segunda-feira, dezembro 03, 2012

COMANDANTE É PARA COMANDAR.

   
Vítor Pereira gere FC Porto para Braga e PSG, mas garante qualidade para vencer
               

                Ninguém pode garantir que o Futebol Clube do Porto teria ganho ao Sporting de Braga no jogo que realizou no Estádio Axa na última sexta-feira, a contar para os 1/8 da Taça de Portugal, se Vítor Pereira tivesse optado por fazer alinhar todos os jogadores habitualmente tidos como os melhores do plantel, ou, que tivesse preferido introduzido três ou quatro alterações de menor risco.

               O treinador do FC Porto, ao decidir defrontar uma equipa do gabarito do actual Sporting de Braga, no seu próprio estádio em momento particularmente delicado para os minhotos resultante dos insucessos da equipa nos últimos jogos e numa partida de que dependia a continuação numa prova que se desejava vencer, não o fez por mero acto de gestão de jogadores, pois seria estulto e irresponsável da sua parte, mas, assente em pressupostos resultantes do conhecimento directo que possui em relação ao plantel que comanda e à equipa que iria defrontar.

                  Todos os jogadores que iniciaram a partida em Braga têm maturidade e experiência em jogos oficiais, têm qualidade acima da média, anseiam por uma oportunidade para mostrar o que valem, são jovens e querem ser alguém no futebol. Amadurecem em partidas jogadas "a sério", que eles muito desejam vencer, porque (pelo menos alguns deles), ainda estão em fase de jogar com o coração e sentem a camisola que vestem. Vítor Pereira arriscou consciente de que a equipa de Peseiro (pelo menos alguns dos seus jogadores mais influentes) apresentam sinais de indisfarçável desgaste físico, como Alain, Hugo Viana, Custódio e Mossoró, que teriam de enfrentar jogadores "frescos", ambiciosos, irrequietos, "chatos", sedentes de protagonismo. 

               Até à expulsão de Castro, Vítor Pereira teve fortes razões para crer que a sua estratégia iria resultar. A equipa exibia-se sem complexos, adiantou-se no marcador, o Braga mostrava-se nervoso, intranquilo e não conseguia impor o seu jogo habitual. Com a saída de Fernando, a falta de Castro por expulsão no centro das operações permitiu ao Sporting de Braga a assumpção do comando da partida. O FC Porto oscilou e, por razões espúrias, Danilo, num gesto artístico mal copiado do modelo Madjer, agracia o seu treinador com um punhal nas costas oferecendo, de graça, o empate aos bracarenses.

                São as contingências de um jogo de futebol para as quais os treinadores não têm antídoto, não podem modificar ou corrigir no momento em que acontecem, da mesma forma que não podem evitar as decisões tomadas por uma arbitragem desqualificada, errónea, anti-espectáculo, lesiva do esforço dos atletas e equipas técnicas e desprestigiantes para credibilidade do futebol.


                Vítor Pereira foi corajoso, arriscou, assumiu. É o que deve fazer um comandante e os comandados gostam de ter um assim. E eu, como portista, estou contente por poder confiar num COMANDANTE com a competência e a audácia do actual treinador do Futebol Clube do Porto, o que é, afinal, próprio do MELHOR CLUBE DE PORTUGAL.

              

Sem comentários:

Enviar um comentário