domingo, outubro 16, 2016

GAFANHÕES COM ASPIRAÇÕES NÃO ATRAPALHAM DRAGÕES.

 
 (O Jogo online)

Taça de Portugal
3ª eliminatória
Estádio Municipal de Aveiro
Assistência: cerca de 8000 esp. 
2016.10.15

         G. D. da Gafanha, 0 - FC do PORTO, 3
                                          (ao intervalo: 0-1)

FCP: José Sá, Maxi Pereira, Iván Marcano, Oly, Alex Telles, Danilo Pereira, Hèctor Herrera (C), Óliver Torres, Diogo J, aos 65' Jesùs Corona, Otávio, aos 65' Yassime Brahimi, André Silva, aos 65' Depoitre.
Equipamento: alternativo/preto.

Treinador: Nuno Espírito Santo

Árbitro: Jorge Ferreira (Braga) 

GOLOS: aos 32', por Otávio, resultante de jogada individual em remate rasteiro e colocado junto ao poste mais distante da sua posição: 0-2, aos 70' por Jesùs Corona, aproveitando junto ao poste um desvio de cabeça de Ivan Marcano,em lance de pontapé de canto; e, aos 90', por Depoitre, também de cabeça e junto ao poste, em centro da direita de Jesùs Corona. 

            
            Sem competir oficialmente há duas semanas por interrupção das provas em que participa, o treinador do Futebol Clube do Porto fez alinhar inicialmente nesta eliminatória da Taça de Portugal, contra o primeiro classificado, sem derrotas, da série B do campeonato de Portugal, o GD da Gafanha, nove dos jogadores até aqui mais utilizados, estreando José Sá na baliza e Oly na posição até agora entregue ao central brasileiro Felipe. Fez bem Nuno Espírito Santo, porque a equipa está em formação e carece de rotinas de jogo e tem compromissos a curto prazo de transcendente importância para o futuro, um dos quais importantíssimo já na próxima terça feira para a Liga dos Campeões contra o Brugge, na Bélgica.
           
           O confronto no estádio aveirense decorreu de modo surpreendentemente  interessante porque o GD da Gafanha demonstrou possuir um conjunto bastante bem estruturado, constituído por muito bons elementos e com um espírito de luta no limite da entrega, a que só terá faltado melhor finalização nos remates efetuados à baliza de José Sá, mas que, ainda assim obrigou a defesa portista a manter vigilância muito apertada para suster com sucesso as investidas atacantes da equipa da vila da Gafanha. Coesos e solidários na defesa e com o guarda redes Diogo a exibir-se com muito acerto, os avançados portistas dificilmente criavam condições de finalização propícias para as muitas jogadas levadas até à área contrária, tendo precisado de 32' para abrir o marcador num lance cujo mérito pertence por inteiro à criatividade de Otávio. Mesmo em desvantagem, a equipa de Ílhavo não esmoreceu nem baixou a guarda , só vindo a baquear notoriamente nos últimos vinte minutos quando Jesùs Corona fez o segundo golo, aos 70' e, já na declinar da partida, viu Depoitre  bater de cabeça para o fundo da baliza um centro à medida de Corona vindo do flanco direito.

          Não há discussão quanto à justiça do resultado porque o Futebol Clube do Porto, apesar das cautelas para evitar lesões e o ritmo que não precisou de elevar para nível alto porque o resultado assim o proporcionou, foi a olhos vistos merecedora da passagem á eliminatória seguinte, até porque a diferença do valor individual dos jogadores de ambas equipas não admitia comparação. Mas fica a convicção da categoria da equipa da Gafanha da Nazaré e a certeza de que em breve estará no escalão maior do futebol luso.


          José Sá não foi sujeito a trabalho difícil, contudo, o jogo exigiu que se mantivesse sempre atento e concentrado e o "barbudo" conseguiu-o. E fê-lo, com serenidade. A defesa, com Maxi Pereira regressado em boa forma e Oly de novo testado, foi o setor da equipa que melhor entrosamento e assertividade revelou. Iván Marcano está em excelente momento de forma, A. Telles bastante ativo e já com rotina bastante para subir e descer no relvado. Danilo Pereira fez um excelente jogo em todo o tempo, Héctor Herrera, nem tanto. Óliver Torres e Diogo J, sempre em movimento e imaginativos, desenharam lances de belo efeito e cheios de veneno para os defesas contrário; André Silva, ontem bastante comedido, poupado na divisão dos lances, deverá ter seguido à risca os conselhos do mister para não se meter em lances de risco e evitar contactos físicos. Otávio está a converter-se (justamente) na estrela da companhia e o seu futebol de magia e ilusionismo é já um atrativo à parte no espetáculo do futebol de ataque que empolga e seduz. Jesùs Corona, Yassime Brahimi e Depoitre, mesmo considerando que foram a jogo já numa fase de alívio de pressão e desgaste do adversário, lograram vinte e cinco minutos de muito bom desempenho e transmitiram uma ideia positiva quanto à qualidade que possuem e do que podem vir a fazer num futuro próximo.


           Este jogo decorreu de modo viril, algumas vezes, mas leal e sem casos difíceis para julgar, pelo que Jorge Ferreira, desta vez, não teve oportunidade para inventar e de se enganar o que se regista com agrado.


R.C.

     
           

           

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