segunda-feira, agosto 08, 2011

PORTO PODEROSO E MUITO SABOROSO.


Supertaça: partida terminou com a vitória do F.C. Porto (2-1)   
            A exibição de ontem à noite da equipa do Futebol Clube do Porto que terminou com a merecida conquista da 18ª SuperTaça Cândido de Oliveira, a terceira consecutiva, veio confirmar as expectativas que perspectivava para a época ora iniciada.

             Este encontro de Aveiro continha muitos motivos de interesse para uma aferição sustentada no desempenho da equipa em luta pela disputa de um troféu com peso nas competições internas, em que uma vitória por si só, sendo excelente para a saúde da equipa, tem a vantagem de lhe tetirar a pressão negativa que sobre ela exerceria a comunicação social no caso de insucesso.

            O Porto entrou muito determinado na partida querendo bem cedo mostrar que era o mais forte sujeitando o adversário a lembrar-se do jogo anterior para a Taça de Portugal, onde o Vitória pagou caro a ousadia de ter sonhado que poderia enfrentar o campeão olhos nos olhos e derrotá-lo. Nos primeiros minutos os vimaranenses viram-se enleados por uma sucessiva vaga de assaltos às suas linhas de defesa, em várias frentes, terrestres e aéreas,  e acabaram mesmo por ceder numa jogada extremamente simples mas brilhante em que intervieram primorosamente Moutinho, de calcanhar a soltar Hulk na direita, este a executar "de letra" a ponte para o golpe preciso de Rolando. Magnífico! Poucos segundos passavam dos 3' de jogo e o Porto partia na frente: 1-0.

            Seguro, sereno, pressionante, o Dragões não deixava o Vitória libertar-se da malha de ferro que lhe coarctava a acção, embora estrebuchasse valentemente, na tentativa de mostrar os argumentos que possui e que, relativamente à época anterior se lhe reconhecem superiores. Viris sem exceder as marcas, lutadores, inconformados, os guerreiros do Minho estavam longe de pensar no armistício. Mais ânimo ganharam quando, na marcação de um livre de canto, Fucile, o mais baixo da defesa dos azuis-e-brancos, viu Toscano a emendar para o golo do empate: 1-1. Pânico, desorientação, intranquilidade nos campeões nacionais? Nem pensar. O Porto recuperava a bola rapidamente, organizava-se, progredia para o ataque em passes sucessivos curtos ou longos, Fucile abria na direita, Varela (nada feliz ontem), Hulk, mobilizava meio exército vitoriano, Kléber parecia um condutor à procura de um lugar para estacionar. Moutinho desdobrava-se, parecia dois ou três, Rúben estava atento a tudo que mexia e Souza, sobe, sobe, sobe, balão sobe, lindo e cada vez mais cheio. Aproximava-se o descanso e Hulk, claro o Hulk, aponta um livre pelo centro, João Paulo não tem tempo de mandar para a frente e, ao lado é Rolando (!) que emenda o remate para o 2-1, com um ligeiro raspão num vitoriano.

               Para mim o melhor veio depois do intervalo. Se até aos 63,5' a feição do jogo se manteve, a partir da entrada de Guarin e Falcao, e depois de Belluschi, tendo saído primeiro Varela (pouco feliz) e Rúben Micael (muito esforçado, em bom plano, mas com déficite de classe), e, por último, João Messinho, aos 84'. Vítor Pereira deu-me a conhecer um Porto que vai surpreender além fronteiras, em Portugal já sabemos como é. Uma equipa a jogar com uma defesa sólida como esta, um meio campo a jogar com Moutinho, Souza (ou Fernado), com "este" GUARIN, podendo estar juntos HULK, FALCAO E KLÉBER, e podendo contar com jogadores da estirpe de um James Rodrigues, Varela, Yturbe, mais Álvaro Pereira, Otamendi, Castro, Kelvin, e outros que estão a chegar mas que ainda não vi actuar, NÃO TENHO NENHUMA DÚVIDA que teremos condições para manter o lugar de uma das tr4ês melhores equipas da EUROPA.

               A conquista deste primeiro troféu da época 2011/2012 é, folgadamente, merecido. E não foi obtido contra uma equipa qualquer. O Vitória de Guimarães mostrou estar uns furos bem acima da última época, tem um excelente lote de bons jogadores e uma idéia clara de como as coisas devem ser feitas. A continuar assim, isto é, em progressão o Vitória tem condições para ser o Braga das duas últimas épocas.

               Tenho sido um crítico de Pedro Proença mas devo reconhecer que tem vindo progressivamente a afirmar-se como um árbitro de bom nível e parece-me intencionalmente interessado em colocar-se acima das suas paixões clubistas. Ontem, esteve muito bem porque, obviamente, lhe dou o benefício da dúvida em relação a três lances onde a TV mostrou ter havido irregularidades dentro da área vitoriana e ele (ainda bem, penso eu), não tem acesso às imagens que eu tive. Considero que o penalti só deve ser assinalado quando a falta é, de facto, inequívoca porque pode falsear o resultado do jogo. O que me tranquiliza em relação ao jogo de ontem, é que não houve lances idênticos na área do Futebol Clube do Porto, e isso foi óptimo porque: Pedro Proença livrou-se de ser acusado de perdoar TRÊS penaltis ao vencedor, e os Dragões não poderão ser acusados de que foi Pedro Gel Proença, o seu melhor jogador.

                Talvez com excepção de Varela, todos os jogadores estiveram ontem em excelente nível para um início de época. Claro que uns estiveram mais brilhantes que outros, os suspeitos do costume HULK, ROLANDO ( o "Homem do Jogo" por marcar dois golos, sendo defesa), Souza, estupendo, o bloco defensivo, Rúben Micael, honestidade no trabalho. GUARIN, respira confiança e classe: simplesmente precioso!
FC Porto chega à maioridade:18 Supertaças no Museu
                São já 18º (mais do dobro de todas as que foram disputadas) as "Cândido de Oliveira" que, em Abril, vão estar nas montras do novo MUSEU. Três, são consecutivas, é a sexta taça obtida nas últimos sete disputadas nas competições oficias em que esteve envolvida, na anterior e agora nesta época a equipa, elevou para SETENTA, a colocar o clube da Dona Victória a DUAS de distância dos "canecos" OFICIAIS validados pela UEFA  ganhos pelos dois clubes e a PRIMEIRA alcançada por VÍTOR PEREIRA como técnico principal. 

                NADA MAU. E PROMETE!.

            

3 comentários:

  1. Não foi um Porto brilhante, longe disso e até jogou bem menos que frente ao Lyon, mas foi um vencedor justo e incontestável, frente a um Vitória que deu mais trabalho que na final da Taça de Portugal.
    Entrando praticamente a ganhar, golo de Rolando aos 3 minutos, após uma jogada de compêndio, desde o toque de taco de Moutinho, até ao cruzamento de letra de Hulk, o conjunto azul e branco dominou, mas foi lento, pouco dinâmico e nada esclarecido, principalmente no meio-campo, onde Micael voltou ao normal, isto é, a jogar pouco e o ataque não esteve muito melhor.


    Com Hulk muito agarrado à linha, Kléber muito preso junto aos centrais e Varela trapalhão, individualista e a nunca encontrar as melhores opções para decidir bem, a equipa portista foi enrolando, dando algum espaço e numa jogada em que houve um conjunto de erros, desde dois jogadores a deixarem o avançado do Vitória centrar, passando pela má abordagem ao lance de Helton e concluindo na falha de marcação de Fucile a Toscano, o Vitória chegou ao empate, que não escandalizava, mas que castigava o deixa andar do F.C.Porto. Reagiu o Campeão, sem muita convicção e sem grande pressão, mas e mais uma vez, Rolando, em lance de bola, colocou novamente a melhor equipa portuguesa em vantagem, vantagem que se aceitava, como se aceitaria o empate ao intervalo.


    Na segunda-parte e até às entradas de Falcao e Guarín, foi tudo muito parecido, jogo muito embrulhado, mais posse do F.C.Porto, mais uma posse devagar, devagarinho - não é esta posse que o treinador portista quer, de certeza...-, pouco fluída, sem grande contundência atacante e sem grandes chances de golo. Com a entrada dos colombianos, mesmo que Guarín já mostrasse muito mais futebol que Falcao, ainda muito preso, o conjunto de Vítor Pereira melhorou, começou a ser mais perigoso, mas falta frescura e sem frescura, não há objectividade, tende-se para o individualismo e complica-se, deixando assim passar a oportunidade de matar o jogo.
    Embora e é importante dizê-lo, se o árbitro marcasse, como era seu dever, os penaltys que aconteceram na área do Vitória, provavelmente ganhariamos mais fácil e por números mais juntos. Talvez o 3-1 refletisse melhor o que se passou.

    Concluindo:
    ainda temos muito trabalho, mas também não queremos já estar no topo. A época é longa e daqui para a frente, com a chegada de jogadores que estiveram na final da Copa América, Álvaro e Cebola e mais tempo para melhorar a parte física dos que só começaram a treinar há poucos dias, chegaremos ao nosso melhor, pois qualidade não falta no Dragão.

    Notas finais:
    1º título de Vítor Pereira; 18ª Supertaça do F.C.Porto, 3ª consecutiva, num domínio absoluto do Dragão, que tem mais vitórias sozinho, que todos os outros juntos; empatamos em títulos com o Benfica... Como? A Taça Eusébio não conta e estamos à frente?
    Sobre Proença, poucas palavras: arbitragem miserável, com claro prejuízo do F.C.Porto.

    Melhor em campo, do F.C.Porto e para mim, Rolando.
    O pior são dois, R.Micael e Varela.

    Um abraço

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  2. Meu caro :

    ..."NADA MAU. E PROMETE!"...

    Está tudo dito.

    Um abraço

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  3. "NADA MAU. E PROMETE!" é de facto uma das frases que melhor define esta conquista. É o primeiro (de muitos, esperemos...) troféus conquistados esta época.

    Siga o Barcelona!

    Bom fim-de-semana

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