FERRARIS E PILOTOS.

     
          Não vejo qualquer exagero em comparar a equipa do Futebol Clube do Porto a um fórmula 1 da consagrada marca Ferrari, a participar em corridas de alta competição com outras patentes, em circuitos por etapas, onde, os mais cotados, vão somando pontos de acordo com as posições alcançadas em cada corrida disputada, proclamando-se campeão o carro mais pontuado no final de todas as provas previstas no calendário.

           Ora, sendo o campeão português uma máquina comparável em mecânica, potência, resistência e "perfomance" ao mais elegante, vistoso e ganhador (e valioso) bólide, é, de todo natural e aceitável que ande sempre na frente e vença mais vezes do que a concorrência.

           A ninguém passaria pela cabeça (e ao "patrão" da escuderia, particularmente) que, só porque uma vela não fez a faísca necessária para manter a corrente alta, ou, uma manobra menos conseguida do piloto numa curva levou a um despiste inoportuno e inconveniente, se mande uma máquina de milhões para a boxe e o piloto para o desemprego, apenas porque não concluiu, na frente, uma simples etapa das seis que tinha para competir.

           Para trás ficou São Petersburgo, mas a lição trazida na mente da Rússia vai a exame já no próximo domingo, em Coimbra, depois do Ferrari azul ter sido revisto, testado e afinado na oficina do Olival, e se apresta na pole position para chegar em primeiro, em mais uma prova.

           Vítor Pereira é reconhecidamente um piloto competente, não sou só eu que o digo, pois,  não têm faltado os testemunhos de quem com ele já trabalhou e trabalha, e bastaria ter sido uma escolha do Presidente para não restarem dúvidas sobre isso. Afirmava-se, até, no passado que foi o grande responsável pela época sensacional do no transacto.

           Ressalvada a dúvida sobre as condições físicas de Kléber, o plantel recompôs-se com a chegada de Guarin e Jámes. Se se confirmar a ausência do jovem ex-Marítimo (não é um dado adquirido que não jogue), Hulk deverá ser a opção para jogar entre Varela e Jámes. Melhor, seria Valter de início, mas, não neste jogo, pois não o favorece o não ter sido muitas vezes utilizado antes. Pode vir a entrar no jogo, se este decorrer de forma compatível com as características do Maciço.


          Fucile deve estar agradecido à confiança que lhe transmite Vítor Pereira e manterá a titularidade em Coimbra. Acho muito bem que assim seja. O uruguaio já vai na sexta época ao serviço do clube, tem tido bons momentos, é voluntarioso e, até, simpático pela sua irreverência, e, é um activo, com mercado. Todavia, no meu entendimento empírico, não é um defesa totalmente fiável sob o ponto de vista emocional de que a equipa necessita, e, os erros (demasiados) que comete em jogos de decisiva importância comprometem a equipa, fragilizando-a. Há necessidade de equilibrar as pontas da linha defensiva e só com um jogador da qualidade do seu compatriota Álvaro Pereira à direita, poderá ser alcançada.É, pois, tempo de trocar as chuteiras por um calçado mais rápido e desejar-lhe seja feliz, algures.

          A sul, já se montam as barracas dos couratos ao lado da caravana do vendedor da banha da cobra, a montar o arraial à volta do circo, com o bronco a arrotar postas de carapau seco com sabor a pastilha de leite desnatado, no fito de vir a preencher por menos de vinte e quatro horas a cadeira do primeiro lugar da classificação geral. Mesmo que a frase seja tanto dele como o hábito plagiado de trincar com os malares o shwing gum que o poupa ao risco de trincar a própria língua, termino com a citação que proferiu numa das suas deliciosas e educativas "conferências" de imprensa: "isto, não é como começa, mas como acaba"!