quarta-feira, agosto 27, 2014

LILLÁS.




Acesso à fase de Grupos da Liga dos Campeões
2ª mão (1ª mão, Lille, 0-1)
Estádio do Dragão, Porto, Portugal
2014.08.26
Espect: 45 208
Melhor do Jogo: BRAHIMI (FCP)
Início: 19:45h

                                      

                            FC DO PORTO, 2 - Lille (França), 0
                                       (ao intervalo: 0-0)


GOLOS: aos 48', Brahimi; aos 70', Jackson Martínez.
Aggregate: 0-3

FC PORTO: Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro (Reyes, aos 31', por lesão), Casemiro (Ricardo Pereira, aos 85'), Héctor Herrera, Rúben Neves, (61', Evandro), Brahimi, Jackson Martínez e Oliver Torres.

Árbitros : Holanda, chefiados por Sven Erik Miteijell




                          O FC do Porto logrou alcançar com êxito um dos principais, senão o maior, objectivo da presente época que era a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões, integrando o conjunto de apenas quatro equipas que o conseguiram pela 19ª vez!

                          O triunfo, justíssimo, ontem alcançado é também um tónico moralizador para os jovens da equipa comandados pelo basco Julen Lopetegui que recupera deste modo o estatuto de grande equipa europeia.

                          A importância da vitória nesta partida não deixou de reflectir-se na ansiedade da equipa, a qual, no decorrer do jogo passou por alguns momentos de menos acerto, os quais foram superados todavia pela inépcia dos atacantes da equipa francesa, por acção de Fabiano e alguma fortuna, que sempre aparece a quem mais faz por ela.

                         Foi uma partida emotiva a que se viu ontem à noite no estádio ainda mais lindo da Europa com mais de quarenta e cinco mil assistentes, pelo menos até ao genial livre do argelino Brahim que abriu o marcador para a equipa da casa, havendo porém que reconhecer que, colectivamente, o FC do Porto esteve abaixo do que se lhe vira fazer em Lille, muito também por culpa do adversário que deu provas inequívocas de que é uma excelente equipa que se apresentou no Dragão com o claro propósito de ter uma palavra a dizer sobre a decisão da eliminatória. Valeu ao FC do Porto não possuir a equipa francesa um matador para concretizar duas ou três oportunidades de golo que consegui criar.


                       O FC do Porto não esteve sempre bem, principalmente a partir dos 30' de jogo até ao fim da primeira parte, voltando porém ao controle da partida depois de obtida a abertura do marcador e após as alterações feitas pelo treinador dos Dragões. Na segunda parte a equipa tranquilizou, adquiriu mais discernimento, falhou menos nas decisões atacantes e aproveitou o conformismo dos jogadores do Lille para acabar com dúvidas quanto à vitória.

                       Brahimi foi o herói da noite por ser ele a apontar o primeiro golo, mas, sem dúvida, pela estupenda exibição que realizou. Tem força, capacidade de driblar em velocidade, imprevisibilidade nas fintas, remate forte e espontâneo. Já tivemos um argelino que foi talvez o melhor jogador que vi actuar ao vivo, Rabat Madjer; temos, agora, a felicidade de ver vestido com a gloriosa camisola azul e branca uma pérola de valor imprevisível, seu compatriota, também descoberto em França.


                       A defesa continua sem sofrer golos mas é apenas um detalhe. Ontem esteve bem, como aliás tem vindo a acontecer, o que não significa que o adversário não dispusesse de ocasiões para marcar. Maicon está cada vez melhor e Martins Indi, não sendo espectacular, está sempre onde é preciso estar. Fabiano, bem e Danilo com os defeitos e virtudes que se lhe conhecem. Alex Sandro estava bem quando teve que abandonar, por lesão. Casemiro é cada vez mais uma pedra base, Héctor Herrera amadurece e cresce; Rúben Neves teve trinta minutos em grande mas não manteve a bitola e acabou por sair, quiçá por cansaço. Bem. O miúdo tem dado tudo e os seus dezassete anos não dão para a equipa toda aproveitar-se do génio que possui. Jackson Martínez não teve muita bola no primeiro período de jogo mas por duas vezes "cheirou" o golo. Melhorou na segunda parte e aí foi o grande Jackson. Óliver Torres dá prazer ver jogar: ele trata a bola como uma criança um brinquedo preferido, faz obras pintadas a lilás, é mágico. O seu calcanhar de Aquiles é "avareza" em fazer o último passe, estar a um metro da área e parar para saber a quem ceder a bola, ou, então, não prosseguir a jogada e entrar logo com ela pela baliza dentro, de uma vez! Sendo pequeno de estatura é um craque do tamanho de dois ou três "Hulk" !




              Só venho falar de Quaresma para dizer que apenas voltarei a falar de Quaresma quando Quaresma jogar. Para mim o futebol é jogado no campo e é lá que os atletas são protagonistas. Fora dele são novelas, filmes de entretenimento para enganar carneiros e entreter palradores e escrevinhadores capturados por interesses privados ou pessoais. Para esse peditório não contem comigo. Não me vão faltar oportunidades de falar de Quaresma, de elogiar o Quaresma, de aplaudir o Quaresma, de ler e ouvir elogios ao Quaresma, de estar no Estádio a ver uma multidão a cantar o nome de Quaresma, Quaresma, Quaresma...


     Vai para o estádio um tipo de indivíduos que devem ser especialistas em manifestações contra qualquer coisa. Eu sei que muita gente anda frustrada com a vida, que tem razões de sobra para protestar, que a paciência é ainda menos que o ordenado que entra em casa, quando entra algum. Mas ir para o estádio assobiar uma equipa de que se dizem adeptos, que não quer outra coisa senão fazer tudo bem feito, que quer mais do que ninguém vencer o jogo, que o treinador põe lá dentro o que ele sabe serem os melhores, só mesmo por má formação, déficit de amor ao clube, falta de vergonha e de sensatez!! Melhor seria ficarem em casa, ou, então, arranjerem melhor pretexto para assobiar. Até parece que já não importam os cortes do Passos Coelho, da subida dos impostos, da sovinice da loura das finanças, das tropelias do Crato, das taxas moderadoras dos hospitais, do Seguro que não é, do Costa que de novo se encosta, e de tanta "bosta" que por aí se faz, pois, aí assim, eles (os assobios) teriam alguma justificação.
                          


Texto e fotos doLethes.

1 comentário:

  1. Amigo :

    ..."genial livre do argelino Brahim "...


    A minha vontade era tanta que gritei golo ...golo ... golo ... mesmo antes da marcação do livre ... e não é que foi mesmo !

    Abraço

    ResponderEliminar