Liga Portuguesa.
Estádio do Dragão
2011.11.27
FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 3 - Sporting de Braga, 2
Melhora a olhos vistos o estado de saúde da equipa azul e branca se valorizarmos mais os sinais positivos da sua recuperação do que algumas sequelas que ainda persistem do período crítico que atravessou.
HULK, A FIGURA.
Tomando como referência a reacção positiva operada em Donetsk, esta noite, no Estádio Mais Belo da Europa e perante o apoio e incentivo esfuziante dos seus adeptos, o Futebol Clube do Porto ratificou, melhor dizendo, ampliou uma imagem inequívoca de que está determinado a mudar, radicalmente, de vida.
Como se antevia o adversário tentou logo de início uma postura de intimidação com vista a que o FC Porto se intranquilizasse, optando por uma atitude de manter o jogo no meio campo portista e esperar a construção de uma oportunidade para Lima. Nos primeiros 25' o Braga foi mais ofensivo, e, os Dragões tinham muitas dificuldades em chegar área de Quim, quer em razão do acerto da defesa bracarense quer porque as transições e os despiques umxum falhavam.
Aos 36' e quando o Porto já tinha assumido o comando do jogo, James aproveitou algum espaço no lado direito e com um centro tirado a régua e compasso serviu HULK que, no sítio exacto, bateu de cabeça para o 1-0. Um belo lance, superiormente concretizado pelo Incrível.
HULK, a voar entre os centrais.
A segunda parte começou em ritmo mais baixo por parte do Braga e o FC Porto intensificou o domínio que assumira no primeiro tempo mas não lograva aumentar a vantagem. Então, já quando Jardim tinha iniciado as substituições, foi a vez de Vìtor Pereira mexer, substituindo de uma assentada Djalma e Défour, entrando Cristian Rodriguez e Souza. Por momentos pareceu-me que o Dragão reagiu, desagradado, mas sem razão como se viria a confirmar com a subida do rendimento da equipa.
HULK, chega (sempre) primeiro.
Aos 77' surgiu o 2-0, de novo por HULK a passe de Moutinho. Ainda mais bonito que o desenho da jogada foi o estupendo remate com o pé esquerdo e ao seu jeito do ariete portista, sem chances para a defesa de Quim, que voou em vão na perseguição do meteoro. Já com Kléber, que entrara a substituir James, apareceu o fácil 3-0 num encosto à marca de penalti de uma bola servida na bandeja por HULK, que a enfeitou com a arte de um cozinheiro consagrado.
Os festejos.
A três minutos do fim do encontro os jogadores do Futebol Clube do Porto foram para o banho deixando em campo apenas as camisolas. Impensável, inadmissível, imperdoável, incompreensível alheamento do jogo da equipa campeão nacional! Hulk, travou dentro da área em falta nítida o jogador do Braga que foi deixado completamente sozinho, na direita, e teve tempo para tudo. Na conversão, Lima, que não tivera uma única oportunidade de marcar no decorrer do jogo, fez o 3-1, sem hipóteses para Helton. Logo a seguir, agora do lado direito, o centro sobre a nossa baliza foi feito sem qualquer oposição e, servido de novo Lima para a frente da área, este, completamente à vontade, fez um excelente remate e bateu Helton, sem apelo nem agravo, pela 2ª vez, terminando a partida 2' minutos depois com o Porto na eminência de fazer o 4-2.
Como ficou claro no início deste comentário ainda desta vez o resultado superou a exibição. Mas foi justa a vitória, até nos números, porque o Braga também não mereceria um resultado mais contundente.
Também individualmente os jogadores subiram de rendimento em relação ao passado recente. Helton continua seguro e confiante. Maicon, manchou a ficha na jogada que deu o segundo ao Braga; Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira têm nota positiva mas o Palito ainda não tem a alça regulada para os centros que sabe fazer; no miolo, Fernando, Moutinho e Défour, com James mais adiantado, trabalhou muito e, após os 20' iniciais, quase sempre bem, mas o colombiano não brilhou como se espera do craque que é. Djalma terá cumprido o plano que lhe confiaram, todavia não foi muito produtivo. Tanto Kléber, que regressou à equipa e aos golos, como Cristian Rodriguez e Souza, não comprometeram a aposta que neles fez o treinador portista que, deste modo, arrefeceu a veia crítica dos seus detractores.
HULK, o maior, foi a figura de maior destaque de entre os vinte e seis que participaram nesta partda.
A linha inicial.
Verdadeiramente lastimável e desprovida de imparcialidade foi a arbitragem de Artur Soares Dias. Errou vezes de mais, cometeu falhas grosseiros e julgamentos desprovidos de senso, interferiu no andamento do jogo por tudo e por nada, colaborou até ao limite da tolerância com simulações de faltas dos jogadores, coincidentemente em desfavor do Futebol Clube do Porto, nem podendo ser-lhe concedida a desculpa de ter sido uma partida de elevado grau de dificuldade. Só não foi uma noite estragada porque os jogadores não alinharam nas suas asneiras. Provavelmente, não gosta dos árbitros ingleses mas, pelo menos, seria recomendável que tivesse assistido ao jogo da véspera, no " galinheiro".
O pior da noite.
Depois do Estado de Graça, um dos poucos programas da televisão pública, para mim imperdível, vamos lá falar do F.C.Porto /Braga. E como ganhamos, logo não são desculpas de mau pagador, começo por falar do árbitro. Artur Soares Dias protagonizou esta noite no Dragão, uma vergonhosa arbitragem e com nítido prejuízo do F.C.Porto. Lances faltosos iguais, critério disciplinar diferente, com amarelo para jogadores do Campeão, advertência verbal para os do Braga.
ResponderEliminarFaltas na pequena área, sobre o guarda-redes, todas as cometidas sobre Quim, nenhuma cometida sobre Helton. Jogada de golo iminente, a bola chegou a entrar, invalidada por fora-de-jogo mal assinalado sobre C.Rodríguez, como mal assinalado foi um lance com Hulk sozinho a caminho da baliza arsenalista. Enfim, um chorrilho de asneiras, mas com todas elas a penalizarem o F.C.Porto. Este ranhoso sabe como chegou lá cima e sabe também o que precisa fazer para lá continuar: prejudicar o líder do campeonato. Uma vergonha!
Depois de um grito de revolta em Donetsk que teve eco no universo azul e branco, naqueles que verdadeiramente gostam do F.C.Porto, independentemente de quem treina, dirige ou joga, era importante que frente ao Braga, a equipa portista desse continuidade e ganhasse. Melhor ainda, se à vitória juntasse uma exibição mais dentro das possibilidades e capacidades que esta equipa tem.
E, para mim, isso foi conseguido. Se durante os primeiros 30 minutos de jogo a equipa de Vítor Pereira acusou alguma intranquilidade, não foi rápida, errou passes e nunca se soltou do espartilho que o conjunto minhoto montou, a partir daí, a equipa portista, sob a batuta de Defour, começou a ser mais objectiva, mais pressionante, subiu linhas, passou a dominar, a ameaçar e chegou a uma vantagem justa, numa jogada muito bonita, que começou no internacional belga, passou por James e que a cabeça de Hulk concluiu. Era justa a vantagem do Dragão que até ao descanso, vitaminado pela vantagem, jogou bem e acabou os 45 minutos iniciais em bom estilo.
Ao intervalo ninguém mexeu e o F.C.Porto começou como a etapa complementar como tinha acabado a primeira. Dominador, esclarecido, bem organizado, podia e merecia aumentar o resultado. Não o conseguiu e com as duas alterações: saíram Defour - excelente jogo e saída que só pode ter sido por cansaço - e Djalma - belo jogo do angolano...-, para as entradas de Souza e C.Rodríguez, passando Moutinho a ter a missão que tinha cabido a Defour, o rendimento baixou e houve mais equilibrio, embora o S.C.Braga, verdade seja dita, nunca tivesse criado qualquer lance de perigo.
Equilibrio que durou apenas o tempo necessário para que quem entrou começasse a render ao nível de quem saiu. Quando isso aconteceu, o conjunto azul e branco voltou a ser superior, foi mais forte, contundente, marcou 2 golos - viu 1 ser mal invalidado -, tinha o jogo controlado e merecia acabar em apoteose, que só não aconteceu porque duas desconcentrações deram ao resultado um equilibrio que a exibição do Campeão não merecia.
Vitória importante, porque provou a melhoria física, técnica, táctica e mental da equipa. A partir de agora, com mais tranquilidade e com a confiança a aumentar, o conjunto de Vítor Pereira tem tudo para evoluir e começar a jogar o que está ao seu alcance. Mais, depois do desgaste causado por um jogo de grande exigência e daquela inacreditável viagem de regresso ao Porto que só terminou por volta das 9 horas do dia seguinte, a equipa esteve muito bem fisicamente o que confirma que mais que físico, o problema do F.C.Porto era mental.
Continuamos em primeiros e vamos em 50 jogos para a Liga, sem perder. Se fosse em outras latitudes, a propaganda não se calaria, como é o F.C.Porto apenas merece uma ou outra nota de rodapé. Não faz mal, estamos habituados, sabemos contra quem temos de lutar, são aqueles que quando o F.C.Porto ganha a sofrer é criticado, quando o clube do regime ganha da mesma maneira, são só virtudes, é o mérito de saber sofrer.
Deixe-mo-los pousar, vamos ver quem serão os coitados lá para Maio.
Abraço