
Coimbra assistiu a uma serenata à chuva.
Académica, 0 - FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 1
(VARELA, aos 43m, em mergulho de costas)
Limpinho e molhadinho com a justiça do Divino.
É bom não esquecer que o futebol é um desporto de Inverno. Apesar desta realidade, teria de fazer um grande esforço de memória para me lembrar de um cenário como o de ontem à noite se viveu em Coimbra.Apesar do que alguns possam pensar, inclusive, Jorge Costa, cujas declarações acabo de ouvir na TSF, penso que estavam reunidas as condições mínimas para que o jogo se efectuasse: a bola não flutuava e as linhas das marcações eram visíveis.
Perante a anormalidade em que a partida decorreu, tivemos oportunidade de descobrir no FC Porto capacidades que antes não haviam sido testadas. Desde logo, a sua perfeita adaptação às condições do relvado e a evidência da técnica individual necessária para as superar, patenteadas ao fim dos dez primeiros minutos de jogo. Depois, a capacidade física exibida por todas os elementos, disputando cada lance com a agressividade comedida necessária para não dar pretexto à sanção disciplinar. Finalmente, a entre-ajuda e disponibilidade para o sofrimento de todos.
Muitos dirão que não se viu bom futebol na cidade dos estudantes ontem à noite. Discordo, em absoluto. Foi, sim, um futebol diferente onde raramente aconteceram lances com rodriguinhos, tic-tac à Barça, toques de letra, embora Bellushi (fenomenal!) os tenha ensaiado duas ou três vezes com sucesso, onde abundaram as oportunidades de golo (todas a nosso favor), com uma única excepção "oferecida" à Académica no período compensatório do jogo, a qual, se tivesse resultado em golo adulteraria completamente a justiça do triunfo dos Dragões.
Maicon deve ter dissipado de vez todas as dúvidas que pudessem haver em relação ao seu valor. Imperial, de uma frieza gélida e nervos de aço. Impiedoso, temerário e pornograficamente prático no uso e abuso da bola!
Bellushi, deve ter executado ao milímetro a lição do Mestre André. Quem lhe conhecia os dotes de artista sublime de "gozar" com a bola dentro do arrozal? Como as enguias que deslizam viscosas das mãos quando se tenta prendê-las deixava os seus opositores cegos e desnorteados com as suas deliciosas simulações. Sapunaru, à direita, não lhe aponto uma falha e do lado esquerdo, Álvaro, mandou e não deu hipóteses. João Messinho (que lástima não ter feito de penalti o seu primeiro à Dragão), Hulk, o submarino azul e Falcao, o marinheiro sempre na gávea à espreita do momento certo para recolher o peixe grosso. Helton, Rolando, Fernando (tinha um jogo ao seu jeito que não concluiu, por lesão), Guarin (exagerou, talvez, a tentativa de visar à distância a baliza), Rodriguez, a chegar ao jogo no momento certo e Otamendi. Bom, do argentino, espero ansiosamente que destrone Maicon, porque, então, poderíamos dizer que é o melhor central do mundo!
Caro (merdas) Gomes; não havia necessidade. Estavam no campo dois emblemas com muita história e prestígio empenhadas em jogar e a lutar dignamente, para chegar à vitória. Não tinhas que mostrar simpatia por nenhum deles porque, na função em que te investiram, exige-se equidade e isenção. Não as usaste. Porque não quiseste, pois aplicaste para as "capas negras" um critério de julgamento nas faltas adequadas ao estado do relvado, mas recusaste-o ao FC P. Intrigante a tua demora em assinalar o penalti, tão perto estavas do autor do delito, e tivesses recorrido ao teu ajudante para o sancionar. Também ignoraste uma entrada sobre o Hulk, que só não o levantou no ar por milagre (em cima do risco ou dentro da área?) para, logo a seguir, ordenares que se fizesse um livre à entrada da nossa área a fim de moldares a teu gosto o resultado do jogo, proporcionando à Académica o único remate à baliza na segunda parte, e que só não resultou em golo porque Deus existe!
Quero terminar este post sem ter necessidade de colocar uma bolinha vermelha no cabeçalho a assinalar que não deve ser lida por menores. Por isso, não vou referir-me à canalha assalariada dos papagaios que a TVI coloca nas nossas casas com microfones nas trompas, para vomitarem toda a ignorância e ressaibiamento de que são feitos os seus miseráveis comentários.
Dr. Júlio Magalhães, que poderes tem na realidade o nosso caro confrade, como Director da Informação nessa estação?