quinta-feira, setembro 15, 2016

FRIO NÓRDICO GELOU O DRAGÃO

FC Porto-Copenhaga, 1-1 (crónica)
(Maisfutebol online)


Liga os Campeões
Fase de grupos - 1ª jornada - 1ª mão
200º jogo do FC Porto na prova
Estádio do Dragão, Porto, Portugal
2016.09.14
Equipamento: tradicional azul e branco.
Expectadores: cerca de 40000
Tempo: instável, sem chuva

  
  FC do PORTO, 1 - FC COPENHAGA (Dinamarca), 1
                                             (ao intervalo: 1-0)


FCP: Iker Casillas, Miguel Layún, Felipe, Iván Marcano, Alex Telles, Danilo Pereira, Hèctor Herrera (C), aos 70' Yassim Brahimi, Óliver Torres, Jesùs Corona, aos 62' Depoitre, André Silva e Otávio, aos 82' Diogo J.
Treinador: Nuno Espírito Santo.

Árbitro: Matej Juj, Eslovénia.
Assistentes: Matej Junic - Manuel Vidali

GOLOS: 1-0, aos 13'.Pela esquerda, Alex Telles inicia a jogada na esquerda, Otávio recupera a bola, serve André Silva que já dentro da área a devolve de calcanhar ao pequeno brasileiro, o qual, à entrada da área executa um estupendo remate sem defesa possível: grande lance de futebol e golo de espetáculo! 1-1, aos 52', por Andrea Cornélius, explorando a passividade defesa portista, principalmente de Alex Telles e a diferença de altura em relação ao defesa brasileiro para ganhar a bola e enviá-la, de cabeça, por cima de Iker Casillas.

                 SÍNTESE: Uma boa primeira parte do FC do Porto coletiva e individualmente, no decorrer da qual conseguiu neutralizar o ímpeto inicial da equipa dinamarquesa e chegar à vantagem no marcador antes do primeiro quarto de hora, mantendo a partir daí e até ao intervalo fundamentadas esperanças de poder aumentar a vantagem no marcador. No reenício da partida foram os visitantes que mostraram maior capacidade para mandar no relvado e mais dominadores, com um FC do Porto estranhamente amorfo, algo desconexo e intranquilo, incapaz de reagir como seria exigido ao gelo do golo do empate, acordando do sono nos últimos cinco minutos do tempo regulamentar em que encostou à parede os nórdicos sem contudo conseguir a estocada fatal apesar das oportunidades criadas, a última no derradeiro segundo.

                 No deve e haver das contas, a divisão dos pontos é justificada.

                 Não alinhei na euforia generalizada que concedia ao FC do Porto a teórica  "vantagem de favorito", relativamente ao valor dos antagonistas do grupo a que pertence. Como se isso pudesse acrescentar algo àquilo que os conjuntos valem por si mesmo. Mais uma vez ficou provado que o favoritismo no futebol é uma falácia para entretenimento dos adeptos e que os factos ocorridos no passado servem a estatística e para mais nada. Grandes ou pequenas, as equipas são iguais na ambição de vencer e nenhuma pode garantir antecipadamente a vitória.

                Certo, é que o Futebol Clube do Porto não deveria ter perdido dois pontos em casa e para evitar que isso acontecesse, teria que ser superior ao seu adversário e não o conseguiu, fosse ou não favorito. Desperdiçou uma folga para partir mais confiante para o confronto com o Leiscester, que se antevê obstáculo bem mais complicado e potencialmente devastador para a confiança na passagem aos oitavos da competição no caso de total insucesso.

               Em termos individuais destacaram-se Iván Narcano e Felipe na defesa; Miguel Layún, não foi tão influente como costuma, cumpriu. Danilo Pereira, esteve bem fisicamente e travou a meio campo duelos corajosos, Óliver Torres não defraudou as expectativas e destacou-se com exibição notável, é valor confirmado; como Otávio, enquanto não esgotou as pilhas. Grande mérito no golo apontado, com direito a espaço no álbum da carreira; Jesùs Corona, trabalhou com denodo e cumpriu; André Silva, com a entrega do costume ficou aquem do que a equipa precisava nesta partida, tão poucas vezes conseguiu rematar à baliza, faltando-lhe apoio. Registe-se o belo calcanhar que deu a Otávio o golo da noite; Yassim Brahimi, é figura intocável no plantel e na equipa. Nuno E. Santo tem lugar para ele, é necessário. Depoitre, mexeu com o ataque e esteve a milímetros de se tornar o herói da noite, mas Rabah Madjer houve só um e o molde perdeu-se. Diogo J teve pouco tempo para mostrar o seu valor. Dos restantes não tenho muito para dizer (de bom...).

              Nuno Espírito Santo, depois de bem ter estudado o adversário,  entendeu regressar ao modelo de jogo clássico da equipa antes testado contra do Vitória, a alternativa 4x4x2. Em face do resultado desfavorável tentou, como era exigido,  o plano B. Não resultou porque sem golos não há tática que faça milagres. Talvez, Jesus...  

              A equipa eslovena dirigida por Matej Jug teria merecido nota positiva pela atuação, não fora a decisão de deixar sem punir um empurrão, intenso e claro a Jesùs Corona dentro da área, ocorrido aos 32', com o resultado em 1-0; aos 49' Otávio sofre falta na esquina da área e Jug, esquece; aos 61' é o auxiliar que corta uma jogada de ataque do Porto assinalando fora de jogo inexistente. Não abona o seu favor o ter expulso Greas, aos 67', porque pareceu compensação já que entradas iguais ocorridas não mereceram cartão amarelo. Goza do benefício de não ter a má fama justificada dos seus pares portugueses que sempre que erram o fazem em prejuízo do FC do Porto.

              No belíssimo Estádio do Dragão acontece o que talvez em nenhum outro recinto desportivo do mundo se verifica: é o caso, feio, insólito e aberrante, de alguns espectadores que se dizem seguidores do FC do Porto se juntarem aos apoiantes da equipa adversária para assobiarem a sua própria equipa e às decisões dos treinadores, em momentos difíceis da partida, quando o que seria inteligente e quiçá vantajoso era ouvirem-se incentivos e cânticos de encorajamento. Eu interrogo-me por que não ficam em casa estes indesejados e nocivos "apoiantes" a beber umas Super Book bem geladinhas e descarregam na família as suas frustrações e cobardias poupando aos indefectíveis e fiéis adeptos do nosso glorioso Clube a vergonha de os ter dentro do mesmo templo onde se guarda o espírito e a dignidade do prestigiado Dragão.

         

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