segunda-feira, fevereiro 24, 2014

SOMOS NÓS UM CLUBE DIFERENTE?

            


  Se a saída de Paulo Fonseca for já uma decisão irreversível do Presidente Jorge Nuno, é uma atitude de bom senso que ela apenas seja concretizada depois do regresso da equipa do jogo da segunda mão da próxima quinta-feira, em Frankfurt. Não havendo um conflito generalizado entre o plantel e o ainda treinador do FC Porto, uma alteração de última hora na direcção técnica só agravaria a delicada hipótese de a equipa vencer o jogo e a passagem à eliminatória seguinte.

             A exigência da demissão por parte dos adeptos é uma reacção comum em todos os clubes e em qualquer parte do mundo quando os resultados não correspondem à tradição do clube a que os seguidores estão habituados. E, no Futebol Clube do Porto, particularmente nas últimas três décadas, os seus admiradores só conhecem uma. VENCER!

             Aí está o Museu FC Porto by BMG como prova incontestável do Clube português com mais títulos (e mais prestigiados) conquistados, dentro e fora da fronteira.

             Mesmo que lhes assista razão, a atitude da massa adepta é emocional e nada racional. Avaliam de fora pelas aparências o que está dentro, restrito e só é conhecido pelos protagonistas directos.

             Pinto da Costa, como primeiro responsável da estrutura, está na posse de todos os dados que lhe permitem identificar o que, eventualmente, poderia correr melhor quanto aos resultados visíveis. Tem o conhecimento pessoal porque acompanha de perto o trabalho no Olival e a garantia da fidedignidade dos relatórios que não deixará de ter em seu poder.

             A decisão quanto à hipotética mudança de treinador será sempre o resultado de uma ponderação fundamentada em factos concretos, pesando nela menos a reacção emocional das massas do que o reconhecimento da inadequação de Paulo Fonseca à função de treinador do grande Futebol Clube do Porto.

             Pessoalmente, tenho relutância em tomar posição sobre situações que não domino. Não tenho a certeza absoluta de que o atípico comportamento, até agora, da nossa equipa seja da total responsabilidade da equipa técnica. Alguma lhe caberá, também, mas, tal como os êxitos, também os insucessos devem obrigar a todos os responsáveis.

            Porque, meus amigos, portistas, tivesse o nosso jogador Jackson Martínez posto no jogo as competências que justificaram a sua contratação, não andasse ele fora de tempo no local errado quando Quaresma lhe deu "de mão beijada" oportunidades para ganhar o jogo, se Mangala se lembrasse que estava dentro da área no toque a Evandro, tivesse Ghilas um mínimo de classe para fazer o 3-2 contra o Eintracht, não existissem no futebol português sopradores de pífaro  como o do jogo no Estoril, tivesse Helton um lampejo de perspicácia e se atirasse no penalti da derrota para o sítio certo e Paulo Fonseca teria agora ânimo suficiente para não se apresentar em público com a barba por cortar e aquele ar de um naufrago resgatado depois de meses à deriva no mar alto a comer aves cruas e a dormir ao relento.

          E se, de facto, for irremediável assumir uma decisão, que ela aconteça, agora, mesmo que corramos o risco de nos colocarem ao nível de um Paços de Ferreira, de um Aves, ou mesmo de um Sporting de Braga, que acaba de colocar no marcado, o "velho" campeão, Jesualdo...

            

2 comentários:

  1. A questão, meu caro, é: pode um treinador completamente esgotado, a pedir que o tirem deste filme, motivar e mobilizar as tropas para um jogo muito difícil? Para mim não pode. Mas eu só sei que pouco sei. E como os jogadores é que jogam...

    Abraço

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  2. A questao será mais esta meu caro: pode um presidente que já tanto ganhou, sempre com o mesmo modelo de negócio comprar barato e vender caro , continuar a vencer? ( já há 3 anos que nao aparece nenhum hulk dos confins do japao para alimentar a mentira),Para mim nao pode. E eu só sei que devia sair para os que tem realmente importancia ( ou seja muitos milhoes) tomarem as redeas do clube.

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