quarta-feira, janeiro 25, 2012

EUSÉBIO, ATÉ AO TUTANO.

            Eusébio desolado após o afastamento de Portugal

               Eu gosto de Portugal, de ter nascido em Portugal, e da História de Portugal que me ensinaram nos bancos pequenos da escola. Gosto da luminosidade do ambiente natural, dos rios, das montanhas e do mar. E das pessoas simples e sãs que são a maioria do seu povo.

           Eusébio da Silva Ferreira nasceu e viveu em Moçambique até muito jovem e ali se distinguiu dos demais pela habilidade inata para jogar futebol tendo suscitado o interesse dos clubes da "capital do império", sendo o Sporting o que primeiro se adiantou para o inscrever nas suas fileiras. Porém, a águia rapinadora e desleal, usando processos de cartilha mafiosa, "sequestrou" à chegada o atleta e, após ter obtido a "assinatura da ficha" ao fim de alguns dias de "cativeiro", apresentou-o de águia ao peito.

          Na época de sessenta Eusébio foi "pau para toda a obra". Abono de família da equipa encarnada, veículo de propaganda exterior do regime vigente, recurso de emigrantes para atenuar humilhações sofridas. Jogou muitas vezes em inferioridade física por lesões mal curadas, miseravelmente pago pelos padrões correntes na Europa a Di Stéfano, Puskas e outros. Gasto pelo peso dos anos, jogando no limite da dor e do sacrifício para assegurar o sustento seu e da família, a estrela perdeu intensidade de luz e o apagamento lento definitivo passou por Tomar para terminar em Aveiro, agonizante.

          Hoje, ainda o seu nome serve de bandeira e rende dividendos aos agentes do markting  comercial através da exploração até ao asco das mais irrelevantes situações da sua vida particular, como sejam as suas doenças e o aniversário natalício, as declarações que produz mesmo que sejam confissões de traição aos colegas e ao patrão que lhe pagava quando deveria defender em Aveiro o Beira-Mar em jogo contra a equipa que o desprezou. Esta é a comunicação social que temos, parcial, discriminatória, regionalista e capturada ao clube da Dona Victória, na tentativa de alimentar uma áurea de grandeza e superioridade passadas que há muito já não tem correspondência com a realidade de há trinta anos a esta parte.

          Eu gosto de Portugal. Pena, foi que D. Afonso Henriques tivesse perdido o Norte...

         

4 comentários:

  1. Meu caro, nunca se foi tão longe, mesmo no passado, para a pretexto de um simples aniversário, se fazer uma sessão de propaganda vergonhosa, género, quem não gosta não é bom português.

    Abraço

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  2. e, tudo isto é uma grande grande pena, porque o eusébio foi um grande jogador. nunca mais na vida me esquecerei do mundial de 66, e das finais de taça contra o zbording.

    quanto ao d. afonso henriques - não lhe leve a mal, que ele não podia advinhar!...

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  3. Duas notas: 1ª Eusébio é tão português como o Pepe e o Deco!!!!
    2ª Aquilo que disse aquando servia o Beira-Mar, chama-se adulteração da verdade desportiva e dá prisão!!!!

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