Já andava por cá a fazer tanto como o Álvaro, da Economia. Já só se falava nele pelos piores motivos, quer dizer, entre os adeptos já ninguém escondia que era uma carta marcada inútil para servir o baralho. Não treinava, não jogava, nem sequer falava, e o vínculo que o mantinha ligado ao clube que o projectou para a fama e glória era já tão ténue que a rotura era inevitável. Partiu-se, agora, e foi embora. Até que enfim...!
O Palito veio importado de um desconhecido clube da Europa Central, o Cluij, e, após uma época de adaptação e aprendizagem, as suas qualidades inatas para o futebol atingiram o ponto máximo no ano seguinte, tendo conseguido exibições brilhantes que o elevaram ao estatuto de um dos melhores do mundo, na sua posição. Fazendo jus ao utensílio que lhe empresta a alcunha (Palito), o Álvaro, no campo, era como uma "pau de dois bicos": fino dos dois lados, tanto era útil e eficaz à frente como atrás; abaixo e acima, furava pelos interstícios abertos entre os defesas contrários e, com a mesma utilidade e eficácia dos simpáticos pauzinhos esterilizados nas dentaduras deterioradas, removia os incómodos obstáculos que encontrava pela frente restaurando o bem estar dos pacientes, leia-se, adeptos.
Ainda mal lá chegou, mas, farto de andar calado, terá desabafado o sonho que o atormentava. Parece que está feliz e isso é bom para ele, e para nós, portistas, Só pelo facto de ter vestido a nossa camisola e de nos teres proporcionado bons momentos, já mereces os nossos votos de felicidade futura. Ganha muito, tudo, como aconteceu, aqui, onde te foram dadas condições para seres quem és, porque tens o dever de contribuir para a reparação da desvalorização que, a ti próprio e o clube, causaste.
Ainda bem...
ResponderEliminarLogo, entre as 19:30 e as 19:45, mais coisa menos coisa, lá estarei também para o cumprimentar e pormos a conversa em dia....
Abraço