quinta-feira, agosto 18, 2016

ANGÚSTIA INICIAL DE VINTE MINUTOS SUPERADA NOS SETENTA SEGUINTES.

Fotografia O JOGO online

Liga dos Campeões
Fase de apuramento
3ª eliminatória - 1ª mão
Estádio do Dragão, Porto
2016.08.17
Espectadores: cerca de 45000


                        FC do PORTO, 1 - AS Roma, 1
                                     (ao intervalo: 0-1)

FCP: Iker Casillas, Maxi Pereira, Ivan Marcano, Felipe, Alex Telles, Danilo Pereira, Hèctor Herrera (C), Andr´André, aos 66' Miguel Layún, Otávio, aos 84' Evandro, André Silva e Ádrian López, aos 75' Jesùs Corona,

Treinador: Nuno Espírito Santo

Árbitro: Bjorn Kuippers (Holanda)

Marcha do marcador: aos 28' 0-1; aos 65' 1-1 (golo de André Silva, g.p.) 

              Síntese do jogo: os primeiros vinte minutos da partida foram de autêntico horror para o Dragão. A Roma impôs ao jogo um ritmo diabólico e a equipa portista passou vinte minutos angustiantes, à beira de um colapso humilhante. Quando Felipe na sequência de um livre de canto desviou a bola para a própria baliza antecipando-se a três italianos prontos para o fazerem por si, já a equipa de Luciano Spalletti poderia ter a eliminatória resolvida tantas foram os oportunidades de golo criadas até ali. A partir daí o FC do Porto foi equilibrando as forças e ao terminar o primeiro tempo o árbitro não assinalou uma mão dentro da área de um defesa romano negando uma grande penalidade à equipas portuense. Antes, aos 41', André Silva tinha ganho posição a um defesa italiano e sob o risco da área é derrubado, o qual foi expulso com o segundo amarelo. Do livre nada resultou. 
            No segundo período Àdrian Lopez viu um golo aos 49'  (bem) anulado por fora de jogo, após consulta de Kuipper ao juiz de baliza, porque, tanto ele como o juiz de linha tinham validado o lance mas perante os protestos italianos conferenciaram e ele alterou a decisão inicial. O empate viria a acontecer aos 65' na transformação de um penalti muito bem apontado por André Silva, a castigar um corte com da bola com o braço na sequência de um pontapé de canto, que me não pareceu propositado. Comparando com o lance do primeiro tempo que o árbitro deixou sem castigo esta falta foi menos clara. Até final o FC do Porto esteve sempre claramente  por cima do seu adversário tendo criado situações passíveis  de aumentar o resultado. Os romanos em desvantagem numérica aceitaram o sufoco a que os dragões os submeteram e, já com os 5' de desconto concedidos pelo árbitro a esgotarem-se beneficiaram de um livre perto da linha da grande área que, contudo, desperdiçaram.

           Salvo o período inicial de total desconchavo a equipa portuguesa recuperou da letargia com que entrou no relvado, equilibrou depois o jogo e acabou superando largamente o valioso conjunto romano em ataques (31 contra 13) e remates à baliza (21contra 10?) e posse de bola 58% x 42%. O AS Roma não construiu uma única oportunidade clara de golo no segundo período, passou quase todo o tempo remetida à entrada da área mum "catenácio" dos velhos tempos e confiou na fortuna para manter um resultado que lhes parece favorável no cômputo final da eliminatória.

          Nuno Espírito Santo surpreendeu tudo e todos ao prescindir de Jesùs Corona que parecia ter prioridade pelos jogos antes realizados e optar por Ádrian López. São pormenores táticos que não tenho competência para analisar e ninguém poderá afirmar que a mexida não foi pensada em função das características da equipa adversária. Na prática, a decisão não pareceu despropositada e o espanhol não decepcionou não sendo brilhante. Excluindo o "apagão" inicial é justo destacar o esforço da equipa para sair do jogo de forma airosa tendo estado perto (e merecido) de o conseguir, especialmente pelo que fez após a obtenção do empate quando superou nitidamente o antagonista. Só menor experiência de alguns dos atletas portistas e a habitual falta de eficácia na conclusão das jogadas de ataque obstaram à criação de um resultado que pusesse a equipa a salvo das dificuldades que irá encontrar na próxima semana no estádio olímpico de Roma.

           No miolo da equipa continua a faltar a virtude. Nem Hèctor Herrera, nem André André ou Danilo Pereira foram capazes de tomar conta do meio campo e ser o motor da formação azul e branca. Com execução e mobilidade lentas emperravam o desenvolvimento dos movimentos coletivos e permitiam a rápida recuperação da bola aos adversários e a anulação das intenções dos avançados. Melhoraram no decorrer da partida mas longe do que seria exigido. Não vou falar da já esperada abébia de Iker, nem do auto golo de Felipe, porque, no todo cumpriram apesar de Telles ter estado algo abaixo de que parece poder dar. Maxi Pereira, depois de um começo apagado foi melhorando e terminou em grande plano. Miguel Layún esteve bem melhor do que André André, este ainda à procura do pico de forma. Jesùs Corona procurou integrar-se no ritmo do jogo e trabalhou bem. Otávio saiu com distinção desta prova de fogo internacional sendo já o "dono" da batuta da orquestra. É espantosa a resistência física numa estatura tão pequena e a destreza com que executa e pensa os lances. André Silva é um valor consolidado e ninguém duvida já das suas enormes potencialidades.

           Pelos critérios da arbitragem portuguesa, Bjorn Kuippers, Holanda, pareceu ter mais condescendência com a virilidade dos jogadores italianos do que com os portugueses. Recorreu aos "adjuntos" para resolver o problema do golo validado a Àdrian e não usou de idêntico critério em relação ao corte com a mão feito pelo italiano, bem à frente do juiz de baliza. Cortou um lance em benefício do infrator para assinalar uma falta a favor dos locais quando a equipa do Porto iniciava uma investida atacante perigosa. Na linha das boas arbitragens que aprecio em árbitros europeus credenciados, julgo que o holandês tem personalidade e realizou trabalho aceitável e isento.

         

          
           

2 comentários:

  1. Ső desejo un 2 a 2 n'a italia

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  2. Amigo :

    Naquele início de jogo podíamos ter deitado tudo a perder ...
    Agora , há que acreditar !

    Abraço

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