JÁ PERCEBI, NANI.

SELECÇÃO  

          O sentimento de desconfiança é o primeiro que nos ocorre no caso da lesão de NANI. Há muito que se sabe que nem tudo o que parece é, ou, como diz o outro, o que de manhã é verdade à noite já poderá ser mentira.
          Desvalorizando as divergentes contradições das declarações produzidas sobre o caso, quer do atleta quer dos responsáveis da selecção, estou em crer que a haver alguma reserva na revelação das verdadeiras razões que estão por trás do afastamento dos seleccionados, ela está do lado do atleta.
          Nani parecia estar em excelente forma técnica, como se depreendia das suas prestações ao serviço do M United e da própria selecção, muito motivado e sonhava estar numa prova de dimensão planetária no decorrer da qual, se as coisas lhe corressem de feição, poderia brilhar a grande altura e valorizar a sua imagem.
          Se, da execução do lance do pontapé de bicicleta que treinava, lhe adveio a lesão da clavícula, como afirma, Nani, na expectativa de que os exames médicos acusassem uma grave e inconveniente lesão, a qual lhe mataria logo ali o sonho de participar neste mundial, assumiu as dores que sentia e delas terá guardado silêncio na expectativa de que as viria a ultrapassar com o decorrer de alguns dias. Só que alguém da equipa de Queirós, ter-se-à apercebido de que algo não estaria bem com o magnífico extremo luso e este, para acabar com as dúvidas, enviou-o para os exames esclarecedores, cujos resultados não poderiam ser iludidos.
          É, apenas, especulação mas, a não ter sido assim que os factos se passaram, então muita coisa vai ser ainda necessário esclarecer.