domingo, maio 27, 2012

"HAVEMOS DE IR A VIE(A)NA", A Faixa Que Venceu em Viena!

       

                 Por esta hora, em Viena de Austria, no dia 27 de Maio de 1987, uma faixa de cinco metros de comprimento contendo em letras garrafais "HAVEMOS DE IR A VIE(A)NA percorreu todo o perímetro do Estádio do Prater, perante os olhares irónicos e algo surpreendidos da numerosa claque alemã do Bayern de Munique postada junto aos portões de ingresso ao interior do estádio, suspensa das mãos de um grupo de CINCO portistas que, saindo desta localidade às 15 horas do dia 23, sábado, atravessou a Espanha, chegou e permaneceu em Paris duas noites, dormiu em Munique na terça-feira, chegou a Viena de Áustria ao meio-dia de quarta-feira, viveu as emoções do fantástico jogo da conquista da Taça dos Campeões, saiu dali com ela na alma e o fogo no coração sem conseguir alojamento às 4 da matina em Graz, ainda território austríaco, rumou ao norte da então Jugoslávia no fito de chegar a Zagreve mas acabou por entrar em Itália, pelo norte, para (finalmente!) dormir em Génova (Savona), retomar no dia seguinte a viagem pelo Mónaco, reentrar em Espanha pelo país basco em convulsão (onde fomos bloqueados na estrada por um carro que, ao contrário do que temíamos, saiu do veículo batendo palmas por se ter apercebido quem éramos e donde vínhamos), de novo percorrer território espanhol como se estivéssemos (presumo) no deserto da Arábia, entrar pela fronteira de Valença e parar para comer bacalhau (!), para, deo gratias, concluir a odisseia pelas 10h3O do dia 30, sábado, com uma entrada triunfal no Largo Capitão Gaspar de Castro, com os cascois e equipamento que exibimos num percurso de mais de CINCO MIL quilómetros.




                  Rogério e Carlos Agra, R. Vale, Dino Vieitos e eu próprio, tínhamos chegados à terra depois de ter conhecido o paraíso e estabelecido amizade com os deuses que lá vivem!




                  A partir desta epopeia nada continuou igual. Todo o mundo saudou com misto de admiração e  surpresa a chegada à elite do futebol mundial de um clube até ali desconhecido. Todo o mundo saudou o campeão improvável, menos seis milhões que fazem parte de um país cuja capital é o Rossio. 

                  Vinte e cinco anos depois do sucesso é repousante constatar que estamos hoje no top do futebol português a emparceiramos com os grandes da Europa e do Mundo! 

                  As nossas camisolas são conhecidas em toda a parte onde há futebol. Vestiram as cores azul e branca alguns dos melhores futebolistas que militaram ou actuam nos maiores clubes da Europa; fizemos  treinadores que brilham em clubes de nomeada; fomentamos riqueza com a venda de activos e levamos aos cofres públicos rendas avultadas.
                  Começamos e nunca mais paramos. Somos melhores. Somos Porto.
  
                 




                

3 comentários:

  1. Isto é que são testemunhos, de quem lá foi e viveu...!

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  2. Já fora de funções, Baía queixa-se de que não lhe estão a prestar no FC Porto o reconhecimento que uma antiga glória como ele merecia. É o ressentimento a vir novamente à superfície. E, pecado dos pecados, diz publicamente que se tivesse sido jogador do Benfica teria tido seguramente outro reconhecimento nacional, dentro e fora do próprio clube. Lamenta muito que no Porto as coisas não se passem assim.

    Esta declaração foi fatal. A confiança, que já não era muita, voltou a quebrar-se. O que se terá passado com Baía só ele o saberá. O Porto é uma cidade pequena e tudo quanto esteja directa ou indirectamente ligado ao futebol é dominado pelo FCP. Tudo. Baía que já tinha obrigação de saber isto, voltou a aprender à sua custa. E eis que agora lá vem ele dizer que as palavras de Scolari são falsas já que ninguém de dentro do clube iria pôr em causa a sua participação na selecção nacional, tanto mais que ele tem no presidente do FCP um grande “amigo” sem reservas.

    Pois, Baía lá sabe…

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