
1. MOU...COLAPSOU?
A reacção de Mourinho à derrota do Real Madrid por 0-2 perante o Barcelona, em Chamartin, na quarta-feira, para a Liga dos Campeões, foi pouco menos que dramática pela intensidade das declarações que proferiu e as circunstâncias que as despoletaram.
Aureolado pela sucessiva conquista de competições das equipas onde foi treinador, fosse em Portugal, Inglaterra e, agora, mesmo em Espanha, o treinador português granjeou o direito ao estatuto de Special One, que lhe advém da sua competência técnica mas, também, em razão da sua inteligência e carácter acima da média.
Desde que tomou conta dos merengues, Mourinho não tem caminho fácil e a roda da vida, até agora tão espectacularmente venturosa, já conheceu muitos melhores dias. Primeiro, deu-se mal com o director desportivo Valdano, a imprensa espanhola não é exactamente tão sociável como a inglesa e, muito menos, subserviente como a portuguesa e pegou no assunto, a apalpar a presa. Se, aparentemente, ultrapassou alguns problemas de balneário as aquisições por si avalizadas, fosse por lesão, castigos ou inadaptação, tardam a afirmar-se. Depois, tem perfeita noção do que é gerir "vedetas", e o peso que representa mandar para o banco activos de 100 milhões (!!!)... E os resultados confirmaram-no, já que a José nada acrescenta a conquista de uma Taça, que até uma equipa de quarta categoria poderá conseguir.
Incontornável é a sua "besta negra", Guardiola, o treinador do momento da equipa da hora, o Barcelona. Depois dos CINCAZERO de Nou Camp, a MANITA, como dizem nuestros hermanos, MOU nunca mais foi o mesmo. Implicativo com as arbitragens, agreste com os colegas de profissão, enfrentando o quinto poder da imprensa, jogando mal e perdendo para além do aceitável, o SPECIAL ONE, "passou-se" indo além dos limites da boa compostura e das responsabilidades que lhe estão atribuídas. Parece stressado, no limite da resistência...
Ainda que de forma subentendida, Mourinho, lançou suspeições gravíssimas sobre a tutela máxima do futebol num gesto imprudente para a sua carreira expondo-se às medidas retaliativas dos intocáveis platinis e blatters todo poderosos o que, a serem tomadas, mancharão como nódoas negras a sua excepcional carreira.


2. MANTER O NÍVEL E AUMENTAR O RECORD.
Amanhã vamos ao Bonfim, defrontar na ante-penúltima jornada do campeonato, o Vitória de Setúbal, a lutar ainda pela manutenção na Liga. É uma missão em que temos de defender o prestígio de ostentar o título de campeão nacional e a manutenção da invencibilidade na prova, entre outras motivações importantes. É tradição sermos felizes no Estádio dos Arcos. Uma derrota, mesmo que não tenha para as nossas cores consequências práticas, é sempre difícil de aceitar, muito menos depois de ter acontecido a inolvidável noite de quinta-feira no Dragão, o Estádio-Mais-Belo-da-Europa, o verdadeiro palco dos sonhos dos seguidores do Futebol Clube do Porto.