No Estádio Mais Belo da Europa, hoje:
FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 2 - Portimonense, 0
(Valter, 9 m. e Hulk, g.p. aos 90)
Se dissesse que sem Hulk não é a mesma coisa eu estaria apenas a constatar que, esta noite, contra um excelente Portimonense, todos os jogadores do FC Porto que vieram do banquete que ali mesmo se realizou no último domingo, ainda não tinham completado a digestão. Consentindo em manter a toada de jogo num ritmo de treino de terças-feiras, os visitantes puderam controlar a maioria dos jogadores da casa e, valendo-se da excelente técnica individual de algumas das suas peças como Candeias, Ivanildo e o avançado centro brasileiro que retive na memória mais pela classe que evidenciou do que pelo nome, iam deixando no ar a possibilidade de poderem chegar ao golo.
Na última meia hora da partida, fosse por incitamento do banco ou por efeito das alterações efectuadas por Villas Boas, os Dragões aceleraram as suas movimentações atacantes e as jogadas na área dos visitantes tornaram-se mais próximas de chegarem ao golo. Que só viria a acontecer no último minuto, depois de uma rasteira a Uckra dentro da área passível de livre directo, que o "Incrível" não desperdiçou, pese embora Ventura ter acertado no lado onde a viu entrar.
Parecendo-me um resultado ajustado ao modo como o jogo se repartiu e bastante para os objectivos imediato que visavam a vitória e o amealhar de mais três pontos mantendo o conforto dos dez de avanço e, em caso algum, não colaborar na moralização que o seu adversário directo almejou amealhar com os notáveis triunfos na Taça da Independência angolana e a quase igual cabazada do Dragão com que vergou, na Luz, o último classificado do campeonato ZonSagres, o nível exibicional poderia ter sido algo acima do que, em boa verdade, me pareceu ter.
Por imperiosidade e por opção de VB, entraram na equipa atletas com menos oportunidade para serem primeiras opções e outros tiveram que actuar em posições diferentes das que ocupam mais frequentemente. A partir da defesa, Fucile não comprometeu e Otamendi voltou a confirmar que está determinado em não facilitar a vida a Maicon. Rúbem, aqui e ali, foi lembrando os argumentos que o trouxeram para o Porto e Guarin faz tudo para obrigar Miguel Sousa Tavares a dar o braço a torcer. Quem, uma vez que seja, intente falar de Valter para o comparar a Falcao, que deixe de falar de futebol e dedique-se à pesca. Se o colombiano, no seu estilo próprio, é já um dos melhores da Europa, o jovem brasileiro também o virá a ser mas no seu estilo e características próprias que em nada se assemelham ao seu colega titular. Cristian Rodriguez entrou no jogo para substituir um Varela em noite pouco feliz, quer no desempenho quer na possível lesão que o poderá tirar, mais uma vez, da da selecção nacional e, para o segurar a defesa dos algarvias recorreu à falta, uma delas dentro da área que deu origem ao penalti que fecharia o resultado, a cargo de Hulk. Uckra, quase voltava a perder a oportunidade de mostrar o muito que vale, ao ser atingido por mais um golpe violento que o árbitro consentiu aos forasteiros ao longo da partida e cumpriu. Castro, pelo que mostrou, justificava ter chegado ao jogo um pouco mais cedo.
Givanildo Vieira de Souza, não fossem os último vinte minutos do jogo e eu estaria agora aqui a escrever que o "Incrível Hulk" era "aquele que tinha o número 12" na camisola, que até marcou um golo, de penalti.
Demasiada descompressão.
ResponderEliminarÉ natural e compreensível que depois de uma vitória tão retumbante e tão categórica como a de domingo passado, haja tendência para descomprimir, baixar o tom, pensar que o mais difícil já foi conseguido e não é necessário manter a mesma atitude, o mesmo espírito e a mesma concentração como contra o Benfica. Compreendo isso muito bem e ia mentalizado que esta noite não seria de Ópera, mas também não ia à espera de tanto cinzentismo, de uma música tão desafinada. Quando num domingo à noite, contra um adversário pouco apelativo, com todo o respeito pelo Portimonense e com um tempo chuvoso e frio, se tem 40.418 espectadores no Estádio, não se deve baixar tanto o nível exibicional, passar de 80 para 8. Com isso "mata-se" o entusiasmo, desmobiliza-se os adeptos, perde-se o estado de graça. As alterações, que foram várias, servem como atenuantes, mas não explicam tudo. O problema que afectou esta noite a equipa do F.C.Porto foi um mal que, pensava eu, estava definitivamente ultrapassado e dera lugar à imagem de marca do Dragão de Villas-Boas: um colectivo forte que potencia as individualidades. Hoje as individualidades quiseram fazer tudo sozinhas, marcar golos de qualquer maneira, até do meio-campo e assim, nem brilhou o colectivo nem brilharam as individualidades. Ganhamos, mantivemos a distância e isso é fundamental, é o que importa, dirão alguns. Pois, mas para mim isso não chega, é possível juntar o útil ao agradável e hoje foi como um regresso ao passado recente. No passado noites como esta eram a regra, espero que com Villas-Boas, sejam a excepção.
Um abraço
Foi realmente uma exibição muito apagada, aquela que os atletas portistas ofereceram à boa assistência presente (mais de 40.000 é obra!), para assistir a um jogo contra um dos últimos classificados.
ResponderEliminarVillas-Boas, apesar das suas claras mensagens para o grupo de trabalho, não conseguiu evitar um relativo relaxamento, que a vantagem pontual, sempre provoca no espírito da equipa.
Ainda que as ausências de peso fossem consideráveis, a categoria dos jogadores utilizados exigia outra performance.
Destaques positivos:
O belo golo de Walter;
A manutenção dos dez pontos de vantagem;
O 11º golo de Hulk em 11 jogos do campeonato;
A décima vitória em 11 jornadas;
O 28º jogo consecutivo sem experimentar o amargo sabor da derrota.
Viva o FC Porto!
Um abraço
Caro Remígio
ResponderEliminarJá tinha dado o bota -fora no comentário,ao seu post de hoje (e como não o gravei antes...) houve p'ráqui um quid pro quo e uma mensagem de" error 503 no server"(sic) e lá se foi o dito cujo. Porra que é azar,e não consigo fazer nada para recuperá-lo...
Assim,fico pela rama e que concordo em absoluto com o seu post.
EU diria que o jogo me desagradou em absoluto...e que houve momentos, em que me pareceu que o scportimonense,com outra fé e mais ousado poderia ter escandalizado o país desportivo...
Dos nossos, pouco (a não ser o resultado e o Belluschi ) a dizer, para não os desancar.
Dos outros,confirmo em pleno o que disse do ANDRÉ PINTO , qdo o transferiram cá p'rós algarves.Com um jogador destes à mão,NÃO teria havido necessidade de se ir gastar uma pipa de massa,na aquisição do Otamendi (até agora e qto a mim,um jogador normalíssimo...).Não me venham com a treta que o moço precisava de rodar.O AVB,deveria ter tido mais tomates para o manter em casa.A tal prata da casa,purinha & sã,que em ouro se transforma se se lhes dá a ...alternativa. No caso,este AP não fica a dever nada ao MAICON & OTAMENDI !
De resto, foi a pobreza antiga, as três velocidades :devagar/devagarinho /e a passo,de um passado (ainda) bem recente.Há que ter respeito por quem vai ao estádio,gasta do pouco que lhe resta(?!)e sai de lá a chuchar no dedo.AVB & JNPdaCosta,não devem ter gostado do filme... falem lá com os "artistas",para manterem a galhardia e consideração por quem tanto os admira!
Ah!A falta que origina o penalty é cometida sobre o CRodriguez e não sobre o UKRA,como por lapso indica.
Um resto de noite feliz
Abraço amigo do
João Carreira
Caro João:
ResponderEliminarComo já aqui descrevi, essas "sacanisses" da máquina são de por os cabelos em pé a...um morto!
Veja que, ainda ontem, quando finalizava um post, caiu a corrente! Fiquei sem pinga de sangue. F...-se, lá se foi esta m...! (é uma fórmula nada ortodoxa, que não consigo dominar quando estou só...) Segundos depois, voltou a corrente e, sem qualquer esperança de recuperar a peça que tinha terminado, constatei que, afinal, não estava apagada. Lá tive que acatar a contrição interior que foi imposta pelo bom senso...
Na previsão do jogo fui alertando para os riscos de uma menor concentração dos jogadores contra o Portimonense acrescida das alterações na equipa, pela determinação e valor do opositor e as incidências próprias de um jogo que tem muito de aleatório e de sorte.
Não obstante, confesso que esperava um desempenho bem acima do que se viu especialmente na aplicação, que me pareceu abaixo do que, mesmo em contenção, seria exigível. Devo dizer que, nesse capítulo, o Portimonense foi inexcedível: raça, virilidade perto do limite, colectivismo e valor individual de alguns dos seus atletas.
Também muitas vezes me tenho questionado sobre contratações que, para quem está de fora como nós, não têm sentido. Mas, se pensarmos bem, para se fazer uma carreira na mesma equipa desde a formação até à equipa principal, só está ao alcance de verdadeiros craques. Para não se correrem riscos que podem comprometer a participação em provas internacionais, tem resultado fazer rodar noutras equipas jogadores com potencialidades para virem a jogar no clube que os formou. Tome-se como exemplo o que se passa no Sporting, que os faz grandes jogadores na primeira equipa, mas com custos evidentes.
E, no fundo, há também aqueles negociozinhos que, neste mundo, ninguém dá um porco por um chouriço...
Um abraço.
PS. Já tinha dado pela troca de Rodriguez por Ukra no lance do penalti, mas mantive o erro intencionalmente...para "testar" a atenção daqueles que tiverem a "pachorra" de me ler até ao fim. Claro que o João só podia passar. Obrigado.
ResponderEliminarCaro Remígio
ResponderEliminar...comigo é trigo limpo & farinha amparo...Não falho um post seu,desde que o "acompanho" nos comentários inseridos no Blog do Vila Pouca.Gosto de coisa bem escrita,com sentido de humor e perspectivas para lá da média,como acontece nos seus escritos.Não se pense que é "graxa",não...leio-o SEMPRE de fio a pavio,por isso,já sabe...aqui,neste sul longínquo, está um gajo que seria LENTE nas Novas Oportunidades,do n/bom "engenheiro"(?) zé -filósofo e "censor" (Deus-nos-acuda!)dos seus post's quando a ...falha (raramente) acontece.
Resto de noite feliz
Abraço amigo
João Carreira