terça-feira, novembro 09, 2010

ROBERTO É UM FENÓMENO!

         ROBERTO GIMÉNEZ GAGO, guarda-redes do Sport Lisboa e Benfica,


          Foi uma escolha pessoal de Jorge Jesus que custou ao Benfica a módica quantia de 8,5 M€, vindo do Atlético de Madrid, onde não era primeira opção e, como emprestado, fez meia época no Saragoça onde terá revelado excepcionais qualidades para o lugar que ocupa.


          Chegou a Portugal com o auréola de uma gema descoberta num rasgo de fortuna por um sortudo garimpeiro, como é habitual quando estes astros se destinam ao Benfica Lissabon, e os seus méritos reais ou fictícios enchem as páginas dos jornais e abrem telejornais de horário nobre, privilégios de que gozam em exclusivo os que alcançaram o zénit das suas ambições que é vestir a camisola do clube da Dona Vitória.

           As primeiras exibições do gigante espanhol foram um fiasco absoluto, provocando uma reacção negativa dos expert do burgo, de que fizeram coro até os generosos órgãos oficiosos da "instituição da águia" que só a contra-gosto desmerecem dos insucessos do "clube do regime". Mas, Robertinho, com o decorrer dos jogos, fosse pela viragem da roda da fortuna ou porque as suas qualidades intrínsecas se soltaram e se tornaram visíveis, tem feito tudo para desmentir as conclusões mais pessimistas que sobre ele recaíram.

           Aqui neste blogue até eu, que conheço tanto de bons guarda-redes como de um puro-sangue de Alter, me atrevi (reparem até onde pode chegar o despautério) a subestimar o talento que os verdadeiros e insuspeitos especialistas lhe reconheceram e não olharam a meios para o contratar.

           Ao contrário do que o texto até aqui possa ter levado a concluir, o que me motivou a falar do polémico Roberto não tem que ver com a sua faceta futebolística, mas com a imagem de moderação e sensatez de que me tenho vindo a aperceber através das declarações e atitudes que lhe respeitam, concretamente na semana que precedeu o embate do Dragão, entre o actual campeão e o futuro, onde o "pobre" espanhol foi sujeito a trabalho forçado pelas vezes que teve que ir ao fundo da baliza.

           Ao contrário de outros que pensam jogar melhor com as palavras do que com os pés ou as mãos e para isso receberam melhor instrução da que tiveram nas letras, e as usam com o objectivo de desestabilizar a concorrência e, com elas, muitas vezes alimentarem e fomentarem o confronto entre adeptos e simpatizantes, Roberto, nas declarações que tem produzido desde que está em Portugal, tem mostrado um sensatez e moderação invulgares que, por serem raras nas hostes encarnadas, me impressionaram e sensibilizaram positivamente.

           Quem esteve atento às entrevistas que concedidas na semana que precedeu a vinda ao Dragão, pôde constatar o tom cordato e a brandura do discurso que adoptou, falando sem azedume das críticas que lhe tem vindo a ser feitas, não se expondo em afirmações polémicas ou susceptíveis de alimentar ódios que, tantas vezes, são causa de violência entre seguidores de emblemas concorrentes, em particular entre o Futebol Clube do Porto e o Sport Lisboa e Benfica.

           Por isso, já não me surpreendeu a sua atitude de grande desportivismo e de fair play quando, no decorrer da segunda parte do jogo de domingo e estava na baliza do topo sul, tendo atrás de si a claque dos super-dragões, foi bombardeado com várias bolas de golfe (tratarei deste assunto no próximo post) arremessadas na sua direcção, uma das quais o atingiu na zona renal com os efeitos que se calculam. Em circunstâncias idênticas temos visto, cá dentro como lá fora, jogadores a tentar tirar partido destas situações, não raras vezes sem motivos sérios que o justifiquem ensaiando verdadeiras cenas teatrais tentando obter benefício a seu favor. Não foi o caso do guarda-redes do Benfica que, nitidamente molestado, reclamou discretamente a presença do árbitro, sem um gesto de revolta e sem qualquer excessiva demora na interrupção da partida, não desconhecendo, por certo, as gravíssimas consequências que seriam cometidas ao Futebol Clube do Porto se, porventura, tivesse que sair do campo em resultado daquela condenável acção, tivesse ou não razões objectivas que o justificasse.

           Mesmo que o extraordinário Roberto não venha a alcançar os objectivos de se tornar um dos grandes no seu posto, mostrando-se exímio na tarefa para que foi contrato, será sempre merecedor de ser considerado um VENCEDOR, grande desportista e um cidadão exemplar.




         

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