domingo, abril 10, 2011

PORTIMÃO VIU O CAMPEÃO.

            PRIMEIRA LIGA.
Campeão sofre para vencer no terreno do lanterna vermelha


            Em Portimão:

            Portimonense, 2 - FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 3
                                        (Hulk, Falcao e Maicon)

           A história do jogo é a dos golos com história. O primeiro, de Hulk, num pontapé cruzado fortíssimo a abrir o placard, o de Falcao, tirado a régua e esquadro a repor a diferença para 1-2 e o de Maicon, de cabeça, na sequência da marcação de um pontapé de canto para dar a provar do próprio veneno aos locais e fixar o resultado final em 2-3; os 2 (!) do Portimonense na sequência de marcação de pontapés de canto (!), em tudo idênticos, os primeiros nestes moldes sofridos pela defesa menos batida do campeonato até agora.

           Tendo-se adiantado no marcador aos 49,40' numa belíssima execução do "Incrível" Hulk, os novos campeões nacionais pareciam decididos a não repetir o veraneio dos quarenta e cinco minutos iniciais, durante os quais só os equipamentos os distinguiam dos turistas em férias na praia da Rocha, ali bem ao lado. Com efeito, a segunda parte decorreu de forma um pouco mais emotiva do que havia sido a primeira, por força de algum aumento da velocidade do jogo e da marcha do marcador. Isto porque os locais, por duas vezes, obtiveram o empate (1-1 e 2-2), situações que não perturbaram a equipa de mestre André Villas-Boas por as ter ultrapassado poucos minutos decorridos após os ter sofrido.

          Como tinha sido anunciado e facilmente aceitável, a equipa do Futebol Clube do Porto apresentou-se em Portimão com substanciais alterações na sua formação mais utilizada ao longo do campeonato. Beto, substituiu Helton, Sereno esteve no lugar de Álvaro Pereira, Souza a fazer de Fernando e Rúben Micael a titular. Haveriam de ser chamados a jogo, ainda, Guarin saindo Belluschi, Mariano foi substituir João Messinho e "seu" Valter, o "Maciço", reapareceu no onze para substituir Falcao e ajudar ao descanso das canetas de alguns escribas impacientes pelo apagão do rapaz.

           Esta vitória estava escrita nas estrelas e nem preciso era ir ao Planetário dos Jerónimos ou consultar o astrólogo que vive lá perto. Os Campeões mostraram à saciedade aos telespectadores da TVI e aos simpáticos e conhecedores algarvios, entre os quais uma grande maioria era portista, que são a melhor equipa nacional e são eles que impõem as condições da capitulação dos seus adversários e são insensíveis aos ambientes que se instalem à volta do relvado e em qualquer sítio do país onde actuem, em Portimão ou, até, Olhão.

           Nada é mais importante do que a vitória mas, para entretenimento dos coleccionadores, os recordes vão crescendo: aumento da diferença pontual em relação ao segundo classificado, maior série de vitórias seguidas, maior número de golos marcados e menos sofridos, liderança na lista dos melhores marcadores de golos do campeonato, maior número de vitórias fora de casa e INVENCIBILIDADE desde o início da prova.

          Por último, mais uma particularidade deve ser referida nesta partida: o árbitro NÃO foi o protagonista. Pode?

PS. Acabo de ler no DN online: "O Futebol Clube do Porto sofre para bater o lanterna vermelha"
Pode?
         
           

9 comentários:

  1. Um Porto remendado, em 4x4x2 losango e com Beto, Sapunaru, Rolando, Maicon e Sereno, Souza, Belluschi, Moutinho e Micael, Hulk e Falcao, fez a pior primeira-parte da época, com o ritmo a ser devagar, devagarinho e a passo. Tivemos mais jogadores a caírem sozinhos que remates à baliza. Nunca estivemos verdadeiramente em perigo, mas também nunca criamos perigo. Os jogadores que normalmente não costumam jogar, Sereno, Souza, Micael - Beto fez o que lhe competia -, não fizeram pior que os restantes, mas tinham de ter feito bastante mais para me convencerem.

    A segunda-parte foi bem melhor. Entramos mais rápidos, começamos a trocar e a circular melhor a bola, a encostar o Portimonense lá atrás e Hulk, aos 50 minutos, num remate magnífico, fez o um a zero. Com vantagem no marcador, André Villas-Boas começou a poupar, saíram Belluschi - tocado? - e Moutinho, entraram Guarín - entrou mal e continuou mal - e Mariano. Estava o jogado controlado e dominado pelo F.C.Porto, quando e numa desconcentração defensiva, que não é normal, abordamos mal um canto Rolando saltou fora de tempo e golo da equipa algarvia, nessa altura, injusto para o Campeão. Não acusamos o toque, reagimos de imediato e quase de imediato voltamos à vantagem, por Falcao, a colocar justiça no marcador. A partir desse golo e com a saída do colombiano, substituído por Walter, acreditamos que estava ganho, relaxamos, perdemos qualidade de passe, de toque e equipa de Carlos Azenha, sem nada a perder, arrebitou e em mais uma abébia defensiva, novamente num canto, golo da equipa algarvia - Como é possível? Faltou o quê, liderança na baliza a orientar as marcações? Pois é, esta equipa do F.C.Porto, mesmo já sendo Campeã e não tendo muito a perder - apenas ganhar o campeonato, com mais um ou outro empate...-, ainda teve capacidade para reagir, ir à procura da vitória, Hulk estourou, Ventura defendeu para canto e no canto, Maicon - terceiro golo consecutivo. Já tinha marcado à Académica, Spartak - deu a vitória ao F.C.Porto.

    Resumindo: primeira-parte muito fraca e segunda bem melhor. Falhas defensivas que não podem repetir-se. Vitória justíssima, a DÉCIMA QUARTA CONSECUTIVA e a primeira no último ciclo de cinco jogos.
    Agora concentração absoluta no Spartak que a eliminatória ainda não está ganha. Depois falaremos no Sporting, que mal teve uma vitória, já canta de galo.

    Os que têm sido menos utilizados e que hoje jogaram:
    Beto apenas posso colocar a questão da liderança nos cantos, mas posso estar a ser injusto... No resto cumpriu e esteva bem a jogar com os pés.
    Sereno não é lateral e "não tem pé esquerdo", o que o prejudicou em vários lances. Não comprometeu.
    Souza foi de todos o mais constante. Mas não é trinco e com se soltava mostrava mais serviço. Tem capacidades e apenas precisa de jogar mais.

    Mariano entrou cheio de vontade e tentou agradar. Aqui e ali teve bons apontamentos, mas sem nada de significativo, nada marcante.
    Walter jogou pouco tempo não podia fazer mais.
    R.Micael, a primeira-parte foi muito má. Na segunda melhorou, mas esteve inconstante, capaz de fazer coisas boas, a assistência para o segundo golo, por exemplo, com perdas de bola e passes errados em demasia.
    Sobre os que normalmente jogam, não vou destacar ninguém, nem mesmo os marcadores dos golos, Hulk e Falcao, que, para além desse facto - tudo bem, não é pouco - não fizeram uma exibição extraordinária.

    Remígio e o segundo perde com o penúltimo. Pode?

    Um abraço

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  2. Exactamente.O Portimonense viu o campeão mas vocªes também viram o Portimonense que com uma estrutura decandente quase vos colocou de joelhos. Não fizeram nada demais , não vi o campeão fazer nada demais.
    O que vi foi o Porto campeão quase secumbir ao calor do Algarve. Por pouco não levaram um empate daqui o que teria sido justo... e podem crer que o empate teria sido bem pior do que uma pedrada. Cumprimentos do lanterna vermelha que se tem imposto aos grandes na dignidade com que se defende. Muito pouco levaram daqui apenas um golito. Humilhante para um campeão....

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  3. Anónimo das O1:48

    Felicidades para o...Portimonense.

    E, já agora, também muito sol, no Algarve.

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  4. É da minha vista, ou o anónimo que o visitou tem a pele avermelhada pelo sol Algarvio?
    O clube da “dona vitória” (direitos de autor reconhecidos) perdeu, mas muito por culpa de terem tirado do banco o mestre das tácticas. Ainda bem que irá regressar justamente no dia em que nos defrontar.
    PODE?

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  5. fimoze:
    Os pescadores de Portimão, têm a pele tisnada pelo sol e o sal do mar, pelo que a cor dos seus rostos tem pouco a ver com o vermelhão dos escaldões dos que a eles se expõem estando mais habituados às escuridões dos estádios e dos túneis. Para além do rubor do rosto, a azia que o anónimo pareceu ter não me parece que resulte das laranjas algarvias, pois como se sabe elas são dulcíssimas...
    Já agora, repare que escrevo Vitória com "c" antes do "t". Era assim que escreviam os seus nomes as antigas senhoras "donas de casa" adeptas do benfica.

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  6. Dona Victória!
    Tem muita razão, não se deve nunca adulterar os alienáveis direitos de autor que são seus de direito. Não me vergarei mais aos novos ditames da revisão ortográfica agora imposta, mesmo que esta máquina infernal sublinhe a vermelho esse vocábulo. Quanto ao pescador de Portimão, também aceito o reparo, mas na minha ideia figurativa estava mais a pensar num veraneante do “cheira bem cheira a Lisboa” de fim-de-semana que lá foi estourar os últimos cartuchos antes que o FMI lhe imponha uma dieta de carapaus do gato e um passeio bucólico e a “calcantes” até estatua do Eusébio.

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  7. fimoze.
    Não quis fazer qualquer reparo. Acho que ambos falamos da mesma coisa de forma diferente.
    Um bom resto da dia.

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  8. Caro Remígio :

    ..."Acabo de ler no DN online: "O Futebol Clube do Porto sofre para bater o lanterna vermelha"...

    Pode?


    De facto , o F.C.Porto sofreu para ganhar ao Portimonense . Não foi nada fácil !

    Um abraço

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  9. Azul Dragão.
    Eu entendo sofrimento como esforço extremo de superação das dificuldades encontradas. Não me pareceu ter sido o que aconteceu em Portimão onde, o Futebol Clube do Porto, não pareceu jogar no limite para vencer.
    Mas tudo bem. Se a imprensa entende assim não vai alterar seja o que for ao resultado do jogo.

    Um abraço.

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