PORTO MADURO VAI BEM COM OVOS MOLES.

          PRIMEIRA LIGA - 17ª Jornada.

                                HULK, o "Incrível", marca de penalti e faz o resultado
 
          Estádio Municipal de Aveiro, hoje:

                                 S.C. Beira-Mar, 0 - FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 1
                                                                   (Hulk, aos 33', de penalti)

          Com uma exibição pragmática e de muito rigor táctico, o Futebol Clube do Porto logrou ultrapassar com todo o mérito esta curta mas espinhosa deslocação à bela cidade dos canais e dos saborosos ovos moles, adicionando mais três pontos aos oito que tinha de avanço em relação ao segundo classificado.

          Controlando praticamente desde o início da partida as operações em todos os itens, o comandante isolado da I Liga não permitiu aos aveirenses veleidades de se acercarem com perigo da baliza de Helton, o qual não teve oportunidade de fazer uma única defesa difícil no decorrer de toda a partida, não tendo eu nota de qualquer remate dos locais que tivesse sido enquadrado com a baliza portista.

          Os jogadores do Futebol Clube do Porto levaram para Aveiro a lição na ponta da língua executaram-na sem erros de vulto, mantendo em respeito e quase sempre longe da baliza a equipa adversária. Com uma defesa muito sólida e solidária, um  meio campo operário a marcar e a anular, quase sempre com êxito, as iniciativas de contra ataque dos jogadores do Beira-Mar, na frente Hulk lutava com a sua incrível força e técnica contra metade da equipa aveirense, possibilitando a James Rodriguez algum espaço e liberdade de acção para criar jogadas de bastante perigo.

          O golo surgiu de uma falta indiscutível cometida sobre Hulk à entrada da pequena área, quando André Marques, ludibriado  por uma finta do "Incrível", deixou para trás subrepticiamente o pé direito para atingir o brasileiro. Assinalada, sem hesitação, o penalti inquestionável, o melhor marcador da prova bateu José Pedro que nada colheu do facto de se ter lançado para o lado onde viu entrar a bola.

 SEQUÊNCIA DA JOGADA QUE ACABOU EM PENALTI SEM DISCUSSÃO.

          Não tendo produzido um espectáculo para ser aplaudido em pé, o público teve motivo suficiente para não se ter arrependido de enfrentar uma noite inóspita de inverno e, se não lhe foi dado a apreciar uma inolvidável noite de ópera, assistiu a uma agradável opereta com um fim feliz e merecido. Como era previsível salvo interferências suspeitas malignas que, felizmente, hoje se não verificaram, saiu vencedor quem mais e melhores trunfos possui.

          Individualmente, não me pareceu ver exibições deslumbrantes em qualquer deles, tão habituado que já vou estando em relação ao nível da que hoje fez Hulk. Já mencionei o bom trabalho da defesa e a regularidade e concentração de Helton, Sapunaru (sempre tranquilo), Otamendi e Rolando. Rafa, vai cumprindo mas todos nós suspiramos de saudade pelo Álvaro Pereira. Fernando, jogando melhora e João Messinho é só saúde e pujança.. Mas temos Varela, ou antes, não tivemos o Varela que sabe acariciar a bola, afagá-la como a uma mulher que se ama, cedê-la com doçura e no momento certo, soltá-la redonda e pronta a fazer o que lhe exigem. Não, Varela, hoje, não te reconheci mesmo que tivesses tido imensas ocasiões para mostrar o que muito vales.
           Belluschi só entrou no jogo depois do intervalo. Não sei onde esteve durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Na etapa complementar participou em alguns lances, mas sem brilho. Terá sido importante na tarefa de sacrifício em benefício da equipa. Será.
         

           Hulk, olha a novidade, foi de longe mais uma vez o melhor. James Rodriguez cumpriu e, aos 85' José Pedro negou-lhe a possibilidade de ver um extraordinário convertido num golo fantástico.

           Guarin, cumpriu e não teria sido pior chegar ao jogo um pouco mais cedo. Cristian, esteve perto da fama e da glória se tivesse sido feliz no lance que daria um golo para o álbum dos melhores. O Maciço fez (bem) o que tinha a fazer no minuto e picos que lhe foi dado.

           O senhor major, fosse pela atitude dos intervenientes, cordial e limpa durante toda a partida, teve a imensa virtude de não se deixar cair na tentação de ser a vedeta indesejada de outros carnavais. Esteve sempre bem em quase todos os julgamentos não beneficiando ou prejudicando qualquer deles. Com sempre deveria ser.