quinta-feira, novembro 11, 2010

RIO TURVO.

         Manuel Tavares, em "O JOGO", hoje:

         "Já poucos se recordarão que o processo ontem concluído em tribunal com uma sentença que iliba o FC Porto e o antigo presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, de qualquer ilícito penal, ou outro, teve origem na campanha política que Rui Rio liderou.

          Percebe-se, agora, que mais do que dúvidas reais sobre os termos em que foram feitas permutas de terrenos ou de avaliar volumetrias, o que conduzia Rio foi evidentemente uma linha de política que visava afrontar e também afirmar-se contra Pinto da Costa e contra o PS de Fernando Gomes, que o presidente do FC Porto apoiou.

          Hoje, em tempo de vacas magras para o país e mais ainda para a região Norte,volta a ouvir-se o discurso da necessidade de trazer à boca da cena as marcas mais valiosas como a do FC Porto ou da do Vinho do Porto, como condição indispensável para impedir que a cidade se afunde no marasmo da imobilidade de várias raízes e matrizes.


          E esta realidade terá, mais cedo ou mais tarde, de ter também o seu julgamento, não em tribunal mas nas urnas. Porque, na verdade, para além de ter objectivamente denegrido uma instituição enorme da cidade, o que Rui Rio mostrou até agora é que não teve alternativa credível para o desenvolvimento sustentável do Porto. É verdade que as contas estarão contabilisticamente mais equilibradas mas se virmos bem, não há obra mais visível no Porto que justamente a nova Antas, em torno do Dragão."

          Na edição papel de hoje do JN, Rui Rio, justifica a acção interposta em tribunal contra o engenheiro Nuno Cardoso, deste modo:

          "A Câmara limitou-se a cumprir a sua obrigação. Se não o fizesse o MP (Ministério Público) sozinho a pedir uma condenação dos arguidos por terem lesado a autarquia, enquanto a Câmara estaria abdicar de uma indemnização a que teria direito".

          Vem a propósito lembrar que foi Rui Rio, já então presidente da Câmara do Porto, quem levantou objecções burocráticas à construção do Estádio do Dragão que obrigaram a que Pinto da Costa  suspendesse as obras, as quais só viriam a ser retomadas trinta e um dias após terem sido  suspensas, tendo estado em causa a sua conclusão a tempo de ser utilizado no Euro2004.
(Os sublinhados são meus)

2 comentários:

  1. Caro Remígio
    Já uma vez comentei e mostrei a minha estranheza pela (RE)eleição desse rio que subverte o Porto como cidade e o PORTO como clube.Não sei até bem,associados que estão tão intimamente, onde começa um-clube- e acaba o(a)outro(a)-cidade...Tantos séculos de história e UM SÉCULO de Vitórias-com o nome na ourela-não se deveria NUNCA - JAMAIS!- ter permitido que um rio-qualquer tivesse cerrado as portas ao clube de PORTO vestido.Eu, que as gentes do Porto(cidade) tenho em alta estima e consideração,não cheguei (nunca) a "perceber" tamanha ... afronta.
    Quero crer, que na próxima, o povo sereno e firme lhe mostrará o cartão VERMELHO - DIRECTO!
    Abraço amigo
    João Carreira

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  2. Caro João:

    Este Rio é o exemplo perfeito do que são alguns indivíduos que chegaram ao poder através dos aparelhos partidários em que se integraram, por quem foram indigitados sem preocupações com o seu perfil.

    Sem se preocupar que, uma vez eleito, lhe cumpre aproveitar todas as mais-valias do seu município para o valorizar, Rui Rio, tendo chegado ao poder sem o apoio de Pinto da Costa, mandou às malvas os prejuízos incomensuráveis para o Porto e para o País e "virou as costas" ao mais valioso instrumento de publicidade de que poderia dispor para o conseguir. Sobrepõe aos seus tiques de tiranete vingativo aos superiores interesses da cidade e vota ao ostracismo a instituição que até hoje, e amanhã, mais fez e vai continuar a fazer pelo Porto e por Portugal.

    Mas até os tiranos não duram para sempre.

    Abraço.

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