sexta-feira, janeiro 08, 2016

JULEN LOPETEGUI.

     
                                                 Julen Lopetegui com Iker Casillas

       Tudo apontava para o rompimento coercivo do vínculo contratual do responsável da equipa técnica do Futebol Clube do Porto, depois da degradação do ambiente no seio dos adeptos em resultado dos últimos insucessos verificados neste inicio do ano. Nem tarde nem cedo, a rescisão que estaria já a ser equacionada de há tempos a esta parte, foi concretizada no altura em que teria que ser feita: à Jorge Nuno de Lima Pinto do Costa, o Presidente dos presidentes.

       A vida do técnico Julen Lopetegui no Futebol Clube do Porto foi tudo menos fácil desde que os seus ténis pisaram pela primeira vez a relva do centro de treinos do Olival-Gaia. Nunca, que me recorde, em mais de setenta anos de acompanhamento e paixão pelo melhor Clube de Portugal, algum outro técnico foi tão achincalhado, insultado, perseguido, humilhado, atacado, desqualificado, discriminado, rejeitado e desprotegido, de fora (por motivos que facilmente se descortinam...) e, de dentro pela onda de contestação e adesão às conhecidas campanhas de descredibilização dos media da corte lisboeta  em que se deixou envolver a falange de adeptos do colosso azul e branco.

       Provavelmente jamais se conhecerão as verdadeiras causas do claro insucesso desportivo do espanhol-basco (nojenta e ignorante designação de um cidadão de uma nação amiga que integra a Comunidade que os dois países peninsulares quando usada com intuitos pejorativos e olvidando o número dos seus compatriotas que trabalham no clube), para além dos muitos defeitos e nenhumas qualidades que lhe foram apontadas pelos treinadores de sofá, a fazer coro com os fracassados e despeitados treinadores seus iguais na profissão. Ouvi, hoje, no canal público da tv, um avozinho com muita queda para ator e laureado campeão na prestigiada liga egípcia que se arrasta por aí em busca de uma nesga de luz, a esganiçar-se (como diria Pedro Arroja) naquela voz efeminada que tão bem lhe fica, a falar de cátedra do seu colega de profissão apontado a incompetência de Lopetegui para "ler o jogo" (que originalidade!) e de tomar as medidas adequadas para alterar o rumo de jogo. É, apenas, um simples pormenor, mas esclarecedor.

       Não me pronunciando sobre a competência técnica do agora ex-treinador do FCP por não possuir dados objetivos dos seus processos de treino e dotes de liderança, não posso deixar de afirmar que foi notória a sua vontade de fazer as coisas sempre bem, que se comportou de uma forma exemplar no trato e exímio nas conferências de imprensa, que foi clara a sua adaptação a Portugal e ao Porto e rapidamente percebeu o que é distintivo entre o Futebol Clube do Porto e os outros clubes da Corte alfacinha. Por tudo isso, obrigado Julen Lopetegui e Deus permita sejas feliz onde quiseres.

       Não retiro a mínima confiança ao "meu" Presidente quanto à escolha do sucessor de Julen Lopetegui. Seja qual for a sua decisão, tenho a certeza de que será pensada e criteriosa. Aceitá-la-ei sem relutância.

         Se tivesse oportunidade de emitir uma opinião, consideraria manter até final da época Rui Barros, em detrimento de Luís Castro do FC do Porto B, porque ambos conhecem muito bem os planteis que dirigem, adiando para a próxima época uma decisão definitiva. Rejeito uma oportunidade para Marco Silva, sem identidade com o povo nortenho (lembram-se do Estoril-FC do Porto do 2-2, com certeza...) em detrimento de Nuno Espírito Santo, um homem da casa com bom trabalho em Vila do Conde e no complicado ambiente andaluz de Valência.  Vilas Boas, tem a minha simpatia e não relevo a saída para o Chelsea tal como ocorreu não obstante o risco de não voltar a ser (tão) feliz como quando se sentou na sua "cadeira de sonho". Paulo Bento, nem morto não terá hipótese!

       Termino com uma recomendação aos assobiadores e abanadores de lençóis: para o nosso grande Presidente, que não tem quem se lhe compare no Mundo do desporto, o efeito deste tipo de manifestações influenciaram tanto na decisão como se fossem cócegas feitas a um defunto. Sendo assim, a alternativa é aplaudir. Muito, porque outro que tal só o conheceremos lá para o século XXII.

      

2 comentários:

  1. Totalmente em sintonia com o que aqui reflete. Agora o que mais desejo é que o F C Porto vença.
    Abraço.
    Armando Pinto

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  2. Pinto Felgueiras:

    Vivemos um fase difícil para alcançar os nossos objetivos sabendo nós muito bem que o momento é explorado sem contemplações pelos nossos rivais lisboetas, sem olhar a meios para o conseguir. Nada que nos surpreenda mas, ao contrário do que antes acontecia, a nossa resposta não tem sido aquela que usávamos há poucos anos atrás. Mas, confio, não será por muito mais tempo.

    (A necessidade de "arrumar a casa" para retomar o ritmo interrompido por força de um problema vesicular ocorrido na sequência do Natal, agora sob controlo, tem limitado o meu acesso às leituras da blogosfera, razão pela qual não tenho feito os comentários que desejaria nos blogues que sigo, como é o caso do que o meu caro amigo sr. P. Filgueiras tão competentemente subscreve.)

    Abraço.

    DRAGÃO, SEMPRE!

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