domingo, janeiro 22, 2017

SURFAR COM CABEÇA PERIGOSAS ONDAS DO RIO AVE.

Liga NOS
18ª jornada
Estádio do Dragão, Porto
2017.01.21 - 16:00 horas. tv1
Tempo seco e frio
Espectadores: 43 328


     FC do PORTO, 4 - Rio Ave FC (Vila do Conde, 2
                                       (ao intercalo: 1-1) 

FCP: Iker Casillas, Miguel Layún, aos 56' Rui Pedro, Felipe, Iván Marcano, Alex Telles, Danilo Pereira, Hèctor Herrera (C). Óliver Torres, aos 81' João Carlos Teixeira, Jesùs Corona, na 2ª parte André André, Diogo J e André Silva.
Equipamento: oficial tradicional

Treinador: Nuno Espírito Santo.

Árbitro: Jorge Sousa (AFPorto)

GOLOS: aos 17' 1-0: livre direto apontado por Alex Telles para a marca do penalti com Felipe a elevar-se e a executar remate fulgurante com a cabeça; 1-1 aos 35' na sequência de uma tentativa de centro para a área que deu em remate a chegar perto do poste a surpreender Iker Casillas que não conseguiu mais do que sacudir a bola para a frente onde Guedes apareceu rápido a bater para o golo; aos 49' o Rio Ave adianta-se no marcador na conversão de pontapé de grande  penalidade apontada por Roderik a enganar Iker Casillas, a punir falta inútil de Miguel Layún sobre o risco da grande área; aos 55' Iván Marcano antecipa-se e de cabeça restabelece o empate aproveitando livre direto marcado por Alex Telles; aos 62' Danilo Pereira, consegue fugir à marcação e, com remate de cabeça de cima para baixo conclui da melhor maneira novo livte direto apontado por Alex Telles, fazendo o 3-2; e aos 88' foi Rui Pedro que num voo à peixe conseguiu obter de cabeça o 4-2 final dando o melhor destino ao trabalho de Jo~so Carlos Teixeira e André Silva na assistência ao jovem marcador.

       Num contexto favorável de disponibilidade pessoal esta era uma oportunidade excelente para estar no Dragão para quem, como eu, reside a cem quilómetros do Porto: dia de sábado, hora "antiga" adequada a qualquer idade (16:00h), perspetivas de um jogo interessante e vontade de apoiar a equipa do Futebol Clube do Porto na casa de futebol mais linda da Europa. Não tendo sido possível concretizar a intenção, foi agradável constatar que 43 325 estiveram nas bancadas do Dragão o que mostra a vitalidade clubista dos seguidores do melhor Clube de Portugal.

     Não era expectável um jogo fácil para o FC do Porto e efetivamente esteve longe de o ser. O Rio Ave, agora comandado por Luís Castro, nosso ex-colaborador de grande competência profissional e postura irrepreensível, é um conjunto forte e bem organizado com pretensões a atingir lugares cimeiros da tabela classificativa que lhe permita disputar provas europeias. Tem vindo a protagonizar excelentes jogos, tendo confirmado nesta partida o momento alto que atravessa jogando taco a taco a atacar e a defender obrigando o FC do Porto a recorrer a todas as suas capacidades para obter o triunfo. Valeu na decisão do resultado a eficácia na conclusão de lances resultantes de livres e pontapés de canto, na sequência dos quais resultaram os quatro golos do triunfo portista, concluídos de cabeça e com cabeça.

Numa análise abrangente quanto ao que os dois conjuntos produziram o Rio Ave fez melhor jogo de equipa do que o seu adversário. Teve até mais tempo de bola ainda que isso pouco possa significar como o resultado acabou por confirmar. Nesta partida o Futebol Clube do Porto recorreu menos à contenção e posse fazendo um jogo mais direto por força da desvantagem no marcador que teve que superar e explorando a capacidade individual dos seus melhores elementos. Houve mais Rio Ave na primeira parte do que equipa de Nuno Espírito Santo. No início do período complementar entrou André André para substituir Jesùs Corona, por lesão. Coletivamente a equipa portista subiu de rendimento, mas o golo dos vilacondenses aos 49' a colocar o placard em 1-2 trouxe à memória cenários pouco otimistas. Valeu o restabelecimento do empate poucos minutos passados o que fez subir o ânimo e a pressão sobre o conjunto do professor Luís Castro  e a viragem do resultado no golo de Danilo Pereira obtido em golpe de cabeça de cima para baixo ocorrido aos 62'. Pondo em causa a supremacia do fator casa o Rio Ave bateu-se até ao fim e só o golo do agitador sobredotado, Rui Pedro, pôs fim às ilusões dos visitantes.

      Na apreciação individual dos portistas, Iker Casillas não sai incólume no primeiro  golo do Rio Ave. Foi surpreendido pelo remate que pretendia ser centro e não foi lesto a retomar o posicionamento e a afastar a bola sem ser para a frente. Felipe e Iván Marcano ao nível a que nos vão habituando; dois golos sofridos de que não foram responsáveis não ensombram o bom desempenho e ambos marcaram, o que é relevante. Alex Telles foi o rei das assistências e apontou os livres sempre com grande índice técnico; a defender e a subir pela ala em velocidade e tempestivamente, cotou-se com um dos mais influentes atletas no triunfo final. Miguel Layún foi um problema para a equipa, tão desapontador foi o seu desempenho; não apareceu em boa forma, complicou lances, cometeu a falta desnecessária para o penalti e escapou à expulsão que parecia ir acontecer a qualquer momento. No meio campo Hèctor Herrera trabalhou muito e quase sempre bem, vive um bom momento de forma; Óliver Torres esteve ao seu nível, bom, e Danilo Pereira mostrou mais uma vez ser a grande figura atual da equipa, o pilar robusto que segura a estrutura do conjunto; joga sempre, "à Porto"! André André cumpriu no seu estilo de abelha obreira incansável e diligente, Jesùs Corona estava bem quando sentiu o esticão no músculo da perna. No ataque André Silva está a reconhecer melhor o seu espaço de ação e trabalha melhor dentro dele; Diogo J é uma ameaça constante para as defesas e combina cada vez melhor com os companheiros. Rui Pedro marcou mais uns pontos na ascensão da carreira brilhante que tem à sua frente.

Porque o lance vai ser invocado para tentar diluir a onda negra dos roubos de arbitragem de que o Futebol Clube do Porto tem sido lesado neste campeonato da mentira (e não tenho dúvidas de que continuará...), confirmo que na marcação do primeiro golo do jogo, Felipe estaria dois, talvez, dois milímetro e meio em posição irregular quando bateu de cabeça a bola, ainda que a mim o fram escolhido pela realização mostre uma posição "em linha" com a defesa contrária. E, se a lei ainda vigora, na incerteza o benefício é dado a quem ataca... Dúvida nenhuma alguém poderá levantar a três fora de jogo muito mal assinalados ao ataque portista (um no primeiro tempo e dois no segundo) estando os jogadores intervenientes nos lances a alguns metros do último elemento dos forasteiros. Quem arrisca dizer que nenhum dos lances resultaria em golo?
 
      
Remígio Costa

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