d;">>2ª JORNADA da Liga Zon,
Estádio do Dragão:
FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 3 - Gil Vicente, 1
(Golos
: HULK, aos 9,40´ g.p. e 49', de livre directo e
Sapunaru, aos 16', de cabeça na sequência de um canto apontado por
Hulk). O golo dos gilistas foi obtido de grande penalidade, logo aos 2,50', por falta indiscutível de
Otamendi sobre o avançado da equipa de Barcelos que se encaminhava para a baliza de
Helton numa situação clara para fazer o golo.
Toda a gente de bom senso que comenta ou escreve sobre futebol, não se cansa de alertar para a possibilidade de jogos como o que ocorreu ontem à noite no
Dragão possam causar amargos de boca às equipas claramente favoritas, as ditas surpresas, que afinal não o chegam a ser pelos menos para quem alertou sobre a possibilidade de elas surgirem. E, se neste momento, não estou aqui a falar de um escândalo acontecido perante quase
45 mil adeptos que foram ao
Estádio-Mais-Belo-da-Europa ver o FC Porto golear, só
Helton, Hulk e a ineficácia dos jogadores do Gil Vicente evitaram que isso pudesse ter acontecido.
O anedótico lance protagonizado pelo
"artista" Sapunaru logo aos 2' quando numa imperdoável perda de bola viu o gilista partir com ela como uma flecha com toda a confiança do mundo para desfeitear
Helton, "abatido" dentro da área por
Otamendi com um impacto de um meteorito vindo do espaço de encontro à Terra, acabou por confirmar tudo o que, no
post anterior, escrevi aqui, poderia ser o jogo.
Entrando a perder e contando com os onze jogadores em campo por sentença benévola do árbitro, o
Futebol Clube do Porto esboçou a reacção que se impunha, e foi à procura do empate mas nem sempre bem e depressa. O Gil não deixava, fazia pressão intensa sobre os nossos jogadores do meio campo, multiplicavam-se nas marcações quando eles pretendiam lançar-se no ataque e nunca deixavam de tentar explorar o amplo espaço que a subida da nossa defesa lhes oferecia nas suas costas.
Hulk, aos 9,40', de grande penalidade sofrida por ele próprio quando foi empurrado pelas costas dentro da área e, aos 16' por
Sapunaru de cabeça, num canto apontado por
Hulk, levaram o Porto para a frente do marcador sem mérito claro dada a réplica do adversário que, aos 17' e 22,25' tiveram o golo à vista, primeiro por mérito do enorme
Helton e, a seguir, por má concretização do remate do avançado de Barcelos.
Com a defesa azul e branca sempre muito subida o Gil espreitava uma oportunidade de contra atacar, continuando a nossa equipa em toada lenta, a errar passes em demasia, com
Varela enervantemente inoperante a permanecer em campo e com
HULK, só e sempre ele, a procurar remar contra a maré. Ainda foi reclamado, aos 37' um penalti cometido sobre
Varela, mas sem qualquer justificação.
Ao contrário do que esperava a equipa veio do descanso sem alterações e, talvez por isso, o panorama do jogo manteve-se. Até porque haveria de ser de novo o
"Incrível" a resolver a dúvida quanto ao resultado, ao bater o guarda-redes barcelense num portentoso pontapé de livre directo colocando o marcador em 3-1.
Só aos 72´Vítor Pereira entendeu mexer, tirando
Guarín e
Varela e metendo no jogo
Belluschi e
Djalma. O argentino deu outra dinâmica ao jogo com os seus passes de rotura mas a equipa no seu todo não reagiu como se desejaria.
Djalma, à esquerda, teve jogo mas não lhe deu a sequência requerida e a qualidade continuou baixa.
Valter, o
Maciço, voltou à equipa depois de alguma ausência e, se não fez muito de prático, criou pelo menos a ideia de que
Kléber teve a mais o tempo que a ele escasseou.
A exibição da equipa nesta sua primeira apresentação no Dragão
foi frustrante. Sinceramente, contava ver muito melhor já nesta altura. Haverá atenuantes e, da próxima vez, poderá ser diferente, para muito melhor. Confio, tenho a certeza, de que temos potencialidade para fazer muito mais e melhor.
Nas apreciações individuais é HULK que mais se evidencia. Trabalhou, sem se esfalfar, marcou duas vezes, é temido e os adversários têm razões para os pesadelos que ele provoca. A seguir, é
Helton, enorme, a esbanjar confiança. Não fora ele...
Dos restantes, só
Fucile,
Souza e
Gaurín merecem nota positiva.
Sapunaru, NÃO! O erro do tamanho da Torre dos Clérigos que com
eteu logo no início da partida não se apaga com o golo obtido e pelo aceitável desempenho que teve durante o resto da partida.
Reitero a opinião favorável que tenho a respeito das qualidades e capacidade de progressão de
Kléber. Ontem, porém, quase não se deu por ele.
Tenho dito muitas vezes que o jogo visto no campo é muito diferente daquele que nos é mostrado pela televisão. E quando se perde o hábito de assistir a ele ao vivo, mais se torna difícil ajuizar do trabalho do árbitro. Esclareço, desde já, que só hoje soube o nome do árbitro e, no Dragão, não pude identificá-lo como uma das figuras da arbitragem mais conhecidas. Independentemente das dúvidas que me mereceram um ou outro lance da partida, sem grande expressão no prejuízo eventual que originaram, tenho certezas em relação aos dois lances capitais. O primeiro, que resultou no golo gilista, embora estivesse a mais de cem metros de distância do local da falta, mesmo que estivesse aqui em Lanheses, teria vista a
"tesourada". Adivinheia-a, quando vi
Otamendi a correr em diagonal para o ponto onde o
kamicase vermelho iria passar e abateu-o, com precisão! Entranhei, confesso que estranhei, que tivesse continuado em campo.
No penalti que HULK sofreu, estava a vinte metros. Se fosse a tribunal e um juiz me pergunta-se: -
Jura que viu o empurrão nas costas do cidadão Hulk, pelo réu identificado nos autos, dentro da área?, eu responderia com toda a convicção:
Sim, juro, senhor doutor Juiz!
Em termos práticos estamos à frente da classificação e com mais pontos do que no último campeonato. Para já, é bom.
Vítor Pereira, não precisa de envolver-se numa guerra de palavras com Jorge Jesus, o treinador dos lampiões. Deve saber que não chega, para a vencer as fragilidades notórias de comunicação do treinador do clube da Dona Victória, ter pelo seu lado a razão dos factos que se vão verificando todas as semanas já que, como é notório e comprovável, o
"inventor da táctica" no futebol sempre estará protegido pelo manto largo do
"quinto poder" representado pelos media da
"capital do Império".