domingo, agosto 04, 2013

NO INTERVALO, FONSECA DEU-LHES A VOLTA À CABEÇA.



   Emirates Cup, Londres
      2013.08.04

                                Nápoles, 1 - FC PORTO, 3

                      No segundo e último jogo deste honroso troféu o Futebol Clube do Porto alcançou uma justa vitória ao bater os italianos do Nápoles, no período complementar da partida, invertendo o resultado desfavorável de 0-l com que terminara a primeira parte. 

                     Depois de uma primeira parte incaracterística e com reduzidos momentos interessantes, resultando algo monótona por força do baixo ritmo em que decorreu, os Dragões regressaram do intervalo de "cabeça feita" e tudo se tornou diferente, mas, substancialmente para melhor, acabando por por merecer sem grandes reparos o triunfo alcançado.

                    
                Paulo Fonseca alterou praticamente toda a equipa em relação ao primeiro encontro contra o Galatasaray, e, pelo que me pareceu, também o modelo de jogo que vinha ensaiando nesta pré-época recuperando, pelo menos em muitos momentos, ao 4X3X3 há muito adoptado. As movimentações e as funções e posições individuais aproximaram-se do que foi a imagem do FC Porto de há anos para cá. As coisas não correram, porém, no meio do terreno como Fonseca esperaria acontecesse, talvez por falta de entendimento e rotina de Josué e Herrera, e as movimentações de Fernando um pouco a despropósito e inoperantes. Para além de indefinido e sem fluidez, o ritmo foi bastante baixo o que tornou o encontro bastante monótono.



             Ficando a perder por 0-l já perto do fim da primeira parte na transformação de um penalti por eventual toque pelas costas de Otamendi, o regresso do intervalo trouxe um FC Porto muito mais rápido, assertivo nos passes e a gizar bons lances que confundiram os napolitanos, que terão sido surpreendidos com a mudança de atitude. O empate surgiu pelos pés de Ghilas, na sequência de uma recuperação de Herrera, que serve Quintero e o franco-argelino a desmarcar-se no momento adequado para recepcionar a excelente abertura do colombiano, estavam a decorrer os 55'. O Porto manteve o ritmo vivo e Fernando quase marcava aos 63' rematando ao lado um bom serviço de Ghilas. A justiça acabou por vir de uma gentileza de um defesa do Nápoles que deu o "melhor" destino a um centro tenso de Varela, do lado direito. Dez minutos depois, Andrea Lucena "serviu" generosamente dentro da pequena área Licá, acabadinho de entrar que festejou o 1-3 sem sequer agradecer o presente.

                     É óbvio que os golos ajudam aos juízos favoráveis mas é indubitável que o FC Porto da segunda parte pouco teve a ver com o que andou no relvado do Emirates nos primeiros quarenta e cinco minutos.

                     Helton, Fucile, Otamendi, Mangala, Alex Sandro, Fernando e Varela, estiveram ao nível de bom que lhe é comum.  Destaque, entre os nomeados, para Nico Otamendi, sobretudo no primeiro tempo e Fucile, um osso difícil de digerir a Danilo. Varela, também, em bom nível.

                     No miolo estiveram dois Herreras: um no período inicial, lento e "preso" a uma área restrita e pouco influente no jogo;  um outro, trabalhador, atrevido e assertivo no tempo complementar. Dá a ideia de que sabe bem o que vale e, mais cedo do que tarde, está ali para o mostrar. Quintero, demonstrou que já percebeu o tipo de futebol que se pratica na Europa e alguém lhe há-de ensinar a soltar a bola  quando é tempo e driblar se for o momento certo. Fez coisas muito boas e outras nem tanto, tem pés e cintura de génio que uma cabeça mais sensata vai saber aproveitar. Josué, tem pulmão e futebol nos pés e na cabeça, o que só por si faz dele jogador. Mas vai ter que se esfolar se quiser ficar na equipa.... Ghilas, ainda não superou o nível que exibiu na época finda.

                      Aos 65' Ricardo rendeu A. Sandro; aos, 89', Tiago Rodrigues entrou e saiu Herrera; aos 77' Fernando cedeu o lugar a Carlos Eduardo; Diego Reis entrou para sair Ghilas, aos 83' e Quintero, permitiu que Iturbe entrasse no jogo pelos 72'. Destes, Iturbe, Licá e Carlos Eduardo, por esta ordem, devem ter agradado a Paulo Fonseca.

                     Havendo, como ficou explícito, uma diferença abissal, para melhor, entre o que a equipa produziu no primeiro tempo e o que mostrou ser capaz de fazer na segunda metade, só pode atribuir-se a alteração à acção tida por Paulo Fonseca no balneário o que reforça a sua posição de treinador atento e capaz de rápidas medidas. Bons auspícios, portanto.

                     Nenhuma das formações que Paulo Fonseca apresentou é a equipa definitiva. Mas, verdade de La Palisse, estiveram todos lá. Agora, é só escolher, o que, paradoxalmente, é tão fácil quanto difícil. Mesmo assim, acho que ao treinador da equipa que mais títulos venceu até hoje em Portugal já lhe terá passado uma boa dor de cabeça...
                     
                   

                     




1 comentário: