sábado, março 03, 2018

VENCEU QUEM MERECEU E A SORTE DO JOGO FAVORECEU.



Gonçalo Paciência entre o sonho e uma exibição à FC Porto






Liga NOS 
25ª jornada
Estádio do Dragão, Porto
TV - Hora: 20:30
Tempo: frio e s/chuva no decurso do jogo
Relvado: bom estado
Assistência: cerca de 49000 presentes
2018.03.02 (sexta feira)


       FC DO PORTO, 2 - Sporting CP, 1
                                    (ao intervalo: 1-1)

FCP alinhou com: Iker Casillas, Maxi Pereira, Felipe, Iván Marcano, Diogo Dalot, Hèctor Herrera (C), Sérgio Oliveira, Otávio, aos 66´Jesùs Corona, Yacine Brahimi, Moussa Marega, aos 81' Diego Reyes e Gonçalo Paciência, aos 71' Vincent Aboubakar. Suplentes não utilizados: José Sá, Hernâni, Óliver Torres e Ricardo Pereira.
Equipamento: oficial tradicional
Treinador: Sérgio Conceição

SCP alinhou com: Rui Patrício, Ristowski, aos 67' Rúben Ribeiro, Sebastian Coates, Jeremy Mathieu, Fábio Coentrão, aos 85' Fredy Montero, William de Carvalho (C) Battaglia, Bruno Fernandes, Bryan Ruiz, Doumbia, aos 43' Rafael Leão e Accuña.
Equipamento: oficial tradicional
Treinador: Jorge Jesus

Árbitro: Artur Soares Dias, AF Porto. Auxiliares: Rui Licínio e Paulo Soares. 4º árbitro: Manuel Mota. VAR: João Pinheiro; AVAR: Bruno Rodrigues.

GOLOS E MARCADORES: 1-O aos 29' por IVÁN MARCANO: na ala direita Hèctor Herrera, isolado, cede a bola para trás a Maxi Pereira na esquina da área que lhe devolve, volta a recebê-la e de novo a cedê-la ao capitão do FC do Porto que, finalmente,  a "pica" numa assistência em arco perfeita para o interior da área onde surge Iván Marcano a rematar de cabeça fora do alcance de Rui Patrício; 1-1 aos 45'+1' por RAFAEL LEÃO, na continuidade de uma lance em que Yacine Brahimi conduzindo a bola no início da uma jogada ofensiva é desarmado por Bryan Ruiz aparentemente em falta perto da linha do meio campo, com Soares Dias em cima da jogada, com a bola a ser depois conduzida pelo jovem e promissor avançado leonino até área portista, e a finalizar depois com remate rasteiro que passou entre as pernas de Iker Casilhas; 1-2 aos 49' por YACINE BRAHIMI, numa assistência clássica da frente para trás perto da linha de fundo para o interior da área, de Gonçalo Paciência, a partir da ala direita,  com o argelino no lado oposto a controlar e a rematar de pé esquerdo fuzilando as redes leoninas.

      A partida não era decisiva para fechar a discussão do título de campeão desta época, mas ao Sporting apenas a vitória sustentaria a esperança de  continuar a sonhar poder chegar a ele. Venceu quem mais golos marcou, e no cômputo dos fatores mais determinantes para alcançar o triunfo, quem mais somou para o atingir.

     A justa vitória no escaldante, emocionante e expectante jogo de futebol que o belo estádio do Dragão "à cunha" ontem presenciou, alcançada pelo Futebol Clube do Porto contra o melhor Sporting dos três confrontos já realizados entre os dois clubes na presente temporada, confirma a justiça da atual posição de liderança da prova e credibiliza o objetivo primeiro de Sérgio Conceição e das equipas que comanda, de conseguir somar no fim da prova pelo menos mais um ponto do que o segundo classificado.

     Tal como o tempo atmosférico tempestuoso e variável que acontece nesta fase invernosa, a partida decorreu agitada, com laivos de fúria controlada nas avalanches ofensivas e na oposição compacta na muralha de resistência das respetivas defesas.

     Ambos os conjuntos somaram períodos de domínio e superioridade territorial no decorrer da partida, podendo dizer-se que o Futebol Clube do Porto se superiorizou no primeiro tempo ao Sporting com ressalva de cerca de dez minutos entre os 25' e 35' em que as equipas repartiram o jogo, e no início do período complementar até à obtenção do segundo golo por Yacine Brahimi, momento a partir do qual a equipa alfacinha arriscou, em desespero, a fazenda e os operários na anulação da vantagem do adversário; salvou Jesus de uma derrota contundente nesta fase em que o Porto recuou inteligentemente as suas linhas, a má definição na conclusão de várias saídas em contra ataques ensaiadas pelo conjunto da casa, as quais, noutras circunstâncias teriam desfecho com êxito.

     Iker Casillas foi decisivo na sustentação do resultado ao opor-se a um remate com uma defesa assombrosa aos 86' , e teve sorte por Rafael Leão 3' após mandar a bola para a bancada norte; Maxi Pereira atravessa bom momento de forma e tem papel destacado no conjunto; a dupla de centrais Felipe/Marcano mantém a autoridade necessária para discutir nas duas áreas os lances mais difíceis, sendo desta vez o espanhol a abrir o marcador com o quinto golo da época; Diogo Dalot impressiona pela serenidade e dotes técnicos e o à vontade com que atua; está a preparar-se para dar um bela dor de cabeça ao treinador quando Alex Telles regressar; difícil a vida de ontem para o meio campo onde a bola andou muito tempo, para o capitão Herrera, Sérgio Oliveira e Otávio, neste caso até à chamada ao jogo de Jesus Corona, este mal sucedido em todas as jogadas em que participou; na frente estreou Gonçalo Paciência, para o trabalho que não dá nas vistas mas é útil, com papel determinante na obtenção do golo da vitória, o lance mais notável da sua atuação; Yacine Brahimi foi protagonista pela negativa do ajuizamento por parte de Soares Dias do lance de que resultou a jogada que deu o golo ao Sporting; reabilitou-o o golaço que definiu a vitória; e Moussa Marega, a força de um tufão, um portento no trabalho, que só de o ver em ação até um espectador fica cansado. Vincent Aboubakar valeu pela presença e Reyes para a estratégia que o jogo pediu.

     Artur Soares Dias não abdica do seu modo peculiar de arbitrar mantendo-se à margem da maioria do que fazem os seus pares. Dá roda livre, faz avisos e gestos a mais, faz cara feia se contestado, e tem por (mau) costume não assinalar a falta que é, de facto, falta. Não reprovo linearmente a sua atitude, mas não compreendo por que razão apenas ele a assume. No lance de que resultou o golo do Sporting, a haver falta, que na transmissão na hora parece ter existido, ele está em cima da jogada e se ela aconteceu, não a assinalou por livre arbítrio. Quanto à reclamada falta de Diogo Dalot sobre Doumbia, nas várias repetições da tv, fica nítido que o avançado leonino tem muito mérito na simulação perfeita, mas Soares Dias, se teve dúvidas percebeu no recurso à imagem VAR que Doumbia pretendeu enganá-lo. E o cartão amarelo foi esquecido no bolso, a fazer par com o que (também) não viu o desestabilizador profissional Fábio Coentrão, um atleta "deslocado" num partida a decorrer com desportivismo e correção, pelas tropelias que cometeu ao longo do jogo e pela deplorável cena de que foi primeiro protagonista que envolveu a equipa de assistência médica em serviço.



    


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