quarta-feira, abril 03, 2019

JAMOR, MEU AMOR!



Taça de Portugal
1/2 final - 2.ª mão 
(1.ª mão: FCPorto, 3 - SCBraga, 0)
Estádio Municipal de Braga
Tempo: bom c/vento frio
Relvado: bom 
Assistência: +-5600 espectadores
Hora: 20:15 
Data: 2019.04.02 (3.ª-feira)

                       SC Braga, 1 - FC do Porto, 1 
                               (intervalo: 1-1)


SC Braga alinhou com: Marafona, Goiano, aos 83' João Morais, Pablo, Bruno Vinha, Sequeira, Murillo, Claudemir, aos 83' Rincão, Palhinha, Ricardo Horta, Wilson Eduardo, aos 70' Xadas e Paulinho.
Suplentes n/utilizados: Tiago Sá, Ryller, Esguaio e Dyego Souza.
Equipamento: oficial tradicional
Treinador: Abel Teixeira 

FC do Porto alinhou com: Fabiano, Maxi Pereira, Felipe (expulso aos 89' duplo cartão amarelo), Éder Militão, William Manafá, Óliver Torres, aos 77' Loum, Danilo Pereira (C), Jesús Corona, Adrián López, aos 55' Otávio, Fernando Andrade e André Pereira, aos 65' Moussa Marega. 
Suplentes n/utilizados: Iker Casillas, MBemba, Yacine Brahimi e Tiquinho Soares
Equipamento: oficial tradicional
Treinador: Sérgio Conceição

Árbitro: Manuel Mota, AF Braga - Auxiliares: 
4.º árbitro: Vítor Ferreira
VAR: Rui Oliveira

GOLOS E MARCADORES: 1-0 aos 41' por PAULINHO, numa jogada individual em que beneficiou do atropelamento contra Felipe e de ficar com a bola, seguindo isolado na direção do poste mais próximo, e à saída de Fabiano, rematar ao ângulo da baliza; 1-1 aos 74' por DANILO PEREIRA elevando-se e desviando a bola de cabeça para o poste mais distante, na sequência de um pontapé de canto apontado à esquerda por Jesús Corona.

O Futebol Clube do Porto foi para este jogo com o crédito à maior de três golos sobre o Sporting de Braga, granjeada  na partida da primeira mão realizada no Dragão, através de uma excelente exibição e manifesta superioridade sobre o adversário. A margem confortável do resultado, não sendo em futebol garantia absoluta da resolução da eliminatória a duas mãos, constituía uma folga interessante para aliviar a sobrecarga de jogos a que a grande maioria dos atletas da equipa tem estado sujeita, acautelando a relevância e a exigência dos jogos da crucial fase final do campeonato interno, e especialmente a próxima eliminatória da Liga dos Campeões contra a melhor equipa da Liga inglesa, a melhor do mundo.

Naquela linha de procedimento, não seria de estranhar que Sérgio Conceição tivesse escalado para jogar na "pedreira" elementos com participação menos assídua e, por isso, menos desgastados fisicamente e motivados para mostrar todas as suas capacidades. Daí que tenha constituído a formação da equipa dispensando mais de metade dos jogadores que mais têm vindo a ser convocados ao longo da época.

Por seu leu lado, os arsenalistas de Braga têm vindo a afirmar-se como equipa capaz de ombrear com os melhores emblemas nacionais, não escondendo os responsáveis a ambição de se estrear com um título de campeão nacional. Há que reconhecer que os bracarenses se vêm libertando da condição ancestral de "amigo de peito" do clube alfacinha da mesma cor da sua camisola, tentando enveredar por caminho próprio deixando para trás o passado recente, o que só o dignifica e enobrece. 

Abel Ferreira, o jovem treinador do Braga, está a produzir trabalho com mérito e a incutir na equipa que treina o espírito guerreiro que conduz ás vitórias. Mostrou-o nesta partida, no discurso e no relvado. Encarou o jogo como uma final, meteu a "faca nos dentes" a cada um dos seu jogadores e entregou-os à batalha numa luta de "vida ou morte". E foi obedecido. A primeira meia hora ninguém da equipa azul e branca tinha garantida a saúde das pernas, as de Jesùs Corona faiscavam quando procurava ou tinha a bola nos pés, o miolo do relvado estava mais anárquico que a selva densa, tudo rachava lenha ao desbarato, o FC Porto estranhava e reagia desordenado e a destempo, o Fabiano não parecia dali. O Porto tardava a recompor-se e foi necessário o segundo tempo para arrefecer o calor do confronto e estabilizar a pressão alta e a ânsia manifesta dos bracarense.

Notável, sem dúvida.

Irei acompanhar com curiosidade a equipa de Salvador neste fim de campeonato, não porque me pareça poder ela chegar ainda ao primeiro lugar, mas para que possa confirmar se têm ou não fundamento a crença e as otimistas convicções expandidas por Abel Teixeira quanto ao valor competitivo da sua equipa. E facilmente lhe reconhecerei sem reservas e com aplauso sincero as potencialidades afirmadas se mantiver a postura nesta partida demonstrada que a levará a vencer as restantes do campeonato em curso. 

O melhor que se pode extrair do árbitro vilaverdense é que Mota é uma boa rima para a palavra anedota. Quem consente a atividade de juiz de futebol e nomeia para jogos desta relevância um protagonista fundamental de um jogo da meia final da segunda prova em importância do calendário português uma individualidade deste calibre, merece tanta credibilidade como o nomeado. E não se extraia desta minha afirmação que o Braga foi mais prejudicado na partida do que o FC do Porto, porque, se ele tivesse categoria e qualidades inatas e profissionais e as soubesse usar atempadamente, isto é, desde o primeiro apito, muitos erros e descontrolos teriam sido evitados. Mas, tão próximos que vivem, a solidariedade é compreensível. 

Constata-se uma acentuada desconsideração quanto à validade do VAR como auxiliar da arbitragem no relvado, que de um modo geral muitos acreditavam poder ser a pedra filosofal da credibilidade do resultados. A triste realidade está a demonstrar que a eficácia dos estúdios poderá equivaler à interpretação das duas faces da mesma moeda: uma é boa quando nos favorece, a outra é má se não decidir segundo a nossa opinião. Continuem, tem piada.

A gente encontra-se a 25 de maio no Jamor.

(Mais logo, a minha tv despede-se das transmissões pagas mensalmente de jogos de futebol). Nem mais um cêntimo para o peditório.







 

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