segunda-feira, novembro 09, 2015

COM CABEÇA DE ABOUBAKAR E PÉS DE LAYÚN ABRIU-SE A LATA E COMEU-SE O ATUM.


Liga NOS
10ª Jornada
Estádio do Dragão, Porto
2015.11.08 


                 FC DO PORTO, 2 - Vitória de Setúbal, 0
                            (Ao intervalo: 0-0)

FCP: Casillas, Maxi Pereira, Marcano, Martins Indi, Miguel Layún, Danilo Pereira, Rúben Neves (C), 2ª parte André André, Evandro, aos 51' Osvaldo, Yacine Brahimi, aos 73' Imbula, Aboubakar e Cristián Tello.

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

GOLOS: 1-0, aos 70', por Aboubakar, batendo com a cabeça a bola cruzada por M. Layún; 2-0, aos 84', a remate cruzado de Miguel Layún.


                 Ainda não tinha visto na presente época um jogo completo do Vitória de Setúbal mas os resultados até agora obtidos pelos setubalenses pressupunham uma equipa que requeria cautelas redobradas do FC do Porto para se resguardar de uma surpresa muito incómoda nesta altura importante da competição. As expectativas confirmaram-se, porquanto, os sadinos fizeram forte oposição ao Dragão, só vindo a claudicar a vinte minutos do termo do encontro com o golo não festejado euforicamente pelo seu autor, Aboubakar, insatisfeito por não ter concretizado antes outras excelentes oportunidades designadamente a que levou ao poste, logo aos 6' do início da partida.

                 Apesar da réplica corajosa da equipa de Quim Machado o FC  do Porto foi quem mais oportunidades construiu ao longo do jogo (não me recordo de nenhuma da equipa visitante) tendo Tello aos 21', Aboubakar aos 26', 40' e 43' e, Marcano aos 44' esbanjado ótimos lances com marca de golo. No período complementar e com a maior aceleração do jogo por força da mudança do esquema inicial e com a entrada de André André, o FC do Porto voltou a ameaçar as balizas do guarda-redes gigante (na estatura e como obstáculo na defesa da sua baliza) alemão, até à cabeçada oportuna do poderoso, leal e incansável camaronês.

                 Julen Lopetegui optou por deixar na reserva André André e escolheu, cautelosamente, Rúben Neves mais defensivo do que o poveiro e o jogo veio a confirmar que a estratégia era adequada perante a forma desinibida e bem ordenada como os visitantes desenvolviam as suas atrevidas investidas no ataque, o que obrigou Evandro, bem marcado de perto, a desdobrar-se nas tarefas à frente e atrás para travar o ímpeto dos visitantes. Começando a segunda parte com  André André no lugar de Rúben, o ritmo de jogo acelerou e os sadinos já bastante mais desgastados a muralha defensiva começou a ceder.

                  Foi difícil e suada, mas justíssima, a vitória do FC do Porto. Apesar da demora na obtenção do primeiro golo, os dragões, apoiados pela claque de princípio ao fim, foram pacientes e nunca deixaram transparecer a falta de convicção na vitória e só o espetro do empate com o SC de Braga há quinze dias atrás poderá ter assombrado a confiança dos mais cépticos. A nossa equipa está bem e recomenda-se e atingiu ja níveis elevados de confiança que permitem avaliar excelentes perspetivas para o futuro.

                 Há, contudo, dois parâmetros essenciais em matéria do jogo que Julen Lopetegui tem que procurar resolver sem demora: o primeiro é o da eficácia na concretização das oportunidades que a equipa cria em todos os jogos; o segundo é o da marcação de pontapés de canto. É confrangedor o desperdício daqueles lances, sendo difícil de compreender por que é que estes livres são apontados sempre da mesma forma, sendo quase nulo os índices do seu  aproveitamento. E o problema não é de agora, repete-se sucessivamente em todos os jogos.

                 O melhor rendimento da equipa resulta naturalmente da boa forma crescente dos jogadores. A defesa continua sólida e não estranha a ausência de Maicon pois Martins Indi tem sido um substituto à altura do brasileiro. Casillas não perde qualidade e Marcano fez um trabalho de alta cotação. Merecia ter sido feliz no lance ao terminar o primeiro tempo em que falhou o golo por um triz. Quem encanta é Miguel Layún! Que rica surpresa é este mexicano, prático, profissional, voluntarioso e pé-quente, que sabe o que faz na ponta da bota! No miolo, Rúben Neves não foi exuberante mas pragmático, ficou condicionado cedo por ter visto um cartão amarelo, tal como Danio Pereira cada vez mais uma referência do equipa. Evandro não logrou fazer um grande jogo, por força da marcação de que foi alvo, mas lutou muito. André André já nos habituou á sua classe e disponibilidade física,  Yacine Brahimi ainda não atingiu o seu melhor e parece em perda física. Aboubakar é a natureza limpa a jogar futebol. Só lhe interessa a bola, joga por e com gosto, sente o ambiente, dá tudo quanto tem de melhor em si e esgota-se no jogo de princípio ao fim. Cristián Tello atravessa o melhor momento desde que está no Clube e tem um papel destinado a brilhar no campeonato. Imbula entrou muito bem no jogo, Osvaldo volta a não convencer.

                 Tiago Martins, da AF Lisboa, foi extremamente rigoroso na avaliação das faltas cometidas pelos jogadores do FC do Porto. Já estamos habituados; neste aspeto é igual a muitos outros. Não lhe vi erros de avaliação, exceto quando, no segunda parte, dentro da área setubalense, em vez de marcar livre indireto ao defesa por ter baixado demasiado a cabeça na disputa da bola, penalizou Aboubakar que estava em vias de a dominar com o pé de forma absolutamente legal.

                  Estatísticas dizem pouco mas lá vamos há um ror de tempo sem que os adversários "molham a sopa" no Dragão, o estádio mais belo da Europa.. 
                

                   

                  

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