segunda-feira, agosto 25, 2014

PONTOS QUENTES DA SEGUNDA JORNADA E RICARDO QUARESMA.

               Usando da disponibilidade que tive no último fim de semana e sem vontade de experimentar outras possíveis opções, ocupei grande parte do meu tempo a ver futebol na tv. Principiei no sábado à tarde pelo FC Porto B-União da Madeira, entrei a seguir no Paços de Ferreira - FC do Porto e acabei a noite em Alvalade no Sporting - Arouca; ontem, domingo, era indispensável ir ao estádio do Bessa satisfazer a curiosidade do regresso do "velho" Boavista à I Liga e poder avaliar o que vale o "novo" Benfica já que não tive oportunidade de telever o jogo da primeira jornada disputado na Luz.



               Deixo de fora o encontro de Pedroso que terminou com um empate a uma bola e retomo  a deslocação do FC do Porto a Paços, depois do post que aqui publiquei sobre a partida ganha justamente pela formação portista, principalmente para manifestar alguma perplexidade perante a manifestação de algumas críticas pouco favoráveis por parte dos adeptos dos dragões, já que, vindas de outros quadrantes, já pouco ou nada me interessa conhecer.




«Podemos conseguir em dois jogos o que não se conseguiu num ano»
              

                Eu vi bem que o FC do Porto não logrou realizar uma exibição de sonho e que a magreza do resultado alcançado com um golo de Jackson Martínez aos 30' perspectivava um possível dissabor para os Dragões se o adversário, animado pela diferença mínima, a anulasse ou até superasse. Seria mau, mesmo péssimo que assim  acontecesse. Contudo, pelo que o jogo veio a mostrar, sendo o segundo período mais equilibrado em termos de distribuição de bola pelas duas equipas, não vi nenhum lance de verdadeiro perigo para a baliza de Fabiano e nunca os pupilos de Paulo Fonseca estiveram por cima do jogo. Tive oportunidade de escrever que o FC do Porto sem ser brilhante não me desiludiu considerando o período que leva de adaptações de processos, jogadores e entrosamento e o momento crucial que é o do apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões.

               Por tudo, não entendo o desapontamento daqueles que criaram cenários de facilidades e esperavam ver goleada uma equipa que na jornada inaugural se bateu de igual para igual a equipa campeã nacional no seu próprio estádio, tendo desaproveitado a oportunidade de abrir o marcador o falhar a marcação de uma grande penalidade nos primeiros minutos de jogo, e que, a fazer fé nos comentários que li e ouvi mostrou ser uma equipa que pode fazer um excelente campeonato.

               Em Lisboa, o Sporting CP venceu com um golo de ressalto apontado no minuto 94', isto é, com o jogo a terminar num ambiente que não era de velório porque os adeptos do Arouca se faziam ouvir. Os leões estiveram longe de uma exibição tranquilizadora para os mais de quarenta mil eufóricos sportinguistas que foram ao estádio convencidos que bastava o nome de Nani para um fartote de golos de toda a maneira e feitio. Não foi isso que aconteceu, os rapazes do grande treinador leonino ex-estorilista Marco Silva fizeram um jogo medíocre, Nani foi uma decepção e arrastou consigo Carrilho e, para que se cumprisse a lei de Murphy não deixou que Adrien apontasse um penalti para ser ele a dar oportunidade ao espanhol do Arouca de defender o mal colocado remate do jogador emprestado pelo MU. E se a tal Lei não se cumpriu na íntegra foi por deslumbramento de um jogador do Arouca que, isolando-se, já com o tempo normal a escoar-se entregou a Rui Patrício a oportunidade da equipa de Pedro Emanuel sair de Alvalade a rir-se com três pontos no alforge.

              Ontem à noite no Bessa assistiu-se a uma partida idêntica à que faria o Lavadores e Vilar de Andorinho: meia bola e força! Muito raramente o esférico andou rente ao sintético, muitas vezes estiveram os jogadores  deitados sobre ele. Este Boavista (já o tinha notado na deslocação a Braga) joga ao estilo de uma equipa de rugby. Os treinados por Petit perseguem a bola como um touro a capa do toureiro, correm como os atletas numa pista com barreiras nos 400 m, não querem que o adversário jogue mesmo que eles também só tenham a preocupação de mandar a bola para onde estiverem virados. A jogar assim, antes do Natal, estarão sem folgo ou sem jogadores seniores para formar uma equipa.

               O Benfica deste jogo está "a milhas" da equipa campeã da época finda. Nem faço ideia se tem condições para fazer mais do que se viu no Bessa. A defesa continua sólida, mas uma lesão de Luisão ou castigo de Maxi põe os encarnados ao nível de quem luta por um lugar na Europa. Ganhou, marcou um golo num  pontapé feliz de Eliseu, um defesa, mereceu a vitória mas sem glória. 

               Portistas insatisfeitos: entre o Sporting e o Benfica, qual deles jogou mais que o FC do Porto em Paços de Ferreira?

              Tal como pensava, Ricardo Quaresma está convocado para o jogo de amanhã contra o Lille e aposto que vai ser titular. Porquê? Porque Julen Lopetegui percebe da sua função e faz o que pensa e não o que muitos, de fora, gostariam que fizesse. Um líder competente gere qualquer desentendimento, sabe domar egos difíceis e não desperdiça, nem deve, o que tem de bom para mostrar cá para fora que tem autoridade. Ricardo Quaresma pode ser especial no trato, irreverente, mas um bom conhecedor dos comportamento de um jogador de futebol, um líder persuasivo e autoritário, sabe como resolver situações atípicas com que eventualmente venha a ser confrontado no grupo do qual é primeiro responsável sem necessidade de ser radical e intolerante.
             
              
            

2 comentários:

  1. Bravo sr Remigio. Assino por baixo. Excelente crónica. Permita-me dizer só que me pareceu qye o primeiro golo invalidado ao Boavista sê-lo-ia mesmo, e como os vermelhos estão dependentes de 3 jogadores - Enzo, Gaitán e Luisão.Eu sei que não, mas até seria possivel sairem os três! Lastimoso.

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  2. Meu caro, nem Benfica nem Sporting mostrarm melhores atributos que o F.C.Porto. Mas já sabemos como é: há por um lado uma exigência portista que é diferente, muitas vezes excessiva e por outro há um imprensa, porque lhe dá jeito, que está a passar a ideia que esta época o Dragão tem de oferecer Ópera em todos os jogos e o Benfica e Sporting importante é ganhar. Acho que se logo formos felizes, no futuro, mesmo a curto prazo, será possível juntar o útil, vitória, ao agradável, boas exibições.

    Abraço

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