segunda-feira, maio 23, 2011

TELEVISÃO e OPINIÃO DE RESCALDO.

         
            A avalancha dos acontecimento alucinantes que inundou de glória o mundo do Dragão, dentro e fora do País, levaram a que nem todas as ocorrências que nesta fase louca aconteceram tivessem sido aqui comentadas.
            Foi o caso da cobertura dada pela televisão pública à final de Dublin e a posterior reportagem da chegada ao Porto dos brilhantes vencedores da Liga Europa.

            Pelo que me foi dado observar não tenho memória de que alguma vez a televisão pública tivesse concedido tanto tempo de antena em eventos em que o Futebol Clube do Porto tivesse sido protagonista saliente, quer pela importância da competição em que tivesse estado envolvido quer pelo estatuto de grande clube europeu que já é, como o que foi concedido nos últimos êxitos alcançados interna e externamente. Entendo até que, embora estes acontecimentos desportivos interessem a uma boa parte da população portuguesa, parece-me excessivo o espaço televisivo que lhe é dado relativamente a outros temas porventura mais realistas e úteis às populações. Em qualquer caso deve ser registado que, finalmente, o serviço público de televisão entendeu dar um tratamento igual ao que, durante anos sucessivos,  privilegiou as instituições sediadas na capital.

            Contudo, se em relação ao espaço houve vontade de mudar, o mesmo não se verificou relativamente à competência do trabalho que nos chegou através da caixa mágica. Registo, apenas, dois casos.
            O primeiro situa-se na recolha das impressões tomadas antes do jogo de Dublin quando o repórter de serviço aborda três irlandeses e os inquire se conheciam os clubes intervenientes. E que lhes parece ter sido a resposta dos dois primeiros entrevistados? Não, não foi o Futebol Clube do Porto um dos nomeados, nem, por mais estranho que isso tivesse sido, o Benfica porque, ambos, nomearam o... Braga!. Seguiu-se a abordagem a um motorista o qual, com a ajuda do profissional do microfone, lá conseguiu pronunciar um Porto à terceira tentativa, sem convicção e muita hesitação. Há dias em que os repórteres têm mesmo muita sorte.
            Logo após o início da marcha do autocarro descoberto que transportava para a Invicta, a partir do aeroporto Sá Carneiro, os heróis da Taça de Liga europeia, este sofreu uma avaria que originou a interrupção da viagem por três vezes. Não sendo possível reparar no local o desarranjo mecânico, houve que proceder à substituição do autocarro por outro veiculo com as mesmas características, operação que levou hora e meia a executar. Durante  todo este tempo, manteve-se aberta a emissão com imagens a partir do heli que sobrevoava o local sem que tivesse ocorrido qualquer facto de interesse a registar.


Godinho Lopes confirmou Domingos à CMVM

            No final do jogo na Irlanda, Domingos Paciência, aludiu ao lance em que intervieram Sapunaru e Sílvio insinuando que o defesa portista, já anteriormente amarelado, devia ter visto o segundo nesta pseudo falta sobre o magnífico jogador do Braga, como se deste pormenor tivesse resultado a derrota da sua equipa. Devo esclarecer que nutro por Domingos Paciência especial admiração e carinho e se tive muitos momentos de alegria durante a sua carreira como jogador do Futebol Clube do Porto, a ele os devo. Como treinador acho que já é brilhante e irá, ainda, mais longe. Mas, meu caro "Mingos", não vás por aí. Um grande líder não adopta atitudes de choramingas nem se desculpabiliza a tentar arranjar bodes expiatórios para as derrotas difíceis de digerir. E, olha meu caro, nem vale a pena recordar-te que o teu jogador nunca teria intervindo no lance se, ainda na primeira parte, em vez da cor amarela tivesse sido a vermelha a do cartão que castigou a entrada sobre o Hulk que, tal como a de Hugo Viana (bárbara) mais tarde, tivesse ficado claro de que a ideia era tirar do jogo o ariete portista. E dou de barato que as jogadas de cotovelo tivessem sido apenas imprudência de alguns dos teus jogadores e não resultantes de treino específico...

TimeOut-Edição Lisboa
             Tive oportunidade de ler alguns comentários nos jornais de hoje sobre a final do Jamor. De uma forma genérica as opiniões que li alinham pelos que eu próprio formulei aqui logo após o jogo terminado e nos quais procurei apontar a fraca qualidade da equipa vimaranense, então claramente demonstrada. Vi, esta época na televisão, várias jogos da equipa de Manuel Machado, com  exibições colectiva e individualmente bem superiores à que ontem se viu e que eu previ poder ser superior à do Braga da final da Liga Europa, no que me enganei rotundamente. E, com a classe individual e colectiva dos Campeões, quem jogar daquela maneira, leva!

             No caso do penalti contra o FC Porto destaca-se a imperícia do seu marcador, Edgar, não dando o mérito devido à extraordinária movimentação e perspicácia do Beto. Se bem tivessem reparado os comentadores, iriam verificar que o magnífico guarda-redes substituto do "senhor" Helton, "força" o antigo jogador portista a alterar a trajectória da bola para o lado que pretendia ele a chutasse, enganando-o com uma simulação de se atirar para um lado e fazendo-o para o contrário. Houve, sem dúvida, muito mais mérito do guarda-redes do que de imperícia teve o avançado pelo que deve ser considerado um penalti muito bem defendido e não mal marcado.

             Ai, que já estou em pulgas para que as férias dos jogadores passem depressa e o TGV inicie a marcha para nova viagem, nova corrida!

            

    

3 comentários:

  1. ..."se, ainda na primeira parte, em vez da cor amarela tivesse sido a vermelha a do cartão que castigou a entrada sobre o Hulk que, tal como a de Hugo Viana (bárbara) mais tarde, tivesse ficado claro de que a ideia era tirar do jogo o ariete portista"...

    Remígio :
    De acordo !

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  2. Meu caro, também acho que o futebol tem demasiada importância, mas já que tem, que o nosso clube seja tratado de forma igual aos outros. Se fosse o Benfica tinha sido muito pior.

    Vamos ter calma e deixar um tempinho para descanso, que a epoca não cansou só os jogadores, tanta emoção dá-nos cabo do coração.

    Abraço

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  3. Comentário tardio, é verdade, mas mais vale tarde que nunca, portanto cá fica:

    Foi o culminar de uma excelente época, quatro títulos não se conquistam todos os anos, e ainda para mais quando um desses quatro títulos é... uma prova europeia.

    Um abraço

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