FINAL DA TAÇA DA LIGA EUROPA
Em Dublin, Irlanda:
FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 1 - SPORTING CLUBE DE BRAGA, 0
(Golo de Falao, aos 43')
Duas equipas portugueses a disputar uma final europeia é um acontecimento cujas probabilidades de se repetir neste século será muito reduzida. Com todo o mérito pelas brilhantes carreiras que fizeram, o Futebol Clube do Porto e o Sporting de Braga, sem dúvida as melhores equipas portuguesas da actualidade, ganharam o direito de derimir entre si a conquista da taça da Liga Europa.
Ganhou a equipa favorita e a que mais a mereceu. O magro resultado final de 1-0 denota em certa medida o equilíbrio que se verificou na partida, mas não põe em causa a justa vitória dos campeões nacionais, que não tendo exercido um domínio claro sobre os bracarenses foram sempre a melhor equipa em campo e deu sempre a sensação de que, com mais ou menos dificuldade, a vitória final não lhe fugiria. O Braga provou neste jogo estar na final por mérito próprio, tendo actuado no limite das suas capacidades, sendo evidente que foram para esta final com o firme propósito de a vencer.
Não houve, de parte a parte, muitas jogadas onde o golo estivesse eminente, tendo o Braga estado perto de o conseguir logo aos 4' quando Custódio atirou ao lado. Mas aos 6,50', foi Hulk a atirar com perigo um remate cruzado a sair ao lado da baliza de Artur.
Aos 43', surgiu o momento mágico que havia de fazer o resultado desta memorável vitória do voraz Dragão da era Villas-Boas: de posse da bola, Guarin conduz a bola pela meia-direita, numa simulação perfeita livra-se de Sílvio, levanta a cabeça para escolher o fim da bissetriz riscada pelo olhar e a temporizar o movimento do ariete Radamel FALCAO que, num gesto só ao alcance de um predestinado, elevando-se com a suavidade de emérito bailarino, ficou no ar um segundo a esperar pela Bela e, num afago de amante sensível, indicou-lhe o dossel da noiva-rainha.
O segundo momento do jogo ocorreu logo ao iniciar-se a segunda parte, com Mossoró a "papar" Fernando e a isolar-se em direcção à baliza mas, Helton, em hora de aniversário não esteve interessado no presente envenenado que o seu compatriota se aprestava para lhe oferecer, e chutou para canto as pretensões dos minhotos.
Com a dança das substituições o jogo mudou de cariz e escassearam, no segundo tempo, os lances de grandes emoções. Embora a sensacional equipa de Domingos Paciência nunca tivesse baixado os braços (durante o jogo alguns dos seus jogadores até os levantaram demasiado...), o FC Porto continuava a anular quase totalmente os jogadores nucleares do S Braga (Alain, Custódio, Hugo Viana e Sílvio, principalmente, mantendo Hulk, Falcao e Varela, servidos por Guarin e Álvaro Pereira, uma forte pressão sobre as linhas defensivas arsenalistas obrigando-os a uma constante vigilância e grande desgaste.
A equipa do Futebol Clube do Porto, alinhou inicialmente com: Helton, Sapunaru, Rolando, Otamendi e Sapunaru; João Moutinho, Guarin e Fernando; Varela, Radamel Falcao e Hulk. Aos 72,30', entrou Belluschi para o lugar de Guarin, e Varela, aos 78.20', saiu para dar lugar a James Rodriguez.
Três jogadores foram decisivos para o êxito conseguido: Helton, pela super defesa da negação do empate, Falcao, pelo golo à Radamel Falcao", memorável pela beleza e pelo feito causado; e Hulk, que deve ter deixado de água na boca e a fazer contas essa Europa "à rasca" com falta de pilim para a factura que lhes será apresentada quando quiserem chegar-se à frente.
Sapu, Rolando, Otamendi e Álvaro, muitíssimo bem, com destaque para os centrais; no meio Fernando, Gaurin e Messinho (concentradíssimo,. pá); Belluschi e James, adaptaram-se muito bem e melhoraram a qualidade do meio campo no período em que jogaram.
O árbitro realizou uma acção segura e teve a arte de interpretar o espírito desta final inédita entre equipas do mesmo país, demonstrando claramente estar apenas interessado em fazer um trabalho profissional e, na minha opinião, conseguiu-o. Não anotei qualquer erro significativo e aceito o julgamento sem punição dos cotovelos em algumas jogadas protagonizadas por alguns jogadores do Braga, porque as terá considerado não intencionais.
Este Dragão continua imparável. Época brilhante, esmagadora, gloriosa e feliz. Falta apenas procurar a chave de ouro para fechar a última porta. Com a luz, ninguém se preocupe: há já muito tempo que está apagada.
P.S. - No fim do jogo, ao contrário do que sempre acontecia quando o Futebol Clube do Porto conseguia estas jornadas gloriosas, não estralejaran os foguetes na noite de Lanheses. Apesar disso, não me esqueci de ti, fervoroso portista e, onde quer que estejas, quero celebrar contigo a alegria deste momento.
Lindo texto, bela vitória e inequívoca prova de trabalho e ponderação...só me ocorre dizer...PPPPOOOOORRRRRTTTTOOOOOO!!!
ResponderEliminarAbraço!!
Sérgio
Umas, poucas, palavras sobre o jogo:
ResponderEliminarConcordo que foi fraco e a exibição do F.C.Porto deixou a desejar. Fomos lentos, complicativos, fugimos ao nosso futebol natural, trocamos o conjunto pelo individualismo e quando é assim, não somos tão fortes. A jogada de James, já em tempo de descontos, quando em superioridade numérica, tinha Hulk e Falcao, sozinhos para passar e quis fazer tudo, foi paradigmática do que foi hoje o jogo do CAMPEÃO NACIONAL 2010/2011. Mas as finais são para ganhar e se nos lembrarmos do que aconteceu em 1984, em Basileia, frente à Juventus, onde fomos muito melhores e perdemos, passemos por cima da qualidade da nossa exibição e festejemos, festejemos muito, que, meus amigos, ninguém mais do que nós merece festejar.
Um abraço
Sim, é verdade, temos todos os motivos para estarmos felizes e orgulhosos. Para festejarmos mais uma vitória importante na vida do nosso Clube.
ResponderEliminarEstou muito grato a quantos contribuíram para este meu estado de espírito, desde o inigualável e humilde Presidente até ao humilde roupeiro. Obrigado a todos!
Quanto ao jogo confesso que esperava e desejava um espectáculo mais arrebatador, bem ao alcance das duas equipas. Quem não se lembra do magnífico espectáculo que ambos proporcionaram no jogo do Dragão, para o Campeonato. Isso sim, seria uma vitória muito mais brilhante e uma grande propaganda ao futebol português.
Sem muitos argumentos, o Braga optou por actuar num bloco defensivo compacto, agressivo, às vezes em excesso, roubando espaços e procurando explorar os erros do Porto, contribuindo decisivamente para a pobreza do espectáculo. O FC Porto acomodou-se, convencido que o seu momento apareceria, deixando rolar o tempo, também à espera de uma eventual falha para aproveitar.
Este resumo sintetiza a forma como ambas as equipas encararam a final, mais preocupados em a não perder do que realmente ganhá-la.
Ganhou o Porto, porque, apesar de tudo foi a que mais oportunidades criou (Hulk e Bellushi estiveram perto de marcar) e aproveitou com competência uma falha de Rodríguez para fazer o seu golo. O Braga teve dois lances perigosos (Custódio e Mossoró, este numa falha incrível de Fernando, que Helton salvou).
Agora é hora de festejar e preparar a próxima final que queremos vencer para acabar a época como começamos: A VENCER!
Tecer alguns comentários a respeito do seu post, ou desta extraordinária época do nosso Porto, principalmente no rescaldo de tantas e tão intensas emoções, é tarefa quase impossível. Compor frases com sentido, quando o pensamento fervilha de ideias a tentar seleccionar adjectivos para qualificar o feito, e ao mesmo tempo esses adjectivos são atropelados pelas imprecações subjacentes de todas as patifarias que os nossos inimigos nos tentaram cercar durante toda esta época dourada, pode ter como resultado um conflito de sentimentos que esta maravilhosa festa não merece nem precisa.
ResponderEliminarFestejemos portanto, e atiremos para o balde do lixo, pelo menos por enquanto, toda essa porcaria recheada de inveja apodrecida.
Viva o Futebol Clube do Porto e tudo aquilo que ele representa para a felicidade dos seus adeptos entre os quais nós temos o privilégio de estar.
PS. Os rojões a moda do Minho estavam um tudo-nada salgados, mas nada que esse saboroso tinto da sua região não ajudasse a esquecer. Perdoe-me a repetição do comentário já tecido em outro blog, mas o rescaldo da festa de ontem e um certo descuido na carga etílica, a isso me obriga.
Boas,
ResponderEliminarMais uma vez o caneco é nosso !!!!
Apesar de não ter sido um jogo brilhante fundamentalmente pela atitude super defensiva do braga, conseguimos o mais importante ... mais um titulo europeu para o nosso vastissimo curriculum.
È um prazer enorme ser do FC Porto !!!
Um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com/
Grande alegria. Durante o jogo, como quem anda a par sabe, tive de ir tentando dar uma olhadela no resultado, muito de fugida e... curiosamente cliquei na transmissão na ocasião do golo... Depois foi tentar aguentar até ao fim, na mesma, e cá dentro estourar como foguetes que se ouviram em vários lados.
ResponderEliminarPassadas já estas horas, voltando-se já as atenções para a final da Taça de domingo, entretanto o que dá mais gozo é ver a azia de benfiquistas e, pasme-se, de sportinguistas, que até se desculpam com as esfarrapadas queixinhas do Domingos - esquecendo-se eles de pelo menos um, mas até dois, dos bracarenses que mereciam não ter acabado o jogo...
O Porto é o Maior!
Um reparo tem de ser feito, a quem anda a tentar arranjar motivos para diminuir a grande vitória do Norte: alguma comunicação social está a criticar por entre os futebolistas presentes, os estrangeiros terem usado as bandeiras dos seus países, enquanto os portugueses não… Ora, no caso dos do F. C. Porto, apetece dizer que o país tem tratado tão mal o clube e os seus representantes que não se pode pedir que se esqueça isso, sendo que os símbolos nacionais são mais para coisas do regime. Pode ser forte, isto dito assim, mas é a realidade. E quem não concordar que faça alguma coisa para alterar o panorama, visto haver diferenciação, facciosismo e separatismo entre Lisboa e arredores relativamente ao resto do País, a começar nos políticos e nos dirigentes desportivos.
http://longara.blogspot.com/2011/05/porto-d-honra-europeu.html
A primeira foto com o Vilas Boas a festejar como nós diz tudo: amo-te Porto
ResponderEliminarSilvestre:
ResponderEliminarPercebeu o sentido da escolha. Era essa a ideia.
Caro Remígio
ResponderEliminarQue mais dizer ?!... qdo acabo de ver o Pedro Gil -no hóquei- a desbaratar (c/ golo de Ouro) a armada invencível que (era) o Barça nesta modalidade ???...
De FUTEBOL já não falo.
Temo pelo futuro.(?)
Que mais para atingir?!...
P. da Costa quase nega o poema de Florbela:
"Quem nos deu olhos para ver os astros,
-Sem nos dar braços para os alcançar? "
...estamos no Céu ! Tudo alcançámos!
Abraço amigo do
João Carreira
Caro João:
ResponderEliminarN/ esqueça que Florbela amava o FC Porto. Ou pelos menos o, então, Presidente.
"Temo pelo futuro.(?) Que mais para atingir?!.
Sophia de Mello Breyner Andresen, responde, assim:
"Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam na ar palavras obscuras
E o meu desejo canta...por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora".
Boa noite, caro amigo.
Caro Remígio
ResponderEliminar... que bom lembrar-me essa Sra. de nome Sophia...e o que ela "transmite" no poema...
Relembro Sebastião da Gama e "pelo sonho é que vamos" ...
Já agora, que no JAMOR, se cumpra um ciclo raro e nunca visto.
Viv'ó N/ FCP ! VIVA!
Abraço amigo e desejo de um óptimo fim de semana.
João Carreira
Caro Remigio.
ResponderEliminarTenho andado a navegar por esse mundo fora,embriagado e feliz com tanto destaque dado ao nosso FCPorto, que só hoje voltei a casa,que é este cantinho "DRAGÂO, SEMPRE".
Foi um prazer ler o seu texto,lindo!!!
muito bem acompanhado pelos comentários do grande João Abel Calais.
Obrigado a todos.
O jogo de amanhã tem como principal destaque a ausência de Falcao. Será por lesão?
ResponderEliminarSomos superiores ao Vitória e penso que, com mais ou menos dificuldades, conquistaremos o quarto título da época e a fecharemos em grande.
Um abraço
Golo poético (à Remígio) !
ResponderEliminarObrigado