segunda-feira, fevereiro 02, 2015

ENTRA DE TRIVELA NO RUMO CERTO.


I Liga
Estádio do Dragão, Porto, Portugal
19ª Jornada
2015.02.01


           FC DO PORTO, 5 - Paços de Ferreira, 0            
                             (Ao intervalo: 3-0)

Golos: Jackson Martínez, aos 29; Ricardo Quaresma, aos 40' (gp) e 44' (trivela); Héctor Herrera, aos 47´e Cristian Tello, aos 79', livre direto.

FCP: Fabiano, Danilo, Maicon, Ivan Marcano (Rúben Neves, 65'), Alex Sandro,Casemiro, Óliver Torres, Héctor Herrera (Evandro,82'), Ricardo Quaresma (69' Juan Quintero), Jackson Martínez e Cristian Tello.

Árbitro: Marco Ferreira.


              Com mais fulgor e brilhantismo no primeiro período de jogo, o FC do Porto produziu ontem à noite no Dragão frente ao Paços de Ferreira, uma das mais conseguidas exibições da época.  Assumindo o comando da partida praticamente desde o início de jogo, os comandados de Julen Lopetegui cortaram quaisquer veleidades ao Paço de Ferreira de poder vir a colocar em dúvida o resultado da partida, dada a avalancha sucessiva de ataques à sua baliza e à rapidez com que a bola circulava entre os jogadores da equipa da casa. E, ao contrário do que era normal o FC do Porto fazer, a troca de passes repetidos, mal direcionados, para as laterais e para trás estava estava reduzida ao mínimo, impedindo o adversário de ter bola e limitando as possibilidades de se organizar ofensivamente. Daí resultou que os pacenses não tivessem logrado efetuar um único remate à baliza de Fabiano.

              Com o resultado de 3-0 ao intervalo o FC do Porto abrandou o ritmo do jogo na segunda metade, aliás de encontro ao que previa, mas tal fato não impediu que a partida tivesse baixado de interesse tanto mais que o Paços de Ferreira passou a equilibrar o nível do relvado reclamando o direito de também ter tempo de bola, conseguindo acercar-se mais vezes da baliza portista tendo, inclusive, rematado uma bola à trave. Em tempo algum, porém, a reação do Paço ou o abrandamento do FC  do Porto colocou em causa a supremacia dos donos da casa ou o resultado do jogo. Curiosamente, a estatística final de posse de bola apresentava  números pouco comuns no Dragão como a equipa de Paulo Fonseca a obter um das mais altas percentagens de equipas visitantes.

             Também a melhoria da atitude dos jogadores foi ontem de molde a agradar e daí o bom jogo do conjunto. Muito disponíveis para a pressão sobre os jogadores do Paços, os jogadores da casa não se pouparam e "deram o corpo ao manifesto". Abafavam os adversários quando estes tinham a bola, recuperavam-na e, uma vezes em passes curtos outras a longa distância, entregavam-na com precisão a um colega raramente se perdendo um. É óbvio que o excelente desempenho individual dos jogadores foi determinante para o jogo ter decorrido de modo tão satisfatório e produtivo.

            O Paços de Ferreira vinha de uma vitória moralizadora e de uma exibição brilhante contra do líder destacado com nove pontos de avanço a pensar que era o Titanic. Caiu, afundou-se em Paços de Ferreira e não foi por acaso. Aconteceu que os Paulo Fonseca foram melhores do que os de Jesus e nem precisaram do Paixão para ganhar com inteiro merecimento. E se foram goleados no Dragão é porque o FC do Porto fez uma grande jogo coletiva e individualmente e o Paços de Ferreira mostrou qualidades que a colocam entre as melhores na sua categoria do futebol português.

             Como nota a destacar a excelente exibição individual de Ricardo Quaresma e os dois golos por ele apontados: uma trivela made in Ricardo Quaresma e um grande penalidade com a classe de um prestidigitador cigano. Bem vindo Harry Potter!

             A defesa não foi seriamente incomodada mas Marcano revela-se excelente. Casemiro, torna-se importante para a equipa mas continua a ser alvo privilegiado da arbitragem. Terá que retirar o rótulo da testa e usar um bip que lhe lembre que ao segundo aviso já não tem margem de manobra para cometer qualquer falta. Falta-lhe o estatuto de poder cometer dezassete e não ver qualquer sanção... Jackson Martínez trabalha sempre com honestidade e é uma ameaça para qualquer baliza. Muito bem. Cristian Tello com menos bola do que no jogo anterior falho menos também por isso cumpriu. E apontou superiormente o livre direto que fechou a conta. Óliver Torres menos espetacular do que estamos habituados.

            Se se desvalorizar o cartão amarelo dado a Casemiro por falta insignificante cometida a meio campo, Marco Ferreira foi o árbitro que nos jogos deste ano menos preconceito denunciou contra os jogadores do FC do Porto. O seu trabalho pareceu.me imparcial, esteve bem ao assinalar a grande penalidade, mas, neste lance e no que resultou no livre que Tello transformou superiormente, ambos por derrube a Jackson que ficaria isolado frente a Defendi, ou as regras foram alteradas ou os infratores teriam que ser punidos com vermelho direto, coisa que, sendo o Paços Ferreira a vítima, nada me alegraria. De resto, foi a arbitragem onde o FC do Porto não foi prejudicado além do razoável na presente época.

            Julen Lopetegui merecia ter jornalistas capazes de formularem boas perguntas nas conferências de imprensa. Estas, não são para ele, deve sentir-se desconfortado quando tem que as fazer. É claro, os rapazes da informação sofrem do complexo de Jesus...

           

            

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