FALAR DE FUTEBOL, PARA ALÉM DO MUNDIAL.

Foto:Pedro Ferreira / Record

                                                                                  MANICHE, cumpre o sonho de representar
 O SCP, aos 34 anos.
      
          Com todos os holofotes direccionados para o Mundial da África do Sul, à malta da bola pouco tempo lhe resta para dar alguma atenção às notícias divulgadas na comunicação social relacionadas com o futebol em Portugal, sobretudo as que divulgam a movimentação dos clubes na contratação de atletas com que pretendem enriquecer os respectivos plantéis.
          Com a actualidade e relevância da prova a decorrer na África do Sul, a qual concita como é normal o interesse da esmagadora maioria dos consumidores do chamado desporto rei, os periódicos da especialidade e mesmo os generalistas a par dos media audio-visuais, em particular os prodigamente sediados em Lisboa, tiveram que limitar o espaço e os tempos de antena que, noutras épocas, generosamente concedem aos emblemas seus predilectos.
          Deste modo, cachas como a transferência por verbas chorudas que restaurariam da noite para o dia o monstruoso deficit galopante do "velho" clube do regime de um candidato a galáctico, ou, a venda de um vencedor fraudulento de melhor marcador de golos de um campeonato dos túneis, cuja melhor característica reside no facto de dispor apenas de uma perna (a esquerda), por uma inflaccionada cláusula de não sei quantos milhões, estão longe das parangonas que atraem, como papel papa-moscas as suas bisonhas clientelas.
          Nem o pontapé no cu que foi dado ao Quim, o tau-tau do Orelhas ao inventor da táctica de mastigar pastilha elástica com os dentes incisivos ou a contratação do melhor guarda-redes a actuar na Espanha (um país que até podia ter servido de inspiração a José Saramago para escrever o "Ensaio Sobre a Cegueira", tantos são os "cegos" que lá existem), mereceram destaque que se visse.
          Vamos lá que, no que respeita ao seu vizinho da segunda circular, os coisas até não estão a correr mal. Costinha tem tido um trabalhão só para mudar de fato nas apresentações das aquisições que o Sporting já fez, ou pensa fazer, esta época. O "ministro", para além de gosto que revela na escolha do alfaiate, tem um profundo sentido de camaradagem e não esquece os amigos. Que o diga Maniche, seu companheiro nos êxitos no bi-campeão europeu e mundial, o qual, sentindo-se enjoado dessa condição de salta pocinhos e a precisar de um bem merecido descanso se arribou ao braço amigo e acolhedor do actual patrão do indigente visconde leonino...
         ... lacrimosamente feliz por, aos 34 anos, ter podido concretizar o sonho próprio e do causador de ele ter vindo a este mundo!