quinta-feira, julho 11, 2013

BOA LEITURA DO TRATADO DE MAASTRICHT

       
Dragões apontam a "novo Jackson" no México


          Livre circulação de pessoas e bens não será a melhor imagem do jogo-treino ontem realizado em Maastricht  pelos estagiários do plantel do Futebol Clube do Porto, agora sob o comando de Paulo Fonseca, mas, quem assistiu ao jogo através do Porto Canal, não pôde deixar de notar a fácil mobilidade controlada, individual e colectiva, programada e cumprida em todo o relvado e tempo do treino. E não importa invocar para o efeito a fragilidade do oponente, porquanto também o FC Porto não foi para esta partida com outro interesse que não fosse fornecer ao seu novo técnico dados práticos sobre os elementos do seu plantel para a época em curso.

           E Paulo Fonseca não deve ter ficado desiludido com o que viu. Tanto na primeira como na segunda formação que escolheu, cada jogador deve ter cumprido rigorosamente o que lhe foi instruído, desde o lugar que lhe foi destinado no conjunto, quer nos espaços que deveria ocupar de acordo com as necessidades da equipa, ritmo e movimentação. Não notei quem  andasse ali a aligeirar o esforço, fosse "catedrático" ou "caloiro".


          Relativamente àqueles que já vestem de azul e branco há mais tempo, não interessa alargar nas apreciações que pecariam sempre de viciação de conceitos adquiridos no passado. Abro excepção para Kélvin, pelo à vontade das suas deambulações e pelo tempo que andou nas posições recuadas. Castro, não me canso de assinalar, tem raça de Paulinho Santos e o Porto não pode abdicar desta característica importante.



O Jogo




          Ghilas, aproveitou bem o ritmo da partida e pôde defender a sua contratação, sem favor. Fez um golo e participou noutro. Melhor? Não vão esperar em vão. Licá, com missão a cumprir, percorreu abaixo e acima pelo lado esquerdo em esforço, umas vezes com sucesso outras não. Com o tempo há-de encontrar a calma e a chama da estrela terá mais brilho.

          Apreciei a decisão do míster dos Dragões em fazer alinhar os jogadores em duas metades. Resulta muito melhor do que fazer substituições no decorrer do treino. E não aborrece ver o jogo na TV e, no relvado, as coisas não pioraram,  nem podiam, porque a qualidade continuou elevada.


          Livre circulação, mas disciplina, aplicação, trabalho exigente e sério. Dentro e fora das quatro linhas. O Futebol Clube do Porto, à Campeão. Tetra?


          Não contando o início e o recomeço do treino aberto do Maastricht, irrepreensíveis no fair-play, e com algum futebol para o escalão a que pertencem, a bola foi ao centro seis vezes por ter entrado na baliza do Castro, guarda-redes. Foi Varela, aos 21', num remate acrobático, Ghilas, estreia-se a marcar aos 24' "respeitando" a soberba assistência de Lucho, "picando" por cima do keeper, depois, aos 31' o franco-argelino ganha a bola no despique individual, aviou com toda a paciência o pedido de Castro, o nosso, para fazer o terceiro antes de ir para o descanso do intervalo.


          No segundo tempo, lá está Jackson para o 4-0, de cabeça,  a seguir entra o Iturbe e de pé esquerdo engana o Castro, o deles, num penalti, que dá o 5º, e o Izmaylov, que faz com os pés o que as rendilheiras de Vila do Conde executam com as mãos, silenciosamente, geladamente como a Praça Vermelha, em Moscovo, no Inverno para arredondar a meia dúzia.


         Dispensamos primeiras páginas de títulos bombásticos e redondantes, peças de jogos florais que entretêm clientelas fáceis de embalar, pacotes de estrelalovics talentosos em altura e no uso do inglês. O FC Porto ganha porque trabalha melhor que qualquer outro, é o seu lema desde 1893.

         

         


         

1 comentário:

  1. Coisas interessantes, mas o adversário, muito fraquinho, não permite grandes ilações. Sábado, frente ao Marselha, já ficaremos com uma imagem mais real de como estamos a evoluir, colectiva e individualmente.

    Abraço

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