sexta-feira, maio 22, 2015

UM JOGO QUE FOI O ESPELHO DA ÉPOCA.



Danilo: «O público tem razões para contestar»
                           JOGADOR À PORTO!

Liga NOS
Estádio do Dragão, Porto
2015.05.22

                  FC do PORTO, 2 - F C Penafiel, 
                             (Ao intervalo: 0-0)

GOLOS: 1-0, aos 82', por Aboubakar; 2-0, aos 92', por Danilo

FCP: Helton, Danilo, Reyes, Martins Indi, José Angel, Casemiro (45', Evandro), Quintero (67', Héctor Herrera), Rúben Neves, Ricardo Quaresma, Jackson Mart
inez e Brahimi (55' Aboubakar).

Árbitro; Olegário Benquerença (AFL) - Último jogo da carreira.


                O último jogo do campeonato da época de 2014/2015 que ontem o FC do Porto realizou no Estádio do Dragão contra o já despromovido FC de Penafiel, terá sido o espelho do que foi a equipa em alguns outros jogos da prova a qual terminou  com os resultados que ficaram muito aquém do que poderia ter obtido e os adeptos esperavam. Com a situação arrumada quanto à questão do título e a situação futura de alguns jogadores também acertada, o jogo mesmo assim deveria e merecia ter tido outra qualidade e emoção. A equipa do FC do Porto, os jogadores da gloriosa camisola azul e branca, não levaram para o relvado a alma, o brio e raiva pelo fracasso que constituiu esta época em termos de conquistas, limitando-se a cumprir com o profissionalismo de "gatos pingados" de uma agência fúnebre encarregada de fazer um funeral. Adoptando de princípio ao fim o mesmo modelo de jogo, o mesmo ritmo e a mesma falta de vivacidade, só em dois lances de inspiração a equipa conseguiu bater um Penafiel já na II Liga, bem organizado, aplicado, lutador, a que só faltou uma pontinha de sorte para se despedir "dos grandes" com outro resultado bem mais merecido. E, quanto à motivação ou estado anímico de alguns dos nossos jogadores mais valiosos, revejam como Jackson Martínez não faz golo a centro de Quaresma aos 5' e o "desinteresse" manifesto de Brahimi aos 44' quando rematou um golo por cima do travessão  A entrada de Aboubakar aos 55' da segunda parte viria trazer ao ataque a movimentação e a eficácia que ontem mais uma vez falhou, como antes nos jogos decisivos da equipa e, foi ele que, aos 82' quando já o empate a zero ensombrava a noite, aproveitou muito bem o passe de Evandro para o primeiro golo. Foi ainda Aboubakar que proporcionou a Danilo fechar a sua produtiva carreira de quatro anos no Futebol Clube do Porto com um excelente golo. Jackson Martínez, o grande suporte da equipa nestas três últimas épocas e que leva três golos de vantagem em relação ao segundo classificado na lista dos melhores marcadores do campeonato, não usou na sua despedida a competência e o faro de golo, esbanjando três ou mesmo quatro excelentes ocasiões para chegar ao fim bem distante dos concorrentes.

                 Nos dois primeiros anos em que envergou a camisola azul e branca, Danilo não me entusiasmou. Nas duas últimas épocas transformou-se num excelente jogador o que me leva a crer que, sendo ainda jovem, se poderá converter num dos melhores do mundo. Pareceu-me sentidamente abalado por deixar o Futebol Cube do Porto mostrando uma imagem positiva em relação ao seu caráter e até ao ambiente do próprio balneário. Foi muito criticado o custo do seu passe de 18M€, mas vale agora mas de 31,5. Felicidades, Danilo.

                 É irrelevante destacar nomes numa partida com estas especiais particularidades. Vou apenas referir que Aboubakar foi responsável pela agitação do ataque portista e um dos que mais contribui para a vitória.

                Não sei se a atitude das claques no jogo de ontem foi a apropriada. É óbvio que os adeptos têm razões fortes para não estar satisfeitos. O Futebol Clube do Porto perdeu o hábito do insucesso, não está nem quer acostumar-se aos segundos lugares. Mesmo que o excelente comportamento na Liga dos Campeões não possa deixar de ser assinalado e, talvez, tivesse superado o que de melhor se poderia esperar, internamente não vencer qualquer prova é um handicap que os seguidores não esquecem depois do extraordinário apoio que deram à equipa até uma jornada do fim.

                Julen Lopetegui, depois do que viveu e aprendeu nesta sua primeira época em Portugal, ficou "doutorado". Se o plantel que vier a ter não baixar muito de qualidade tem melhores condições para alcançar os objetivos a que se propuser. Aprecio o seu estilo guerreiro, o  modo desassombrado e inteligente como encara a informação e a sua percepção sobre a realidade deste Portugal subjugado pelas determinações de um centralismo viciado e usurpador, sem escrúpulos, faccioso e "gamelista" que entende que os meios (quaisquer) justificam os luxos da Corte.

                 

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