Desde 1987 que o Benfica não tem um presidente de jeito. Depois de Fernando Martins, nunca mais o clube do regime teve à frente da sua Direcção alguém capaz de liderar os tais seis milhões que vivem na miragem de ser o maior clube do Mundo. Incapaz de se adaptar à mudança que no país se operou a partir de 1974, o clube da Dona Victória ficou agarrado ao palmarés, aliás brilhante, obtido a partir dos anos sessenta beneficiando do patrocínio do estado salazarista a troco de uma imagem artificial de Portugal colonial e multirracial associada aos sucessos alcançados pela equipa lisboeta nas competições em que, então, participava.
Tecnicamente falido em 2002, escapou à implosão graças a engenharias financeiras onde não estiveram ausentes os envolvimentos dos políticos que trocaram fundos públicos por votos que elegem para cargos onde se decidem financiamentos e aprovam projectos imobiliários que envolvem milhões, e operaram milagres como a construção de um estádio que nunca conseguiriam recorrendo aos seus próprios recursos.
Depois de Fernando Martins quem mais se distinguiu na liderança da sociedade sediada na capital do império desmantelado foi, de longe, Vale e Azevedo. A sua chegada à presidência dos lampiões foi um delírio de fé e de esperança, o nascimento de um líder à altura de comandar o exército vermelho, o invencível general capaz de travar o avanço do conquistador insaciável que crescia a norte determinado em abater a águia decrépita e ferrugenta.
A historia da presidência do advogado incensado na ara da catedral da peneirice bafienta da corte alfacinha, terminou da forma mais óbvia para o tipo de gente que ali prolifera de há tempo a esta parte: na cadeia, primeiro, e, na fuga para Londres com um mandado de captura na sua peugada, ficando desta forma provado que um presidente do benfica ladrão não deixa de o ser mesmo que, na situação de foragido à justiça, resida como um lorde entre os seus pares.
Depois das promessas hiperbólicas comidas como manã pelo povo raivoso de fome de sucesso, o actual chefe da quadrilha leva já mais de um década a sofrer humilhações, afrontas e desaires em série. Derrotado em toda a linha no tapete verde dos relvados e estragado pelo ódio de não ter capacidade para superar o seu mais directo e mais forte competidor, mudou de estratégia e passou ao ataque suez e cobarde ao Homem e à Instituição que lideram o desporto em Portugal, seja no futebol ou outras modalidades onde ocupa os lugares da liderança, fomentando e alimentando uma campanha da mais miserável baixeza intelectual, impensável de conceber em alguém que tivesse sido eleito para representar uma agremiação que se diz das maiores do planeta e exige que a respeitem.
Neo-ricos fulminantes e de passado duvidoso reconvertidos em serôdios paladinos da justiça é coisa que já não surpreende nos tempos que correm. Porém, entre presidentes que roubam e os que declamam poesia só não é fácil a escolha porque, estes, são cada vez mais raros...
Neste país centralista e em que tudo gira à volta da capital, só haverá paz no futebol português se, como no passado, o F.C.Porto deixar de ganhar. Como nós queremos continuar a vencer, esse é o nosso destino, vai continuar tudo na mesma.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana.
Excelente! Parabéns pelo “post” e pela elegância da resposta a quem não sabe exprimir-se sem ser pela injúria e o insulto.
ResponderEliminarJá vivemos grandes momentos de vivência fenomenal desportiva, desde a ditosa alegria de "ver" o Futebol Clube do Porto Campeão Europeu de futebol em 1987, a 27 de Maio, na tal Final do “calcanhar” de Madjer e daquele golo de Juary, cujo filme da retina íntima nem tem explicação.
ResponderEliminarDesde então, estivemos sempre de corpo e alma noutros momentos épicos, como quando o super F. C. Porto foi Campeão do Mundo, vencendo a Taça Intercontinental sobre neve a 13 de Dezembro, com golos de Fernando Gomes e Madjer; tal como depois vencedor da Supertaça Europeia, em Janeiro de 1988, com golos de Rui Barros e António Sousa, divididos pelos dois jogos realizados. Algo mais tarde reavivado com a conquista da Taça UEFA em 2003 e repetido com novos títulos Europeu e Mundial em 2004. E, quem viveu tanta enchente de peito, esteve ainda presente na inauguração do Estádio do Dragão, a 16 de Novembro de 2003, com os olhos rasos da imensidão sentida de tamanho espetáculo ao vivo, culminando no jogo de estreia do novo estádio, sensibilizado em vitória por 2-0 perante o Barcelona, com o golo inicial a sair dos pés de Derlei, o herói do prolongamento da final histórica que dera a Taça UEFA, momento extravasado como todos os que antes se ansiava mesmo saber como seria. E, de permeio, houve ainda a medalha de ouro conquistada pela Fernanda Ribeiro, nos 10.000 metros de Atletismo dos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos da América, em 1996; como antes a mesma atleta do F. C. Porto conquistara, em 1995, a medalha de Campeã do Mundo de 10.000 metros em Gotemburgo-Suécia, mais, entretanto, as medalhas de Vice-campeã Mundial de 5.000m também em Gotemburgo e de 10.000 m em Atenas, respetivamente nos anos de 1995 e 1997, a Medalha de Bronze Olímpica nos Jogos de Sydney, outra de Campeã da Europa de 3.000 m em pista coberta no Europeu de Estocolmo em 1996, etc, etc. Mais os dez campeonatos de enfiada, por ora, conquistados pelo Hóquei em Patins Portista, os Plenos alcançados já em diversos anos com vitórias em todas as modalidades de maior expressão, os campeonatos da Liga de futebol que se vêm somando, ao sol, à chuva, de noite e até a fazer maus perdedores apagarem a luz e meterem água em campo, etc. etc. etc.. Mas tudo depois da conquista de 1987, essa a maior proeza, antes imaginada e então depois realizada, como foi a conquista da Taça dos Campeões em Viena, numa bela valsa dum Danúbio Azul tão melodiosamente sentido, como asas de poeta na passagem a um estado sublime.
Hoje há um livro sobre Viena 87 a ser comprado juntamente com o JN e / ou O Jogo. E n' O Jogo vai haver oferta de 2 revistas, ou revista dupla, ainda não sei bem, sobre a mesma TC Viena 87 e 26º Título nacional.
è um pouco verdade atè chegar LFV mas ao menos os nossos prsidentes nao ganham jogos a PAGAR PUTAS AOS ARBITROS
ResponderEliminarAnónimo das 8:11
ResponderEliminarPois, quando chegou o LPV foi ele que fez "trabalho"...
Remígio Costa.