domingo, janeiro 10, 2016

ALMA PORTISTA ESTAVA NA BOAVISTA


 

Primeira Liga
17ª Jornada
Estádio do Bessa, Porto
2016.01.10

                    Boavista FC, 0 - FC do PORTO, 5
                                                         (ao intervalo: 0-1)

Héctor Herrera, Jesús Corona, Aboubakar (2) e Danilo Pereira.


       FCP: Casillas, Maxi Pereira, Martins Indi, Ivan Marcano, Miguel Layún, Héctor Herrera (cap), aos 82' Imbula, Danilo Pereira, André André, aos 71', Evandro, Jesús Corona, aos 78' Silvestre Varela. Aboubakar e Yassime Brahimi.

       Treinador: Rui Barros

      Árbitro: Flávio Veríssimo

          0-1:
          O FC do Porto abriu o marcador aos 12' numa jogada iniciada por Brahimi no flanco esquerdo cedendo, depois, a bola a André André que a fez chegar com um passe preciso para H. Herrera, o qual, já dentro da área dominou com o peito, fez uma rotação perfeita e enviou em jeito para o lado direito da baliza sem defesa.

       0-2:
      Aos 48' por Jesús Corona numa jogada individual de grande execução técnica desenvolvida numa trajetória em diagonal por entre a defensiva do Boavista, concluída com um pontapé sobre a relva para o poste contrário. Belo trabalho do extremo portista.

       0-3:
      Alguns minutos depois, Aboubakar voltou aos golos numa assistência de Miguel Layún para a cabeça da área com o africano a rematar baixo e forte sem preparação, depois de várias tentativas sem sucesso. 

       0-4:
      Aboubakar visa aos 81' de novo assistida pela direita por Miguel Layún, desta vez em cuzamento por alto e entrada de cabeça do camaronês.

      0-5:
      Danilo Pereira fechou a manita aos 90'+3' em nova assistência de Miguel Layún e emenda de cabeça de Danilo Pereira.

      Mesmo para quem não tivesse acompanhado as incidências ocorridas nos últimos dias no seio da equipa portista, que levaram à saída do treinador Julen Lopetegui e à assunção do comando da equipa por Rui Barros, teria notado diferenças na habitual atitude dos jogadores relativamente ao modo como antes se aprestavam para enfrentar os adversários. Nos rostos fechados dos atletas adivinhava-se a determinação em mostrar que a equipa vive emocionalmente este momento atípico da vida interna do plantel e uma genuína vontade de voltar a ganhar a confiança e o apoio da massa adepta. Os primeiro movimentos da equipa vieram  confirmar a mudança de atitude pela concentração posta na disputa de cada lance e na vontade de fazer as coisas bem mesmo que, num ou noutro lance, nem sempre da melhor forma. Sem muitos rodriguinhos (exceção feita aos excessos de Y. Brahimi pela insistência em sair das jogadas sempre em dribles) ou passes para trás ou para os lados e com muita atividade no miolo com Héctor Herrera a constituir um problema irresolúvel para os boavisteiros por estar sempre em lugar diferente no meio, nos flancos ou na cabeça de área, o FC do Porto não deixava o Boavista respirar, ter bola e sair com perigo real do seu reduto não obstante as enérgicas tentativas com que tentava consegui-lo.
Tendo desfeito cedo a igualdade inicial os dragões não puderam contudo avolumar com mais golos as reais diferenças de valor entre as duas formações também porque os rapazes de Sanchez não cediam nas suas barreiras e nas tentativas de furar a hegemonia da defesa portista, com Marcano e M. Indi a jogar prático e a tempo. Com o magnífico golo de Jesús Corona, já no período complementar e por alguma quebra física e anímica dos panteras negras, o Futebol Clube do Porto tomou por inteiro o controle da partida e o avolumar do resultado foi alcançado com toda a normalidade. Dispensável e por demais despropositados os olés que se ouviram por alguns momentos no dealbar da partida pois a dignidade da equipa do Boavista não o justificava.

Assumindo a liderança numa situação de emergência há que sobrelevar a inteligente atitude de Rui Barros ao formar a equipa exatamente como no último jogo que seria o derradeio do honesto espanhol Julen Lopetegui. Honrou o seu antecessor e deu a oportunidade aos jogadores utilizados em mostrarem que valem muito mais do que antes tinham feito. No banco foi o Rui Barros que conhecemos, calmo, atento e interveniente q.b..

O rotundo resultado conseguido não deve ser motivo para escamotear insuficiências que perduram há muito em alguns dos jogadores, as quais, obviamente, se refletem no nível exibicional da equipa. Yassime Brahimi, sem prejuízo da maneira como procura fazer as coisas bem feitas, mantém a sua tendência para resolver tudo sozinho e o excesso de dribles impede que decida bem o último passe. Aboubakar, sempre generoso no esforço, sente muita dificuldade em fugir às marcações "em cima". Casillas denuncia alguma intranquilidade e, defensivamente, falha a coordenação de movimentos dos seus elementos e, algumas vezes, o apoio do resto da equipa. Um pormenor para o qual parece não haver antídoto é o desperdício dos livres diretos.

 Héctor Herrera, agora líder da equipa com a braçadeira de capitão, está em grande forma e voltou a ter papel decisivo no resultado alcançado. 

Flávio Veríssimo geriu (muito) mal a amostragem de cartões porque o jogo, viril mas correto,  não justificou tantas cartolinas amarelas. Esteve bem no julgamento das hipotéticas faltas dentro da área e na exibição do cartão amarelo a Ikar Casillas porque seria inadequada, numa jogada ocorrida longe da baliza e em posição lateral com reduzidíssimas possibilidades de ser concluída com êxito.

RC.


 

 

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