
Quem viu, não precisa que lhe descrevam o que foi o espectáculo de Camp Nou, porque ninguém será capaz de narrar o feérico movimento de estrelas cadentes num céu em noite de verão, como me pareceu ser o raro momento de futebol vivido em Barcelona.
O embate entre os dois colossos do futebol espanhol e mundial, foi objecto de destaque amplo na comunicação social portuguesa que, a maior parte das vezes, não merecem no nosso país os encontros entre as nossas principais equipas, salvo se se tratar do derby da segunda circular alfacinha.
. As reportagens e noticiários, bem como os comentários de que tive conhecimento, não apresentaram nada de diferente do que é costume fazer-se em Portugal. Como sempre, a insistência na vulgaridade e no proselitismo nas opiniões formuladas.
No decorrer do jogo foi claro o intuito de salvaguardar a preferência pela equipa de Madrid, dourando o desaire destes à medida do enchimento da prensa em que a realidade do jogo mostrava o bagaço em que os culés transformavam o esquadrão de Mourinho. Só a muito custo admitiam que a galga que triturava a azeitona para lhe extrair o azeite só acontecia porque, esta, se furtava à resistência do elemento mais forte.
Não me surpreendi, tão habituado que estou, quando foi comentado o lance em que o CR7 (reparem que não ponho o nome...) disputou com Valdés uma bola na área. Com apenas duas (!) imagens (a directa e a sua repetição) foi suficientes para garantirem que ficara por assinalar um penalti contra os locais. Ocorre-lhes alguma semelhança com o que se passa cá dentro?
O senhor treinador GUARDIOLA é grande, até quando ganha! Bem falante, sereno, cavalheiro. É único.
E modesto, que é coisa pouco vista.
No jogo esteve, quase por inteiro, a equipa campeã do Mundo. E OITO maravilhas da cantera catalã. Que fortuna, hombre!
Também gostei, talvez pela primeira vez, da forma como reagiu José Mourinho ao naufrágio do seu "Titanic". E impressionou-me o desalento dos braços caídos dos ídolos brancos, ao quinto da noite.
Não há apenas Goya, em Espanha. Há, também, árbitro tão bom quanto ele.
Talvez devesse ter principiado o post a falar de Sandro Rosell e Florentino Pèrez, presidentes, respectivamente, do Barça e do Real. Rivais? Quem defenderia tão grande incongruência ao vê-los, antes do jogo, numa postura de grandes timoneiros de dois povos de um único país?
Deve ser "malefício" da regionalização.