domingo, janeiro 20, 2013

DRAGÃO NÃO SE DEIXOU EMBALAR NO CANTO DOS CANÁRIOS.

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(in Público online)
Liga Zon Sagres
2013.01.19

Estádio do Dragão

            FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 2 - Paços de Ferreira, 0
           (Alex Sandro, aos 47' e Izmailov, aos 78')

           Resisti à vontade de me deslocar ao Dragão para ver ao vivo o encontro com a equipa pacense a pensar na incomodidade da temperatura ambiente que pensava ter que enfrentar no Estádio Mais Belo da Europa. Não pude, por isso, evitar de sentir algum constrangimento e sentimento de culpa quando me chegaram, pela TV e no conforto do sofá, as primeiras imagens dos mais de 25 mil e 3 (!) corajosos indefectíveis adeptos que se deslocaram ao Dragão para apoiar a equipa. Para eles, a minha homenagem e admiração..

          A vitória do FC Porto foi clara e justa. Convenceu, até, os próprios castores o que nem sempre acontece noutras ocasiões e latitudes. É normal: os adversários de ontem estando, como estão, a fazer um campeonato excepcional para as suas potencialidades e aspirações, ainda estão na idade média relativamente ao seu poderoso opositor. Para mais defrontando a melhor equipa portuguesa no seu próprio domínio. 

          Vítor Pereira não quis poupar ninguém que esteve no empate com sabor de justiça viciada que favorece o prevaricador em prejuízo do lesado verificado há oito dias atrás. E, no meu irrelevante discernimento, bem. A equidade da tarefa a desempenhar ficava entregue aos que mais responsabilidade lhes é exigida.

          Principiou bem o Porto e, em ritmo de quem sabe que noventa minutos de alguns jogos é tempo de mais para se vencer um desafio contra equipas que, apesar de certinhas e moralizadas pela carreira que lhes sorri como é esta de Paços de Ferreira. Foi construindo jogadas passíveis de terminar em golo, uma, duas, três, quatro e outras mais aguardando, com uma filosofia de monge tibetano, que Cássio perderia a virgindade da sua baliza mais depressa que Jorge Sousa a mostrar amarelos aos jogadores da casa.

          O "outro" dizia que "o que tem que correr mal, correrá necessariamente mal". Eu, alteraria a máxima de Murphy e direi que o que tem que correr bem, mais tarde ou mais cedo terminará bem. Ora, ainda eu não tinha tido tempo de dizer (para mim próprio, porque nem o som tinha ligado) que a continuar naquele ritmo o Paços acabaria por acertar o passo ao Dragão, já Alex Sandro tinha sido iluminado por Nossa Senhora de Caravagio e "chapelado" o patrício sem apelo nem agravo: 1-0, e vamos lá empalhar mais 43 e picos minutos.

          E os "heróis" das bancadas (os que, como eu, ficaram no bem bom do lar doce lar nem merecem que fale deles), já nem  pretexto tinham para aquecer as mãos e aplaudir, ou bater com as solas no chão para apertar com o Cássio na reposição da bola para o campo. Animou,  isso sim, porque estava à espera de ver a estreia do súbdito de Pútin, que vinha apodrecendo no cesto das maçãs da academia leonina e o nosso Presidente não tolera desperdícios, ainda para mais com a pandemia de gasparite que assola o país e leva tudo na frente. E, para animar um pouco mais a estreia, deu ordem de entrar no palco o malabarista contorcionista e (inevitavelmente) a crista de galo novo do collored Kélvin.

        E, a história do jogo termina aqui, porque, dentro da área o malabarista contorcionista entrou em cena, soltou para Izmailov e, o gélido russo, apresentou as credenciais de cônsul de Moscovo no Porto. Fácil? Nem pensem: devem ter reparado como estava quase sem folgo na entrevista do flash intervw?

        Num jogo deste figurino, os destaques dos melhores são ajustados à ideia preconcebida que temos da categoria que reconhecemos a cada um. Mas, Mangala, Alex Sandro, Lucho (parabéns niño pelo cumple), Défour, (é já quase imprescindível como solução multifacetada), Fernando e Moutinho e Martinez (nunca mais me atrevo a dar palpites sobre novos jogadores ainda que venha a ter tantos anos como Manuel Oliveira), que está cada vez mais notável.

         Do "coiso" não falo, hoje. Começo a convencer-me de que o sentimento de rejeição que sentimos em relação a alguém nos leva a julgamentos a priori que a razão rejeita.

         Então vemo-nos na quarta, se Deus quiser.

        

          

1 comentário:

  1. Amigo :

    ..." (nunca mais me atrevo a dar palpites sobre novos jogadores ainda que venha a ter tantos anos como Manuel Oliveira)"...


    Fica-te bem reconhecer... e é bom sinal !

    Abraço

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