É sabido que as vitórias alimentam a paixão dos adeptos e constituem o melhor argumento para esgrimir nas discussões travadas com adversários simpatizantes de outros clubes, pouco relevando se elas são obtidas por força da superioridade do vencedor sobre o vencido, ou são alcançadas por capricho da fortuna, de aproveitamento circunstancial de uma fase menos boa do adversário ou, como muitas vezes sucede, por erros grosseiros de arbitragem. O fundamental é vencer, porque vitórias morais, já deram o que tinham a dar.
Os adeptos do Futebol Clube do Porto desde há muito que se habituaram às vitórias, a vencer provas, a andar sempre na frente em todas as competições em que participa, em ganhar aos adversários mais cotados. Todavia, a exigência dos seus seguidores vai, actualmente, para além das vantagens práticas das vitórias e cobra aos protagonistas a quem idolatram e aplaudem que o façam com brilho e classe.
O posicionamento em que se encontra nas competições em que este ano está a participar não afasta o FC Porto da possibilidade de vencer todas, com probabilidades reais de poder superar o número de troféus que venceu na última época. Inclusive, a Taça da Liga, que tem, por enquanto, lugar vazio nos escaparates da rica casa do Dragão. Apesar disso, o "mundo azul e branco" anda inquieto, agita-se e protesta, pede mais e, sobretudo, melhor.
Não é possível escamotear uma realidade que se tem vindo a mostrar aos olhos de todos e que os seguidores do clube baluarte do futebol português nas últimas três décadas não deixam de encarar com apreensão e, sem dúvida, com algum nervosismo, porque se apercebem de uma indecifrável quebra anímica dos jogadores que se reflecte nas exibições tanto nos momentos de vitória como na derrota, como aconteceu em Chipre.
Naturalmente que, aos adeptos (e também aos comentadores assalariados) faltam dados objectivos em que possam fundamentar as razões das suas críticas, as quais, muitas delas, adoptam critérios de gosto clientelista e são emitidas ao sabor da corrente que melhor vende no momento. Nesta conformidade, recorre-se ao boato, à insinuação, ao empolamento de vulgaridades que, num contexto de sucesso não mereceriam a mínima referência.
Jorge Nuno Pinto da Costa é, para além de inteligente e sagaz, um profundo conhecedor do valor dos treinadores nacionais e estrangeiros e, quando escolheu Vítor Pereira para assumir o comando da equipa, sabia melhor do que ninguém o valor da escolha. Tinha um conhecimento prático de um ano de contacto com ele e referências fidedignas para decidir. A sua margem de erro seria, pois, mínima e só um mentecapto poderia admitir a contratação do jovem Vítor Pereira para durar uns meses.
Aparentemente, a gestão da equipa não tem sido fácil atendendo à agitação do mercado em relação a alguns dos nossos atletas, o reajustamento salarial, e, vá lá, o cerceamento de alguma ambição de saída para outros campeonatos de outros. Também não está a ser fácil ao ponta de lança Kléber, substituir o seu antecessor, obrigando a equipa e adaptar-se a outra realidade. Lesões e quebras de forma, cumprimento de obrigações com as respectivas selecções nacionais onde jogam, a adaptação de elementos vindos este ano, são dados que podem ter contribuído para a irregularidade de algumas exibições.
Hoje, em declarações prestadas na conferência de imprensa, Vítor Pereira, denunciou alguma emotividade nas suas afirmações que, no meu entender, não o favoreceram. Não tinha necessidade, porque, estou convicto, ninguém dentro do Futebol Clube do Porto equaciona a sua autoridade. Não será perante os jornalistas que precisa de mostrar que é o líder e está firme no seu posto independentemente do que se quer insinuar no território hostil. Sou dos que confio na sua competência porque acredito em Pinto da Costa. E acredito na equipa, nos excelentes jogadores que temos e no trabalho sério que continua a existir no Olival.
Acredito, acredito sempre, que será já no próximo encontro em Olhão, que Pinto da Costa, Vítor Pereira, a equipa e os adeptos unidos vão fazer calar os cães à passagem da caravana vitoriosa.
Meu caro :
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Um abraço
Também concordo. Mas tem de se fazer pela vida, o treinador e os jogadores e, se necessário, a Direcção, e todos especialmente.
ResponderEliminarMeu caro, sem dúvida, a exigência faz parte do nosso ADN, quem dirige o F.C.Porto colocou a fasquia bem alta, mas e sinceramente, temo pelo futuro. Já não digo uma seca, como nós passamos de 19 anos, mas pelo andar da carruagem, pelo que tenho visto, alguns nem uma sequinha, vá lá de 3 anos, aguentariam.
ResponderEliminarUm abraço