segunda-feira, dezembro 17, 2012

ENSINAR A ROUBAR NA ERA DA TÉCNICA.

         

Marítimo vs Benfica (Homem de Gouveia/LUSA)
              Nenhuma equipa tem o desplante de ir a Camp Nou enfrentar o Barcelona da forma como fez o Benfica de Jorge de Jesus para a Liga dos Campeões. Não me recordo, de entre os muitos jogos que vejo na TV da equipa de Messi, Iniesta, Xavi, Xàbregas e mais uns quantos toscos, disputados no seu reduto (e, até, fora dele), com o atrevimento, desrespeito e desplante do clube alfacinha. Nem Mourinho, o segundo melhor do mundo ousou ir tão longe com os seus CR7, Casilhas, Coentrões, Di Marias, Benzamas, Kakás o conseguiu nas várias vezes em que lá esteve e saiu derrotado!

              (Aquela "cena" de dez jogadores -o guarda-redes ficou na baliza- encarnados a fazer o cerco a Messi dentro da sua área, fez lembrar as hilariantes corridas dos espontâneos atrás do touro na "vaca das cordas", em Ponte de Lima. Que lástima, ter sido por tão pouco tempo!).

              Simeone, o treinador do Atlético de Madrid que seguia em segundo lugar na Liga espanhola a seis pontos do Barcelona, regressou a casa com nove de diferença. Isto,  porque, nem o Atleti é o Benfica, nem  o Cardozo, o Lima ou o Rodrigo são o (enorme) Falcao. Por isso, nada de surpreendente nos 4-1 do resultado final, com dois de Messi, o último dos quais oferecido como prenda de Natal para ele levar ao Messinho recém-nascido. É óbvio que o treinador dos colchoneros não assimilou a lição de táctica que o Jesus deu à equipa che...

              No sábado a família de D. Victória recebeu no salão de festas do "clube do norte" a embaixada do Marítimo comandada por Pedro Martins, ruborizado por dentro e por fora e com t-shirt a condizer. Era mais um dos cerca de trinta e cinco mil "subsidiados" (incluindo as crianças) presente na catedral a celebrar antecipadamente o Natal que está aí a chegar. Os discípulos de Jesus até estavam a ser simpáticos e nem por isso os incomodou a desfeita do golo maritimista a abrir o marcador: 0-1.

             O 1-1 com que se chegou ao fim da primeira parte já incomodava até a parte deserta das bancadas do recinto avícola da águia quando o anjo Bruno, o Miguel, abriu a prenda que trazia para os anfitriões, estava a festa a vinte minutos de terminar e o jogo teimava a ficar enrolado, entalado, enfadado e, vezes de mais, parado. Penalti, pois claro! E expulsão, que este Roverge, para além de não ser dado a festas e ter feito (muito bem) por merecer o que lhe pagam trabalhando como os emigrantes fazem no seu país, levou para o jogo, além de excelentes pés e cabeça, um braço a mais. -Pega, Tacuara, para bateres o record. Porreiro, pá! (Quem é que disse isto?).

              Depois, veio a pândega. Terreiro alargado, convidado enfastiado. -Dançai vós que não queremos chegar atrasados ao avião. Cardozo brinda, a turba delira.

              As declarações à TV do Pedrinho com ar de menino com beicinho são comovedoras: -nós não jogamos nada (isso, todos os que não usam óculos vermelhos viram. Era  bom que explicasses porquê...). O Benfica é tão bom que até vai a Barcelona desfalcado e empata, só não goleando por deferência de Jesus. Arbitragem? O quê, havia um árbitro? Francamente, não vi nada. Passei o tempo de jogo a olhar para a taça de "campeão de inverno" que o "meu clube" já conquistou. Achas mal? (Não é citação sic, sou eu a intuir).

              Acabar de ver na TV um qualquer jogo entre equipas inglesas e, logo a seguir, entrar numa transmissão onde se confrontam a maior parte das equipas da Liga portuguesa, é mesma sensação que se sente quando, perante o extracto da conta bancária, constatamos que nos roubaram o subsídio de Natal... 

              
              

             

              

2 comentários:

  1. Amigo :

    ...a subserviência do menino pedrinho !


    Abraço

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  2. Interessante análise do estado do futebol português, versus clube do regime. Temos mesmo de contar com tudo...!

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