segunda-feira, dezembro 11, 2017

LARANJAS SUCULENTAS COM DOCE SABOR AFRICANO

(Fotografia O Jogo online)
Liga NOS
14ª jornada
Estádio do Bonfim, Setúbal
TV - Hora: 20:15 - Domingo
Relvado: normal
Tempo: vento forte + chuva (2ª parte)
Assistência: escassa, sobressaindo a claque portista
2017.12.10

    
                  Setúbal, 0 - FC do PORTO, 5
                   (AO INTERVALO: 0-3)

FC do Porto alinhou: José Sá, Maxi Pereira, Diego Reyes, Iván Marcano, Alex Telles, Danilo Pereira, aos 73' Tiquinho Soares, Ricardo Pereira, aos 65' André André, Yacine Brahimi, na 2ª parte Jesùs Corona, Moussa Marega e Vincent Aboubakar.Não utilizados: Iker Casillas, Felipe, Sérgio Oliveira e Hernâni
Equipamento: alternativo de cor laranja
Treinador: Sérgio Conceição

Setúbal: Cristiano, Pedro Pinto, Vasco Fernandes, aos 66' Arnold, César, Nuno Pinto, Nené Bonilha, Podstawsky, aos 72' André Barbosa, João Teixeira, Costinha, Edinho e João Amaral, aos 81' Alief.
Equipamento: oficial tradicional
Treinador: José Couceiro.

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa). Auxiliares: André Campos e Pedro Ricardo Ribeiro. VAR:  Rui Oliveira. AVAR: Paulo Vieira. 

GOLOS E MARCADORES: 0-1 aos 31', por Vincent ABOUBAKAR. Livre de canto apontado por Alex Telles, com o camaronês a ganhar a bola em disputa com Edinho e a rematar de cabeça para o golo. 0-2 aos 40' por Moussa MAREGA, servido num passe longo por Aboubakar de longa distância, em remate de recarga à defesa de Cristiano; 0-3 aos 45'+4', de novo por Vincent ABOUBAKAR, na conversão de uma grande penalidade cometida por falta inequívoca sobre si próprio, ao ser rasteirado depois de ter saído de um drible brilhante sobre dois adversários. A falta foi prontamente assinalada pelo árbitro, mas o VAR quis intervir e parou a marcação, tendo a mesma sido confirmada depois de Tiago Martins ter ido visionar o lance na tv do estádio. Aboubakar, apesar do tempo de espera não se deixou perturbar, e com remate rasteiro e forte, atirou para o golo; 0-4 aos 69', de novo por Vincent ABOUBAKAR na sequência de uma jogada espetacular de Marega junto à linha de fundo que concluiu em passe para a marca de grande penalidade onde surgiu o avançado portista e enviar para o fundo das redes; 0-5 aos 82' por Moussa MAREGA numa assistência magistral de Aboubakar prosseguida pelo maliano a isolar-se, e à entrada da área e perante a saída do guarda redes sadino a "picar" a bola por cima dele num gesto de frieza e classe.

       O Futebol Clube do Porto respondeu aqueles que esperavam um resultado negativo na deslocação ao Bonfim, com uma exibição de grande classe traduzida numa goleada que poderia ter atingido números bem mais substanciais. Foi uma equipa personalizada, confiante nas suas capacidades, fresca fisicamente não obstante as provas a que tem sido submetida, lutadora, virada para o ataque, constante e persistente na liderança da partida no tempo e no espaço inteiro do relvado, capaz de superar um adversário hostil, excessivo na vontade de roubar a bola na peleja dos lances individuais recorrendo frequentemente à falta, algumas perto da violência física, e capaz de resistir com fair play e paciência à costumada incompetência das equipas responsáveis pelo cumprimento das leis do jogo.

       O FC do Porto foi a melhor equipa do princípio ao fim da partida. Excetuando o início do encontro em que lhe foi permitido aproximar-se da baliza defendida por José Sá, aliás sem perigo iminente de cedo se adiantar nio marcador como estaria planeado por Couceiro, o Setúbal foi manietado nos movimentos coletivo e individuais pela organização global da equipa portista, muito embora tudo fizessem os seus atletas para contrariar a superioridade absoluta do conjunto portista.


      José Sá não foi chamado a resolver situações complicadas, revelou tranquilidade e segurança;  Maxi Pereira, Diego Reyes, chamado à equipa para adquirir rotina de jogo, Ivàn Marcano e Alex Telles, mandaram nas ameias da fortaleza derrubando as escadas por onde o adversário tentava escalar; Danilo Pereira mostra-se cada vez mais forte e assertivo, sendo notável a "bomba" despoletada à distância de pé esquerdo abafada a custo pelo Cristiano; Hèctor Herrera, o capitão, está a converter-se no mandão da orquestra, o maestro que pauta a concerto e faz vibrar os instrumentos com o som apropriado; Yacine Brahimi é o encantador de serpentes, sinuoso e "malandro" de meter raiva ao adversário mais paciente e cordato; Ricardo Pereira, um lutador incansável, trabalhador consciente e criterioso, pau para toda a obra; Moussa Merega, só visto como tem vindo a  evoluir, espanta a força de búfalo africano e a revelação da criatividade que lhe negavam que pudesse ter, Vincent Aboubakar, imperturbável com uma esfinge, respira saúde, força e...pontaria! Três de uma só vez! Impassível na transformação do penalti apesar da expetativa pela demora da confirmação inútil. Tiquinho Soares, teve mais una minutos para se ambientar, Jesús Corona entrou e destabilizou, André André não conseguiu mostrar o que, na realidade, é.


      O árbitro. E o vídoárbitro. Aconteceu que os atletas não complicaram e facilitaram a vida a Tiago Martins. Apesar do bom comportamento dos jogadores, o juiz lisboeta não superou as suas insuficiências. É incompreensível o recurso ao VAR na jogada da grande penalidade, sendo ela tão evidente e a sua decisão imediata. Mais pareceu uma pantomina encenada para que passe a mensagem de que o FC do Porto é tratado nos mesmos termos e igualdade com os seus mais diretos rivais. Quanto ao "empurrão" que estatelou o idoso Edinho e que tanto impressionou o "comentador da sport tv Pedro Henriques que repetiu a sua certeza de falta ate ficar esfalfado, só quem nunca viu jogar o (agora) avançado setubalense substituto de Gonçalo Paciência, poderá crer que o "tombo" é resultante da força de Aboubakar; e depois, aquela mãozinha marota, subrepetícia, a puxar a camisola pertinho dos calções do camaronês ninguém se lembraria de classificar como penalti irrecusável. Como o lance resultou em golo e não há, no caso, benefício ao infrator, se o VAR viu não tinha que intervir.


       Não estou de acordo que se expulse um treinador na situação em que ontem José Couceiro foi protagonista. O treinador é um figura do jogo, tal como o árbitro e os jogadores, embora com maiores responsabilidade. Contudo, um árbitro sensato, com personalidade consolidada, teria entendido o momento do responsável da equipa setubalense, tê-lo-ia advertido e aconselhado a acalmar-se sem o sujeitar à humilhação de uma expulsão privando-o de exercer as suas competências e desvalorizado o espetáculo. Os árbitros portugueses só teriam a aprender se seguissem o exemplo dos profissionais ingleses, pelo menos dos mais categorizados, que usam de estilo apaziguador e tolerante para resolver situações semelhantes.


        Mas isto é uma opinião de leigo, que nada percebe de bola.


  

2 comentários:

  1. Também não percebo nada disto, mas sem os brinca na areia e sem os encantadores de serpentes, há muito tempo que não via o F. C. do Porto jogar assim.

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