sexta-feira, dezembro 27, 2013

QUARESMA (Ricardo).

           

           Eu admito que um automóvel de boa marca, com manutenção técnica estimada e com um número de menos de seis dígitos no conta quilómetros e sem sequelas importantes de uso, possa ter ainda muitas e boas condições para manter as perfomences que possuía quando saiu a cheirar a tinta da linha de montagem da fábrica prestigiada onde cresceu. Eu até sei um amigo (exemplificando noutra área) que tendo contraído novo enlace com uma jovem precoce viúva anda feliz da vida pela valiosa gema que a vida lhe meteu entre as mãos. Eu acredito, sim sou optimista. (Eu deixo-me acreditar quando o coração quer...).

            Que Ricardo Quaresma tem certificado de origem credível todos aceitamos isso. Tem pedigree de um genuíno mustang. Génio de Aladino tendo a bola em lugar da lâmpada mágica, talento de artista inato da raça cigana, a magia do Harry Potter do futebol dos eleitos. Nós conhecemo-lo, está na História deste Clube único, os lances das suas jogadas e dos golos que criou no Dragão, desenhados a pincel e com assinatura, são inapagáveis na memória dos exigentes espectadores do nosso maravilhoso estádio.


            Como vai ser o regresso, Quaresma? O que podemos esperar de ti que andaste quase cinco anos a vender em palcos de luzes anémicas a marca gravada nas camisolas que a pele do corpo estranhava, incompreendido muitas vezes, lesionado, quiçá arreliado e desiludido? Restará em ti o perfume do teu génio, uma coluna segura de força que o sustente, uma vontade de quem não atingiu a realização total e quer lá chegar?

           Pelo que eu acredito que és capaz de ainda conseguir, porque continuas a ser um dos nossos, porque tens  consciência do que representa ser jogador do Futebol Clube do Porto, não posso duvidar de que a retoma seja bem sucedida.


           Prova-o, Quaresma.
           

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