforço e a entrega que puseram para fazer o melhor que está ao seu alcance; porém, fosse por que motivo fosse, a constatação da incapacidade individual foi por demais evidente no decorrer da partida.

             Está a tornar-se uma afronta à Instituição Futebol Clube do Porto o desempenho de algumas equipas de  árbitros destacados para os jogos no Dragão. Noutros tempos, arbitragens miseráveis como a que Jorge Ferreira e os seus auxiliares ontem protagonizaram não escapariam sem consequências...Cuidado, é arriscado abusar da sorte...


             

quinta-feira, janeiro 21, 2016

JOSÉ PESEIRO APRESENTADO.

           
(O JOGO online)

            José Peseiro já treinou esta manhã no Olival a equipa do Futebol Clube do Porto e, ao início da tarde, foi apresentado oficialmente em conferência de imprensa realizada na tribuna do Estádio do Dragão como treinador principal, por um período de um ano e meio com a possibilidade de poder estender-se por mais um.

            José Peseiro é um técnico de reconhecida capacidade técnica e profissional principalmente entre os seus pares que lhe reconhecem valor e o consideram dos mais bem preparados treinadores nacionais para o exercício do lugar. Não tendo obtido até agora muita notoriedade sobretudo pela ausência de triunfos de vulto, todos lhe reconhecem a qualidade de trabalho produzido principalmente ao serviço do Sporting Clube de Portugal e no Sporting de Braga, clubes que representou no nosso país. Estava atualmente ao serviço do Al Ahali, no Egito, onde Jorge Nuno Pinto da Costa o foi convidar e ele prontamente aceitou seduzido pela grandeza e condições de trabalho oferecidas e pela ambição de alcançar o estatuto que os anteriores treinadores obtiveram e lhes possibilitou ser considerados dos melhores técnicos do mundo.

           Conhecendo a realidade do futebol português e o que é e o que representa o Futebol Clube do Porto no contexto interno e a exigência da imensa legião dos seus adeptos quanto à obrigatoriedade de vencer todas as competições em que entra, a missão de José Peseiro pode ser tudo menos fácil. Todavia, poucos treinadores em Portugal têm à sua disposição uma organização tão profissional, experiente e valiosa em estruturas como possui atualmente o Futebol Clube do Porto. Sem ter que provar nada em relação a qualquer dos técnicos das principais equipas nacionais, José Peseiro não é inferior a nenhum deles e tem potencialidades de, em menos tempo, fazer muito mais e melhor.

           Não sei se o atual plantel do FC do Porto é o melhor de Portugal. Possui, sem quaisquer dúvidas, alguns dos melhores profissionais que atuam no futebol luso, os quais, se forem bem conduzidos e adequadamente moralizados -o grande problema neste momento do plantel é o de os jogadores restabelecerem a confiança em si próprios- a equipa será capaz de conquistar o muito que ainda há para ganhar esta época, tanto a nível interno como externo.

TAMBÉM TU, HELTON?


Helton, "copiou" Casillas.

Taça CTT
3ª fase - 2ª jornada
 Estádio 22 de Junho, em Famalicão
2016.01.20

                       FC Famalicão, 1 - FC do PORTO, 0
                                       (Ao intervalo: 0-0) 

FCP: Helton, Lichnowsky, Maicon, José Angel, Rúben Neves, aos 63' Corona, Sério Oliveira, Imbula, aos 67' Francisco Ramos, Varela, André Silva, aos 79' Ismael Diaz e Suk.
Não utilizados: Godiño, M. Indi, Omar Govea e M. Layún.
Equipamento alternativo: camisola castanha.

Treinador interino: Rui Barros.

Árbitro: Luís Ferreira (AF Braga)

Nota: na bancada, ao lado do Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, estava o novo treinador José Peseiro.


                    Partindo para esta partida com escassas possibilidades de prosseguir na prova face ao resultado negativo contra o Marítimo ocorrido no jogo inaugural da prova, a equipa do FC do Porto tinha apenas que contar com a motivação dos jogadores para conseguir um resultado positivo, considerando o momento atípico de resultados negativos por que a equipa passa e a obrigação de vencer uma equipa do segundo escalão do futebol português para por fim à onda de descredibilização que vem sendo alimentada contra o valor dos jogadores e equipa do FC do Porto.

                  Ao contrário do que muitos estariam à espera o jogo voltou a não ser favorável às pretensões e exigências devidas ao bom nome da prestigiada equipa azul e branca, mais pelo valor e vontade de vencer dos jogadores e equipa do FC de Famalicão, do que propriamente pelas incidências do jogo e oportunidades surgidas para chegar à vitória por parte da equipa do FC do Porto. O que se verificou foi que os famalicenses jogaram como uma equipa sólida e rotinada nos seus processos de jogo e os portistas constituíram um aglomerado de jogadores com qualidade técnica individual mas sem espírito de grupo ou coesão estrutural. Para além disso, o modelo de futebol praticado pelos comandados de Rui Barros verificou-se totalmente impróprio para as características desta partida contra um  adversário habituado a usar processos simples e diretos com vista à obtenção de resultados e sem preocupação de dar espetáculo. Foi a vitória do pragmatismo contra a pretensão de chegar ao triunfo com a dita "nota artística" usada pela maioria dos atletas portistas.

                 Não abundaram as oportunidades de golo para ambas as equipas, contudo foi o FC do Porto quem esteve mais vezes perto de os conseguir tendo, inclusivamente, o estreante sul-coreano SUK, cabeceado à barra um jogada ocorrida aos 85'. Por outro lado, o golo que viria a ser o resultado do jogo obtido aos 58' pelo FC do Famalicão resultou de um livre direto que transpôs a barreira por alto indo cair à frente de um Helton  que se deixou iludir pelo ressalto da bola. 

                 O maior prejuízo do afastamento do Dragão da quarta competição em importância do futebol luso é o da limitação das oportunidades aos jogadores menos utilizados de futebol de competição. Este novo desaire, embora de reduzido significado, vem num momento negativo da equipa principal que a informação social explora como se tratasse de um troféu de valor e com tradição de grande destaque desportivo.

                Dos jogadores lançados nesta partida destaco Lichnowsky e Vítor Garcia que fizeram todo o tempo de jogo, como SUK a estrear-se a titular, cujas característica já são conhecidas. Esteve sempre muito ativo (e também muito marcado de perto) e terá sido o mais destacado. Francisco Ramos mostrou qualidades para vir a afirmar-se no futuro como um jogador de alto nível.

               Luís Ferreira não teve que decidir problemas bicudos como os que resolveu em Alvalade contra o Tondela, com o senão de não ter usado no período complementar da partida idêntico critério largo que usou no primeiro tempo, de que beneficiou a equipa da casa.

segunda-feira, janeiro 18, 2016

CASILLAS DISSIDENTE TRAVA APROXIMAÇÃO À FRENTE.


 Foi ele! diz Toré.
V. Guimarães-FC Porto, 1-0 (resultado final)

I Liga
18ª Jornada
Estádio Municipal de Guimarães
2016.01.17

                Vitória SC, 1 - FC do PORTO, 0
                                   (Ao intervalo: 1-0)

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

FCP: Casillas, Maxi Pereira, M. Indi, Ivan Marcano, Miguel Layún, Héctor Herrera (cap.), aos 72' André Silva, Danilo Pereira, André André, aos 85' Sérgio Oliveira, Jesús Corona, aos 62' Silvestre Varela, Aboubakar e Yassim Brahimi.
Treinador: Rui Barros

GOLO:aos 4', por Saré, no aproveitamento de um erro caricato de Iker Casillas para ficar na história dos lances mais improváveis do futebol mundial.


                   O incrível erro de Iker Casillas que ofereceu de bandeja ao Vitória SC a vantagem de se adiantar no marcador mal o jogo tinha principiado, condicionou o desempenho da equipa portista nesta partida reduzindo as suas capacidades para inverter o sentido dos efeitos negativos que o desaire provocou. Facto incontornável que ressalta da análise final da partida é o de que a equipa tinha pela frente noventa minutos de jogo para anular e superar a vantagem dos vimaranenses mas mostrou-se incapaz de o conseguir. Neste como em jogos anteriores a equipa do FC do Porto acusa um desgaste físico e mental de síndrome aguda, notório particularmente em momentos cruciais como o de ontem em que uma vitória em Guimarães possibilitaria uma aproximação ao líder da prova que havia sofrido um empate caseiro com o último classificado e o alívio da pressão sobre a equipa. Para ultrapassar uma equipa como o Vitória de Guimarães no seu reduto, a viver um momento alto de euforia e extremamente  motivada pelos antecedentes relatados  durante a semana relacionados com o seu treinador,  a equipa azul e branca só poderia alcançar os seus objetivos com um nível alto de concentração e uso da capacidade técnica dos seus atletas que, na realidade, não foi capaz de atingir. Por isso, fracassou, mais uma vez num jogo crucial para atingir os seus objetivos.

Individualmente, os destaques positivos são muitos poucos, ao invés dos negativos. Casillas fica marcado para sempre pela maior nódoa que cometeu até hoje na sua já longa carreira de dislates. Sem explicação ou desculpa. O antigo guarda redes do Real Madrid deu uma imagem de laxismo no lance, de quem não tinha ido para esta partida motivado e nada entusiasmado. E Helton, a ferver no banco...  Maxi Pereira, parece acorrentado e cada vez menos influente. M. Indi, inseguro. Iván Marcano, terá sido o que menos acusou a pressão e esteve bem. Miguel Layún lutou, correu, esforçou-se mas falhou quase sempre nas assistências. Héctor Herrera, muito longe de que dele se esperaria, perdido na floresta do meio do terreno. André Silva, que o substitui, não fez nada de vulto prejudicado pela alta concentração de jogadores vitorianos na área da baliza de J. Miguel. Danilo Pereira, sempre generoso no esforço deu o "corpo ao manifesto" sem grandes lucros para a ordem da equipa no seu espaço. André André, no seu estilo abnegado e raçudo deu  tudo o que podia para encontrar o rumo da vitória. Saiu extenuado, dando lugar a Sérgio Oliveira aos 85' que pouco poderia fazer no fim do combate. Jesús Corona, bem marcado, esteve longe de ser referência de ataque rentável e decisivo. Foi substituído por Silvestre Varela aos 62' o qual esteve bem melhor do que o mexicano. Aboubakar, tem que parar. Tem sido praticamente um zero à esquerda de uma vírgula, a defesa em modo de autocarro usada pelo Guimarães não o favoreceu porque tem dificuldade em libertar-se das marcações cerradas em espaços curtos, não aparecendo quando a equipa mais precisa dele. De Yassim Brahim já nem sei o que deva dizer. Tem cola nas botas, serpenteia, ensarilha e enfeita de tal modo lances simples que já não há pachorra para com o seu egoísmo.

       Quando se esperava uma reviravolta na dobragem do campeonato, o Futebol Clube do Porto baqueia (com muito estrondo), mais uma vez. Só mesmo a fé inabalável de um adepto fiel pode esperar um fim  feliz...
        Consola-me  poder afirmar que Manuel Oliveira não se enganou uma única em 90'+4' de jogo em favor do FC do Porto.

                   



                 

sábado, janeiro 16, 2016

ARBITRAGEM COM CORAGEM.

           

Lusa
Tondela surpreende Sporting com empate em Alvalade
(o sol)

             Se há quem tenha razão de queixa do desempenho do árbitro da partida que ontem decorreu em Alvalade entre o sporting clube de Portugal e o cd de Tondela, primeiro e último da tabela classificativa do campeonato da I Liga, a qual terminou com um  surpreendente empate a dois golos (!), é a equipa de Petit e não a do "catedrático" JJ. Devo dizer desde já, porém, que, em todos os jogos que até agora tive oportunidade de ver através da tv, e são já em bom número, não tinha visto nenhuma equipa de arbitragem com um trabalho tão assertivo, sério, categórico e corajoso como esta equipa da AF de Braga dirigida por Luís Ferreira. Ao contrário do que pensava há, afinal, no futebol português alguém capaz de interpretar e aplicar equitativamente as regras do grande espetáculo do futebol.

               No lance contestado de forma anormal e inadmissível,  a roçar a  amotinação descontrolada dos responsáveis leoninos, a decisão do árbitro corroborada pelo seu auxiliar é pronta, clara e inequívoca: Rui Patrício comete grande penalidade  sobre Nathan ao derrubá-lo dentro da área sendo a falta passível de amostragem de cartão vermelho já que este não tinha ninguém mais à sua frente. E ponto final. Num outro lance em que de forma desabrida e ameaçadora de linchamento uma orda de  "brunos" investiu enlouquecida contra o juiz auxiliar  reclamando grande penalidade, o jogador do Tondela, só dentro da área,  interceta o remate claramente com a cabeça. Luís Ferreira terá ficado confuso num primeiro momento e apontou para a marca de penalti, mas o juiz auxiliar retificou o erro e o chefe da equipa recuou na decisão. Muito bem, pois seria um escândalo sancionar o lance absolutamente legal. Salvo em relação a uma jogada ocorrida aos 90'+5' em que o jogador visitante, Dolly Menga, rompia desde o meio campo com perigo em direção à baliza de Marcelo e foi claramente puxado por Adrian à entrada da área pelo braço agarrando-se à camisola , o juiz não terá visto a irregularidade por seguir atrás dos jogadores pelo que a falta passou em claro. Aqui e na arruaçada levantada pelos numerosos elementos que andam habitualmente na linha lateral em Alvalade e dos que estavam no banco a quando da pretensa grande penalidade que a equipa de arbitragem, incluindo o quarto árbitro, nada viram de ilegal,  terão surgido as única falhas de vulto não penalizadas e, ainda assim, em benefício do sporting.

                  Quem viu  sem emoção e com muita atenção o que ontem se passou no jogo entre o lanterna vermelha do Petit e o primeiro da classificação do impante campeão de inverno Jorge Jesus e, no final, ouviu e viu as afirmações do Bruno valentão e do seu treinador quase campeão, não pode deixar de pensar que se os dirigentes do futebol português não fossem o que são e tivessem a coragem demonstrada pela equipa de arbitragem liderada por Luís Ferreira, não desperdiçariam tão boa oportunidade para limpar o excremento que emporca o nosso futebol. 



                     

          

 

quinta-feira, janeiro 14, 2016

ALMA PARA LÁ DE ALMEIDA...






Boavista-FC Porto, 0-1 (destaques)
1/4 de Final
Estádio do Bessa, Porto
2016.01.13


               Boavista FC, 0 - FC do PORTO, 1
                                 (ao intervalo: 0-1) 

        Golo obtido aos 24', por Y. Brahimi, numa bela jogada individual conduzida pela esquerda com remate rasteiro que foi entrar junto ao poste contrário com Mikra a tocar-lhe com a luva. 

FCP: Helton (cap.), Maxi Pereira, I. Marcano, Martins Indi, M. Layún, Héctor Herrera, Danilo Pereira, Evandro (37' Imbula), Silvestre Varela, Aboubakar (André Silva, aos 90' + 4', Y. Brahimi (aos 83' Rúben Neves).
Treinador: RUI BARROS

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)


PONTOS QUENTES DO JOGO:                       

                    - O FC do Porto terminou a partida com  10 jogadores por expulsão de Imbula aos 68' a castigar jogo duro do médio francês do FC do Porto (pisão na zona do tornozelo num péssimo plágio do que João Mário e João Pereira executaram às pernas dos jogadores bracarenses sem qualquer sanção... ); 
                     - Ao defender uma grande penalidade aos 90'+6' do encontro, Helton evitou o prolongamento e garantiu a passagem dos azuis e brancos às 1/2 finais, ressarcindo-se de lance anterior que abriu a Uchebo a baliza para um golo fácil evitado por M. Indi.
                     - "juiz" algarvio exibiu seis cartões amarelos e um vermelho direto aos jogadores do FC do Porto e UMzinho (!!!) a jogador da equipa da casa. Permitiu  aos boavisteiros toda a sorte de rispidez e agressões punidos em todo o tempo de jogo com UM cartão amarelo!!! Pairou a ideia de que o FC do Porto teria que jogar domingo em Guimarães com a equipa B...

                      - Tendo assumido o controle do encontro ao longo de toda a primeira parte, de forma inequívoca, o FC do Porto permitiu que o Boavista FC invertesse a seu favor a dominância no período complementar. A saída de Evandro e a (não) entrada em jogo do apático Imbula foram determinantes no baixo rendimento da equipa de Rui Barros.

                       -Evandro, o médio dos Dragões que se vinha a mostrar-se muito inspirado e elo influente na ligação do jogo do ataque portista, foi afastado do jogo pela sucessão de faltas duras que sofreu de vários jogadores da equipa da Boavista, que lhe causaram lesão física impeditiva de continuar em campo, perante a passividade de um árbitro sem critério na avaliação nem equidade no julgamento das faltas.

                         - Além de oportunidades falhadas, o FC do Porto viu os ferros da baliza de Mikra abanarem com dois remates de Marcano (1ª parte) e Aboubakar (2ª parte) e, aos 10', 14', 22', 29', 36', 40', 44', 55' e 86', aqui numa arrancada fulgurante de H. Herrera que Aboubakar não aproveitou.

SÍNTESE DO JOGO: o Fc do Porto esteve melhor na primeira parte do que o Boavista na segunda. No balanço da refrega, a passagem às meias finais por parte dos Dragões é justa, sendo de reconhecer que a vitória foi tudo menos fácil tanto pela réplica do antagonista como pelo desempenho sem réstia de categoria de assoprador Bruno, o mesmo que na época passada expulsou Maicon no Dragão contra os axadrezados num lance onde não houve contacto. Nos dois lances mais polémicos da partida -expulsão e penalti- a decisão é a correta se for aplicada em qualquer estádio e a todas as equipas.

JOGADORES E EQUIPA DO FC DO PORTO: Não se entendeu a diferença de qualidade de jogo da equipa do FC do Porto da primeira para a segunda parte. Para além do mais, os jogadores deixaram-se envolver nas provocações dos  boavisteiros sem vantagens e as consequências poderiam ainda ser maiores perante uma arbitragem aberrante e persecutória como se viu fazer ao Almeida.

Enquanto jogou Evandro esteve bastante bem, mas Y. Brahimi pelo que jogou e pelo valoroso golo apontado merece mais destaque. Silvestre Varela fez o jogo inteiro (!) tendo sido muito útil pelo muito que fez pela equipa. Bem. Helton quase borrava a pintura mas livrou-se da nódoa ao salvar a sua equipa de um problemático prolongamento. H. Herrera pareceu-me em regime de contenção física mas, com o jogo a ir para o fim e mais adiantado no relvado, foi o Herrera do último jogo. Imbula, já não está cá e, deste modo, não conta. Vá chorar no colo do paizinho.

RC.

 

                         
                     
                    
 
         

domingo, janeiro 10, 2016

ALMA PORTISTA ESTAVA NA BOAVISTA


 

Primeira Liga
17ª Jornada
Estádio do Bessa, Porto
2016.01.10

                    Boavista FC, 0 - FC do PORTO, 5
                                                         (ao intervalo: 0-1)

Héctor Herrera, Jesús Corona, Aboubakar (2) e Danilo Pereira.


       FCP: Casillas, Maxi Pereira, Martins Indi, Ivan Marcano, Miguel Layún, Héctor Herrera (cap), aos 82' Imbula, Danilo Pereira, André André, aos 71', Evandro, Jesús Corona, aos 78' Silvestre Varela. Aboubakar e Yassime Brahimi.

       Treinador: Rui Barros

      Árbitro: Flávio Veríssimo

          0-1:
          O FC do Porto abriu o marcador aos 12' numa jogada iniciada por Brahimi no flanco esquerdo cedendo, depois, a bola a André André que a fez chegar com um passe preciso para H. Herrera, o qual, já dentro da área dominou com o peito, fez uma rotação perfeita e enviou em jeito para o lado direito da baliza sem defesa.

       0-2:
      Aos 48' por Jesús Corona numa jogada individual de grande execução técnica desenvolvida numa trajetória em diagonal por entre a defensiva do Boavista, concluída com um pontapé sobre a relva para o poste contrário. Belo trabalho do extremo portista.

       0-3:
      Alguns minutos depois, Aboubakar voltou aos golos numa assistência de Miguel Layún para a cabeça da área com o africano a rematar baixo e forte sem preparação, depois de várias tentativas sem sucesso. 

       0-4:
      Aboubakar visa aos 81' de novo assistida pela direita por Miguel Layún, desta vez em cuzamento por alto e entrada de cabeça do camaronês.

      0-5:
      Danilo Pereira fechou a manita aos 90'+3' em nova assistência de Miguel Layún e emenda de cabeça de Danilo Pereira.

      Mesmo para quem não tivesse acompanhado as incidências ocorridas nos últimos dias no seio da equipa portista, que levaram à saída do treinador Julen Lopetegui e à assunção do comando da equipa por Rui Barros, teria notado diferenças na habitual atitude dos jogadores relativamente ao modo como antes se aprestavam para enfrentar os adversários. Nos rostos fechados dos atletas adivinhava-se a determinação em mostrar que a equipa vive emocionalmente este momento atípico da vida interna do plantel e uma genuína vontade de voltar a ganhar a confiança e o apoio da massa adepta. Os primeiro movimentos da equipa vieram  confirmar a mudança de atitude pela concentração posta na disputa de cada lance e na vontade de fazer as coisas bem mesmo que, num ou noutro lance, nem sempre da melhor forma. Sem muitos rodriguinhos (exceção feita aos excessos de Y. Brahimi pela insistência em sair das jogadas sempre em dribles) ou passes para trás ou para os lados e com muita atividade no miolo com Héctor Herrera a constituir um problema irresolúvel para os boavisteiros por estar sempre em lugar diferente no meio, nos flancos ou na cabeça de área, o FC do Porto não deixava o Boavista respirar, ter bola e sair com perigo real do seu reduto não obstante as enérgicas tentativas com que tentava consegui-lo.
Tendo desfeito cedo a igualdade inicial os dragões não puderam contudo avolumar com mais golos as reais diferenças de valor entre as duas formações também porque os rapazes de Sanchez não cediam nas suas barreiras e nas tentativas de furar a hegemonia da defesa portista, com Marcano e M. Indi a jogar prático e a tempo. Com o magnífico golo de Jesús Corona, já no período complementar e por alguma quebra física e anímica dos panteras negras, o Futebol Clube do Porto tomou por inteiro o controle da partida e o avolumar do resultado foi alcançado com toda a normalidade. Dispensável e por demais despropositados os olés que se ouviram por alguns momentos no dealbar da partida pois a dignidade da equipa do Boavista não o justificava.

Assumindo a liderança numa situação de emergência há que sobrelevar a inteligente atitude de Rui Barros ao formar a equipa exatamente como no último jogo que seria o derradeio do honesto espanhol Julen Lopetegui. Honrou o seu antecessor e deu a oportunidade aos jogadores utilizados em mostrarem que valem muito mais do que antes tinham feito. No banco foi o Rui Barros que conhecemos, calmo, atento e interveniente q.b..

O rotundo resultado conseguido não deve ser motivo para escamotear insuficiências que perduram há muito em alguns dos jogadores, as quais, obviamente, se refletem no nível exibicional da equipa. Yassime Brahimi, sem prejuízo da maneira como procura fazer as coisas bem feitas, mantém a sua tendência para resolver tudo sozinho e o excesso de dribles impede que decida bem o último passe. Aboubakar, sempre generoso no esforço, sente muita dificuldade em fugir às marcações "em cima". Casillas denuncia alguma intranquilidade e, defensivamente, falha a coordenação de movimentos dos seus elementos e, algumas vezes, o apoio do resto da equipa. Um pormenor para o qual parece não haver antídoto é o desperdício dos livres diretos.

 Héctor Herrera, agora líder da equipa com a braçadeira de capitão, está em grande forma e voltou a ter papel decisivo no resultado alcançado. 

Flávio Veríssimo geriu (muito) mal a amostragem de cartões porque o jogo, viril mas correto,  não justificou tantas cartolinas amarelas. Esteve bem no julgamento das hipotéticas faltas dentro da área e na exibição do cartão amarelo a Ikar Casillas porque seria inadequada, numa jogada ocorrida longe da baliza e em posição lateral com reduzidíssimas possibilidades de ser concluída com êxito.

RC.


 

 

sexta-feira, janeiro 08, 2016

JULEN LOPETEGUI.

     
                                                 Julen Lopetegui com Iker Casillas

       Tudo apontava para o rompimento coercivo do vínculo contratual do responsável da equipa técnica do Futebol Clube do Porto, depois da degradação do ambiente no seio dos adeptos em resultado dos últimos insucessos verificados neste inicio do ano. Nem tarde nem cedo, a rescisão que estaria já a ser equacionada de há tempos a esta parte, foi concretizada no altura em que teria que ser feita: à Jorge Nuno de Lima Pinto do Costa, o Presidente dos presidentes.

       A vida do técnico Julen Lopetegui no Futebol Clube do Porto foi tudo menos fácil desde que os seus ténis pisaram pela primeira vez a relva do centro de treinos do Olival-Gaia. Nunca, que me recorde, em mais de setenta anos de acompanhamento e paixão pelo melhor Clube de Portugal, algum outro técnico foi tão achincalhado, insultado, perseguido, humilhado, atacado, desqualificado, discriminado, rejeitado e desprotegido, de fora (por motivos que facilmente se descortinam...) e, de dentro pela onda de contestação e adesão às conhecidas campanhas de descredibilização dos media da corte lisboeta  em que se deixou envolver a falange de adeptos do colosso azul e branco.

       Provavelmente jamais se conhecerão as verdadeiras causas do claro insucesso desportivo do espanhol-basco (nojenta e ignorante designação de um cidadão de uma nação amiga que integra a Comunidade que os dois países peninsulares quando usada com intuitos pejorativos e olvidando o número dos seus compatriotas que trabalham no clube), para além dos muitos defeitos e nenhumas qualidades que lhe foram apontadas pelos treinadores de sofá, a fazer coro com os fracassados e despeitados treinadores seus iguais na profissão. Ouvi, hoje, no canal público da tv, um avozinho com muita queda para ator e laureado campeão na prestigiada liga egípcia que se arrasta por aí em busca de uma nesga de luz, a esganiçar-se (como diria Pedro Arroja) naquela voz efeminada que tão bem lhe fica, a falar de cátedra do seu colega de profissão apontado a incompetência de Lopetegui para "ler o jogo" (que originalidade!) e de tomar as medidas adequadas para alterar o rumo de jogo. É, apenas, um simples pormenor, mas esclarecedor.

       Não me pronunciando sobre a competência técnica do agora ex-treinador do FCP por não possuir dados objetivos dos seus processos de treino e dotes de liderança, não posso deixar de afirmar que foi notória a sua vontade de fazer as coisas sempre bem, que se comportou de uma forma exemplar no trato e exímio nas conferências de imprensa, que foi clara a sua adaptação a Portugal e ao Porto e rapidamente percebeu o que é distintivo entre o Futebol Clube do Porto e os outros clubes da Corte alfacinha. Por tudo isso, obrigado Julen Lopetegui e Deus permita sejas feliz onde quiseres.

       Não retiro a mínima confiança ao "meu" Presidente quanto à escolha do sucessor de Julen Lopetegui. Seja qual for a sua decisão, tenho a certeza de que será pensada e criteriosa. Aceitá-la-ei sem relutância.

         Se tivesse oportunidade de emitir uma opinião, consideraria manter até final da época Rui Barros, em detrimento de Luís Castro do FC do Porto B, porque ambos conhecem muito bem os planteis que dirigem, adiando para a próxima época uma decisão definitiva. Rejeito uma oportunidade para Marco Silva, sem identidade com o povo nortenho (lembram-se do Estoril-FC do Porto do 2-2, com certeza...) em detrimento de Nuno Espírito Santo, um homem da casa com bom trabalho em Vila do Conde e no complicado ambiente andaluz de Valência.  Vilas Boas, tem a minha simpatia e não relevo a saída para o Chelsea tal como ocorreu não obstante o risco de não voltar a ser (tão) feliz como quando se sentou na sua "cadeira de sonho". Paulo Bento, nem morto não terá hipótese!

       Termino com uma recomendação aos assobiadores e abanadores de lençóis: para o nosso grande Presidente, que não tem quem se lhe compare no Mundo do desporto, o efeito deste tipo de manifestações influenciaram tanto na decisão como se fossem cócegas feitas a um defunto. Sendo assim, a alternativa é aplaudir. Muito, porque outro que tal só o conheceremos lá para o século XXII.

      

quinta-feira, janeiro 07, 2016

RIO BRAVO COLOCA NAVEGAÇÃO EM RISCO


(Foto Público)

I Liga
16ª Jornada
Estádio do Dragão, Porto 
2016.01.06 - 20:15


                     FC do PORTO, 1 - Rio Ave, 1
                                  (ao intervalo: 1-1)

FCP: Casillas, Maxi Pereira, Marcano, M. Indi, Layún (86', Varela), Danilo Pereira (64', Rúben Neves), Héctor Herrera (cap), André André, Corona (71' André Silva, Aboubakar e Brahimi.
Treinador: Julen Lopetegui

Árbitro: Rui Costa (Porto)

Marcador: 1-0, aos 22' por Héctor Herrera, na sequência de jogada de envolvimento dentro da área, com o mexicano a dominar com o pé direito e a rematar forte de pronto com o esquerdo, batendo a bola na cabeça de um defesa contrário desviando Cássio da sua trajetória.
1-1, aos 33', por João Novais, num remate não muito intenso de 25 metros com o esférico a bater no corpo de Danilo Pereira e a entrar pelo lado contrário ao movimento de Casillas.

Lances a evidenciar:
                      
                             -aos 40' Aboubakar, no flanco direito, trabalha a bola executando um centro para o interior da área onde André André aparece a cabecear para a baliza contra o interior do poste; a bola ressalta para o lado contrário sobre o risco branco e de novo André André emenda de cabeça para a baliza com Cássio a evitar o golo cantado com uma palmada, para canto.

                              -aos 20', Brahimi entra na área com a bola dominada sendo empurrado por um adversário, mas Rui Costa não sancionou a falta evidente.


Ao Futebol Clube do Porto não basta obter os melhores dados estatísticos dos jogos porque são os golos que materializam as vitórias pelos pontos que produzem. Ontem, os números foram avassaladores mas servem apenas para demonstrar a tremenda ineficácia na conclusão das oportunidades criadas e a atual incapacidade individual dos jogadores do FC do Porto em superarem o estado emocional por que a equipa está a passar. Ao longo dos 90'+5' em que a partida se desenrolou sobre um relvado aparentemente impecável, o jogo decorreu em metade do tapete verde, mas de uma forma quase sempre arrastada, sincopada, previsível, logo facilmente anulável por uma equipa modesta mas muito solidária, bem organizada e extremamente confiante, de tal forma que pareceu em algumas fases da partida intimidar os jogadores da casa perante a ameaça real de sofrerem maiores estragos. Se do ponto de vista da entrega ao jogo e vontade de mudar o rumo negativo dos acontecimentos pouco há a criticar no desempenho dos jogadores, é impossível escamotear a notória a falta de confiança individual que se reflete no desenvolver das jogadas do que resulta um futebol insípido, impreciso,  lento a maior parte das vezes, facilitando o trabalho do antagonista a quem é concedido demasiado tempo para se reagrupar e anular facilmente as investidas de ataque.

Num cenário de insucesso como ontem à noite aconteceu com menos de vinte mil adeptos nas bancadas do estádio mais belo da Europa não favorece muito a vontade de fazer apreciações ao rendimento individual dos jogadores das gloriosas camisolas azuis e brancas. Não há, efetivamente, razões para elogiar o desempenho técnico dos atletas porque, de um modo geral, nenhum deles atingiu o nível que lhes é atribuído. Só vi Cássio, guarda redes da equipa de Vila do Conde. A fortuna busca-se e os azares superam-se com classe. Se ela existe, que se mostre. 

O desaire com o Rio Ave engrossou a corrente e a navegação do barco tornou-se ainda mais problemática.