sábado, agosto 16, 2014

DRAGÃO DE SANGUE NA GUELRA ESPALHOU ESPERANÇA SOBRE A RELVA.



 O estádio mais belo da Europa.



I LIGA
1ª Jornada
2014.08.15

Estádio do Dragão, Porto, Portugal


                         F C DO PORTO, 2 -Marítimo SC, 0

O FCP alinhou com: Fabiano, Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro, Herrera, Rúben Neves, Brahim, Quaresma, Jackson Martínez e Oliver Torres. Substituições: Casemiro, aos 56', no lugar de Herrera, Evandro, aos 74', rendeu Rúben Neves e Tello, aos 80' entrou a substituir Brahim.

GOLOS: 1-0, por Rúben Neves e Jackson Martínez, aos 90+4'.
ÁRBITRO: Carlos Xistra.

Bancadas totalmente compostas de público. 


 Bancadas completas. Lindo.


                 Na primeiro jogo oficial da época e perante o seu público que compareceu em grande número no Dragão, o FC do Porto não realizou uma exibição categórica e entusiasmante mas fez o bastante para confirmar as boas expectativas que à volta da equipa vão alimentando os seus muito admiradores desde a chegada da equipa técnica espanhola liderada por Julen Lopetegui. Mostrou estar diferente na dinâmica de jogo, comprovou a categoria dos jogadores que chegaram este ano à equipa e a competência e a oportunidade da intervenção do treinador no decorrer da partida pelas rectificações que foi introduzindo conforme as incidências do jogo.

                 Com o desenrolar da jogo o FC  do Porto teve períodos em que se viram jogadas bem delineadas e alturas em que abriu feridas ainda  mal cicatrizadas, sobretudo no nível defensivo. Há ainda ideias e processos mal definidos, usando e abusando no, meu entendimento, a defesa do uso  excessivo de passes para preparar a ofensiva no campo adversário, dando tempo a que este recoloque as suas pedras e limite as linhas de passe, e, ao nível dos atacantes a dificuldade em abrir rapidamente espaços na defesa contrária de forma a permitir que o condutor da bola a possa ceder o mais rapidamente possível, exigindo mais mobilidade e rapidez dos outros avançados.



       Vai principiar. Ataque ao sul. Valeu um golo, do Rúben Neves, 17 anos, o mais jovem de sempre a estrear-se num jogo oficial com o símbolo do FC do Porto sobre o coração.
                 

               A vitória foi merecida sem ser espectacular. O adversário não facilitou porque evidenciou muito boa organização de jogo e inteligência ao procurar descobrir a vulnerabilidade por onde pudesse ganhar vantagem, conseguindo deste modo duas ou três situações de aperto para a baliza de Fabiano, uma das quais prestes a dar golo não fora a intervenção "milagrosa" de Alex Sandro quase sobre a linha de baliza.

                Há muito sangue na guelra dos jogadores portistas. Rúben Neves foi a "figura do jogo". A sua classe impressiona, sobretudo ao nível do passe à distância, ao seu sentido posicional no relvado, à "ciência" que coloca ao serviço da equipa e à sua tranquilidade e disponibilidade física. Apontando o golo que a equipa sustentou quase até ao esgotamento do tempo regulamentar, cabe-lhe bem o título que lhe foi atribuído de "figura do jogo". Brahim, é outro valor hors-série, pela velocidade com e sem bola nos pés, pelo drible estonteante que abre furos nas marcações como prego em manteiga. E Oliver Torres, um talento enorme num corpo de menino, com um pulmão maior que o peito, rápido, esperto, com umas chuteiras com ouro dentro. 

               Ao fazer entrar sucessivamente Casemiro, Evandro e Tello, a equipa do FC do Porto ficou mais coesa e realizou o melhor que tinha feito até então. Herrera não esteve ao nível esperado e por isso a equipa com ele rendeu menos. Casemiro cobriu melhor a zona intermédia e a equipa sentiu-se mais segura com ele. Talvez, também, porque Evandro entrou muito bem na partida e aparecia mais vezes nas jogadas de ataque e, por último, Tello, "fresco" e rápido atordoou a defesa maritimista como aconteceu no golo "fora d'horas" de Jackson Martínez. 

               Dos "antigos" Fabiano, esteve seguro. Danilo e Alex Sandro adquirem a forma de jogar numa equipa de ataque, ambos em crescendo de forma. Maicon, ainda pode subir na segurança mas já está mais liberto de pressões externas nos lances em que intervém. Ricardo Quaresma trás a lição decorada do balneário do Julen e cumpre rigorosamente o texto. Melhor na segundo do que na primeira parte. Herrera, já comentei acima, não brilhou. Jackson trabalhou bem, mas teve dificuldade em competir com a altura dos defesas do Marítimo. Estreou-se a marcar e festejou.

               Dos "novos" Martins Indi, tal como  no Mundial. Dá serenidade à defesa. Rúben Neves, já convenceu "todo o mundo" que está ali "um jogador"; Brahim, idem, idem aspas, aspas. Oliver Torres, dá gosto vê-lo com a bola. Tem que fazer um esforço para a ceder aos companheiros no  momento certo. Tellho, será um "caso". Casemiro, irá ser titular muitas vezes.

Ricardo Quaresma, aí vai canto.
             

               O exibição dos "lopeteguianos" pode ter servido para arrefecer  excessos de entusiasmo que por aí cresciam entre os que só vêem o futebol pelos golos marcados e se manifestam a despropósito quando vão ao Dragão. Antes assim, porque há de facto milagres mas levam algum tempo a consumarem-se. Com mais tempo, mais trabalho, mais jogos e, obviamente, mais vitórias, o Futebol Clube do Porto prepara-se para liderar o futebol português, retomando a tradição adquirida nestes últimos quarenta anos de superioridade clara, insufismável e substancialmente comprovada. Temos treinador, temos jogadores, temos a força de apoio bastante para chegar ao topo.


Livre marcado por Ricardo Quaresma bate na barreira e dá canto.
               

            Carlos Xistra não cometeu erros relevantes. Começa a ter uma vaga ideia de que nem tudo o que parece é falta, mas continua a manter o critério de que algumas que são claras só ele não vê, como aquele derrube a Quaresma quando se isolava pela direita a caminha da baliza.

               Ah, futebol é lindo é, mas lá,  no sitio onde se ouve e sente a bola a deslizar no tapete verde do relvado.


               

                                    Rede é de Fabiano.

Texto e fotos
Remígio Costa.

5 comentários:

  1. Amigo :

    ..."Temos treinador, temos jogadores, temos a força de apoio bastante para chegar ao topo. "...

    E, incompreensivelmente , continuamos a ter assobios !

    Abraço

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  2. AZUL DRAGÃO:

    Respigo da crónica que fiz: O exibição dos "lopeteguianos" pode ter servido para arrefecer excessos de entusiasmo que por aí cresciam entre os que só vêem o futebol pelos golos marcados e se manifestam a despropósito quando vão ao Dragão.



    ABRAÇO.

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  3. Bela narrativa, belas fotos, de um dragão sereno e tranquilo, entusiasmado, mas com os pés no chão. Há gente que vai para o estádio e acha que jogamos sozinhos, não existe ninguém do outro lado, ou se existe não é para atrapalhar, é para nos estender o tapete...

    Abraço

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  4. O título deste artigo sintetiza tudo o que se passou. E resta acrescentar que, apesar de o segundo golo ter tardado muito, o jogo jogado pela equipa do F C Porto dá-nos fortes esperanças que este ano será tudo diferente.A não ser as arbitragens - tanto que, depois, hoje já em Coimbra, fez com que o Sporting não perdesse...

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  5. Amigo Remígio :

    Até o meu cunhado , benfiquista (e que jogou hóquei no F.C.Porto)
    reconheceu (no meu facebook) que temos a melhor equipa de Portugal !

    Abraço

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