domingo, janeiro 19, 2014

BONS, FORAM OS GOLOS E O REGRESSO DE QUARESMA.

                         Foto "O Jogo"



I Liga
Estádio do Dragão
16ª Jornada
2013.01.10

                                      
                              FC PORTO, 3 - Vitória, de Setúbal, 0
                                            (ao intervalo: 2-0) 

                             
                              Tal como escreve o doutor Pedro Arroja no seu último livro "F. Portugal É Uma Figura de Mulher", em vou falar, em primeiro lugar,  do Bem que a nossa equipa ontem à noite nos mostrou no Dragão contra o Vitória de Setúbal, sem que isso possa significar que não vi o Mal que (ainda) andou por lá.

                              Boa foi a primeira parte que nos ofereceu uma equipa do Futebol Clube do Porto com todas as "peças" arrumadinhas nas suas posições, equilibrada e serena, cortando qualquer veleidade ao adversário de pretender discutir o jogo de igual para igual. Com a entrada de Ricardo Quaresma para a direita e a "fixação" de Varela no lado contrário, o "barco" da bandeira azul e branca deixou de andar adornado a bombordo ou a estibordo, de ré dentro da água e com a proa levantada como se estivesse sulcando as ondas da Foz numa noite de Inverno. Até o "patrão" do navio (Lucho) e o "homem do leme" (Jackson), ganharam mais espaço para o resto da tripulação fazer melhor o seu trabalho.

                             Se Quaresma trouxe à equipa o "toque" que serenou a agulha tremelicante da bússula, que não raro perdia o Norte, Carlos Eduardo, deu outra vida ao "caroço" da estrutura e os efeitos práticos tornaram-se evidentes no que à quantidade e qualidade do jogo de ataque diz respeito.

                             Os primeiros quarenta e cinco minutos de ontem não foram deslumbrantes: apenas prometedores, e apenas isso.

                             Vamos lá falar, então, um pouco do Mal, que continua lá, espero eu que por pouco mais tempo. 

                             Não encontro justificação para o abaixamento do ritmo de jogo da nossa equipa verificado na segunda parte. Não gosto da expressão de que "a equipa teve o jogo controlado" se isto traduzir a monotonia que foi o futebol do FC  Porto em quase toda a segunda parte. Aborrecido, monocórdico, insolso e, diria, imprevidente, porque sempre num jogo de futebol surgem imprevistos de más consequências. Nem sempre as laranjas que comemos são tão doces como estas de Setúbal...

                            Vou passar às apreciações individuais pois ajudam a completar o Bem e o Mal que coexistem nesta equipa treinada por Paulo Fonseca.

                            Helton, apenas teve uma intervenção difícil num problema que Maicon lhe criou. Erro do central, para manter a tradição (lá vem o doutor Pedro Arroja, de novo). Danilo, é igual a tudo que desejámos pela aparência: é morfologicamente dotado para a prática de futebol, é jovem e, uma vez por outra lá executa alguma coisa de jeito. Porém, engane-me eu: nunca será aquilo que parece...

O Jogo

O Jogo

2014-01-20 - Diário


                           Maicon, notado o erro que cometeu, cumpriu. Mangala e Alex Sandro, ambos ao mesmo nível, merecem nota alta; Fernando e Lucho, menos sobrecarregados nas tarefas que lhe competem e dentro do fato que sempre vestiram sentiram-se cómodos e actuantes. Carlos Eduardo deu outra vida às funções do meio-campo, embora a sua (boa) exibição tivesse sido intermitente. Marcou um golaço e saiu para a merecida ovação. De Quaresma já disse o essencial, mas vale a penas sublinhar que de ora avante o Futebol Clube do Porto vai ser diferente, sobretudo no que vai influenciar o ataque. Ontem, Jackson Martínez já pareceu outro, contagiado pelo "factor mágico" do cigano, batalhador, vivo e rematador como no ano transacto se viu. E Varela, que bela prestação e que...golão!

                           Kelvin substitui Ricardo Quaresma aos 65' e deve sentir-se estimulado só por isso. Dá alegria e movimento (e dores de cabeça) aos adversários e é aposta irrecusável no banco, para já. Josué, foi ocupar o posto de Lucho, aos 75' e mostrou, de novo, que é um valor em crescendo. Excelente remate, de meia distância que é uma das carências da nossa equipa. Quintero, rendeu Carlos Eduardo, apenas aos 88', e no tempo que teve a bola mostrou uma pontinha do que vale. Coragem, Paulo, dá corda ao rapaz e verás que não te arrependes.

                          A justiça da vitória é intocável, mas outra coisa não seria de esperar numa partida em que outro desfecho seria catastrófico. Agora, que me parece termos chegado ao ponto em que a máquina está assente nos carris, é aperfeiçoá-la e atingir a velocidade necessária rapidamente. Manter o empenho (isto é, correr), melhorar o passe e eliminar os erros "de principiante" e restaurar a ATITUDE que é a nossa imagem de marca é a chave que nos levará ao título.

                         A arbitragem de Hugo Pacheco foi pacífica, o que já é bom.

                         

3 comentários:

  1. Há que ter fé que continua a ser possível... perante esta exibição e resultado - que até podia ser mais dilatado.

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  2. Amigo :

    ..."Manter o empenho (isto é, correr)"...

    Ora aí está o segredo !

    Abraço

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  3. Subscrevo quase tudo e porque quase tudo é demais, não sou tão pró-Quaresma. Acho que podia dar muito mais e era fácil: perceber quando é a hora de enfeitar e quando é a hora para jogar simples. Mas olhando para o antes... tenho de ser mais condescendente com o Nº7

    Abraço

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