sábado, outubro 11, 2014

TAMBÉM ME RECONCILIO COM A SELEÇÃO PORTUGUESA.

    
Foto Paulo Calado

          A antipatia que votava a Filipe Scolari pelo modo como tentou grangear popularidade fácil e pelo apoio da informação escrita e falada alfacinha que lhe era dado para encobrir a sua incompetência profissional, situação que se manteve ou piorou com a entrada de Paulo Bento para o cargo de selecionador, fizeram com que o meu interesse pela seleção de futebol portuguesa se tornasse praticamente irrelevante. Para mim, a seleção deixou de ser "de todos nós" para se tornar de um grupo de indivíduos com interesses privados sem objetivos verdadeiramente desportivos mas um centro de conluios e negócios rendosos, em prejuízo da disciplina e da coesão necessárias para obter sucesso.
    
           E aconteceu o que todos vimos.

          A confirmar o que eu pensava da seleção de futebol do meu país lembre-se o abandono sucessivo grandes jogadores como Bosingwa, Tiago, Ricardo Carvalho, Dany, e o ostracismo a que outros foram votados como Ricardo Quaresma, Eliseu, Duda, Antunes e outros que facilmente se poderia nomear.

         A chamada de Fernando Santos para selecionador pode inverter o descalabro que se adivinhava vir a sofrer a equipa das quinas no apuramento para o Europeu e, consequentemente, o desprestígio do futebol luso que seria inevitável se se mantivesse o estado atual da equipa portuguesa. O novo selecionador possui uma larga experiência técnica, está bem documentado sobre o futebol português e europeu, dirigiu plantéis de equipas de valor, comandou a seleção grega, tem formação de grau superior e segue princípios humanistas e sociais que lhe conferem respeito e admiração. É um líder.

        Tal como um filho pródigo volto eu também a estar com a seleção de futebol de Portugal. Não tenho que mudar seja o que for, porquanto também nunca estive contra, apenas indiferente. Terei, isso sim, que reavivar "as linhas da memória que a mestra palmatória desenhou" e convercer-me que Portugal e mais do que uma "nesga de terra debruada de mar", como poetou o transmontano Miguel Torga.

       Dentro dos limites do bom senso e dos valores em causa.

          

2 comentários:

  1. Amigo :

    Miguel Torga , o Homem do " Reino Maravilhoso " !

    Abraço

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  2. Ainda à poucos minutos disse à minha mulher: hoje já vou ver a selecção com outros olhos, ao que ela respondeu: não és só tu. Estas palavras que o Remígio escreveu, vêem confirmar aquilo que eu e muitos portugueses estavas a pensar da selecção que não era de todos nós.
    Abraço
    Manuel da Silva Moutinho

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