terça-feira, fevereiro 24, 2015

TRIUNFO TÃO MERECIDO QUANTO DIFÍCIL.


Liga NOS
22ª Jornada
Estádio do Bessa
2015.02.23


                          Boavista FC, 0 - FC DO PORTO, 2
                                 (Ao intervalo: 0-0)

GOLOS: 0-1, aos 80', por Jackson Martínez (17º do campeonato); aos 87', por Brahimi.

FCP: Fabiano, Ricardo, Maicon, Marcano, José Angel, Héctor Herrera, Rúben Neves, Juan Quintero, (64' Brahimi),Ricardo Quaresma (83' Evandro), Jackson Martínez e Hernâni (Tello, aos 55').

Árbitro: Hugo Miguel (AFL)

        
               Como era esperado o Futebol Clube do Porto não teve vida fácil no Bessa. Contudo, fez um bom jogo e o triunfo não suscita reservas tão clara foi a superioridade sobre o (sempre) aguerrido adversário do derby portuense..

         Com alterações compulsivas na formação mais recorrente das últimas partidas, Julen Lopetegui foi ao plantel buscar seis novos elementos tendo como referência o jogo anterior. Hernâni, o extremo que pertenceu ao Guimarães até ao mês passado, fez a sua estreia oficial em jogos da Liga,

        Só em alguns momentos circunstanciais da partida o Boavista não foi completamente dominado pelos azuis e brancos. Privilegiando um sistema que procura estar sempre atrás de linha da bola e esperar uma desatenção ou a marcação de livre para chegar à baliza contrária, os boavisteiros tentavam suster as sucessivas investidas atacantes do FC do Porto com marcações individuais bastante agressivas beneficiando do critério permissivo de Hugo Miguel, tardo em punir disciplinarmente algumas entradas a roçar a violência, sobretudo sobre o novel e rápido reforço Hernâni. Contudo, apesar do domínio territorial e de posse de bola, o FC do Porto só esteve verdadeiramente perto do golo aos 44' num lançamento genial de Juan Quintero para a desmarcação a propósito de Jackson Martínez que, completamente isolado perante Mika mas com aparente displicência desperdiçou atirando ao lado.

A segunda parte abriu no mesmo plano do primeiro tempo e Julen Lopetegui usou o investimento que angariou na rotatividade inicial da época tão vilipendiada. Fez entrar  C.Tello para sair Herrnâni e com Ricardo Quaresma, à direita e o espanhol, à esquerda abriu o leque como as plumas do pavão. O Boavista teve o seu momento de pressão ao beneficiar de dois pontapés de canto, que terá sido o seu canto de cisne sobretudo porque Brahimi foi a jogo substituindo Juan Quintero já em sub rendimento. A defesa dos panteras entrou em pânico atordoada com as variações de lances e, num deles, Ricardo Quaresma fez a bola sobrevoar a floresta e foi C. Tello que a segurou do lado oposto. Centro, rasteiro, Jackson Martínez emenda e engana um defesa e a bola, sorrateira e preguiçosa, transpõe o risco branco sem necessidade de olho de falcão. Aos 80', logo aos 87', já depois de R. Quaresma ter saído do jogo e entrado Evandro, Tello serve o argelino Brahimi, serpenteia e ganha posição frontal, rematando colocado para o segundo bem justo e suado.

A defesa comportou-se à altura do jogo e os laterais Ricardo e José Angel não desmereceram de Danilo e Alex Sandro. Marcano, soma pontos e cresce em solidez e confiança. No miolo, Juan Quintero, vagabundo e estrategicamente recuado, tirava a régua e compasso passes de precisão milimétrica. Héctor Herrera não esteve brilhante mas subiu com o passar do tempo. Rúben Neves é uma certeza que aguarda o seu momento. Na frente, o estreante Hernâni só não fez mais por causa da excessiva agressividade do seu polícia. Não se encolheu, porém, e isso demonstra que está pronto para o que der e vier. Ricardo Quaresma está mais consciente do seu valioso papel dentro da equipa e não sabe jogar mal. Joga e contagia e mostra a paixão quem dedica à camisola. Jackson Martínez está no seu melhor. Tello fez trabalho relevante e decisivo para abrir o ferrolho. Como Brahimi foi a gazua que aquela porta axadrezada requeria. Evandro é bom, útil nestes jogos, mas tem vida difícil com tão elevada concorrência.

Hugo Miguel condescendeu desde muito cedo com a agressividade incomum no futebol português que o Boavista de Peti pratica e usa como arma. Esta forma de atuar é aceitável se não exceder os limites do razoável. E, ontem, claramente, nem todas as disputas de bola o foram inclusive uma de Jacksson Martínez, mesmo que mais intempestiva e desajeitada que maldosa.

Mal, muito mal mesmo, esteve o lisboeta Hugo Miguel ao perdoar ao Boavista uma grande penalidade logo aos 15' de jogo, por rasteira dentro da área a Hernâni. Enfim, onde é que o FC do Porto já viu isto?

           Onde Julen Lopetegui continua a comandar é nas conferências de imprensa. Quem manda, é ele! De quem é, de quem é treinador? Também de jornalistas? Só mesmo no FC do Porto!

           


 

        

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