terça-feira, abril 05, 2016

TON...DELE.



Liga NOS
28ª Jornada
Estádio do Dragão, Porto
2016.04.04

         FC do PORTO, 0 - CD Tondela, 1
                              (Ao intervalo: 0-0)

FCP: Iker Casillas, Maxi Pereira, Chodozie, Martins Indi, Miguel Layún (79' Silvestre Varela) Hèctor Herrera (cap) Danilo Pereira, Sérgio Oliveira (61' Suk) Yassime Brahimi (87' Marega) Jesús Corona e Aboubakar.

Treinador: José Peseiro.

Árbitro: Bruno Esteves (AF Setúbal)

GOLO: aos 59', por Luís Alberto, em remate forte e coloccado junto ao poste executado sem oposição de fora da área a bater Iker Casillas sem remissão.


       A vitória do CD de Tondela, lanterna vermelha do campeonato, na própria casa do terceiro classificado só poderá escandalizar a quem não assistiu ao acontecimento através da transmissão televisiva. Ao revés do que se poderia prever os tondelenses recusaram aceitar o favoritismo concedido à equipa de José Peseiro enfrentando o Dragão de frente no seu próprio reduto, vulgarizando os seus jogadores e a equipa superando-os em vontade de vencer, valor coletivo e capacidade de luta e sofrimento. Ganharam com mérito e tiveram o justo prémio da superioridade demonstrada.

       Sem que se vislumbrem as causas de tamanho desconchavo coletivo e o desastrado desempenho individual da grande maioria dos seus jogadores (lembre-se que os internacionais puderam trabalhar em conjunto cerca de um semana depois de regressarem das seleções dos respetivos países) a equipa do FC do Porto revelou-se confrangedoramente incapaz de superar um modesto Tondela prestes a regressar ao escalão secundário, viu-se submetida à boa organização tática e processos do seu adversário e, espantosamente, apresentou-se sem alma, orgulho, crença bastante para reverter o rumo negativo que ao longo da partida se constatou. Tão estranho quanto inesperado desempenho dos dragões só não foi mais penalizado em números porque os últimos lances da partida  que ocorreram no sentido da baliza de Casillas ou foram anulados in extremis com alguma felicidade ou porque os jogadores do Tondela retiveram a bola (!!) junto às linhas de canto para esgotar tempo de jogo! Inimaginável!

        Em termos individuais assistiu-se a um naufrágio quase absoluto. Salvaram-se a custo Martins Indi, Danilo Pereira e Suk. Aliás, não entendo por que José Peseiro optou por Aboubakar em detrimento de Suk. O camaronês foi de uma inutilidade chocante, inconsequente na sua ação de ponta de lança e nem uma bola que raspou no poste ou a falta que sofreu dentro da área aos 5' passível de marcação de uma grande penalidade não assinalada por Bruno Esteves, desculpam tão grande nulidade de desempenho. Nem a preocupação em "acarinhar" os adversários nas faltas que comete abonam a seu favor...  Neste capítulo esteve muito bem acompanhado por Yassime Brahimi, incrivelmente desastrado em tudo quanto (não) fez.

        Num jogo em que não fomos competentes para superar no nosso maravilhoso estádio uma equipa de segunda dimensão, lembrar que o árbitro setubalense contemporizou com algum excesso de virilidade inicial dos jogadores visitantes e não viu Kaká às cavalitas de Aboubakar dentro da área iam decorridos apenas cinco minutos de jogo, seria tido por uma tentativa de desmerecer o excelente feito da modesta mas digna equipa do distrito de Viseu.

       O estado atual da vida do Clube merece preocupação. Este, não é o Futebol Clube do Porto que conhecemos e desejamos. Há algo de mistério que escapa ao adepto comum que está a afetar seriamente o prestígio que granjeamos com honra e competência em épocas brilhantes recentes Atuar no Dragão deixou de causar pânico aos nossos adversários e agora é a nossa própria equipa que treme e se verga seja qual for o "pilha galinhas" que intenta enfrentar-nos.

RC.

      

       

4 comentários:

  1. Como se costuma dizer, não há palavras... Vamos a ver se ao menos na final da Taça os jogadores ganham juízo e confiança. Detesto ter razão em condições que preferia fosse ao contrário, mas eu sempre fui contra a saída do treinador. Mais mal não estaríamos e não se gastavam dinheiro e... ilusões.
    Armando Pinto
    Memória Portista

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  2. Não o disse na altura mas também achei que o despedimento de Julen Lopetegui a meio da época era um risco de duvidosa eficácia. O basco não era tau mau com o propaganda "hitleriana" o desenhou e os portistas apoiaram o despedimento pensando que haveria algum milagreiro como o que foi para Alvalade... Agora não vale a pena "puxar pelas orelhas" porque nem sangue elas deitam. Só frustração. E não vejo remédio que mate a moléstia a curto prazo...

    Abraço amigo.

    Remígio Costa

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  3. Bom texto. Com a derrota de ontem, temos que reconhecer que actualmente somos a pior equipa do campeonato. O que não é fácil de engolir.

    Abraço portista,

    LAeB : Do Porto com Amor

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  4. Amigo :

    ..."Aliás, não entendo por que José Peseiro optou por Aboubakar em detrimento de Suk"...

    Nem tu , nem eu nem ninguém !

    Abraço

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